Em audiência da Câmara, CNA debate orçamento de 2021 para o agro

Publicado em 16/04/2021 16:06

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) participou, na sexta (16), de audiência pública da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR), da Câmara dos Deputados, para discutir a proposta da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2021 para o setor.

Representantes da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e dos Ministérios da Agricultura, Economia e Cidadania também foram convidados para o debate.

Em sua apresentação, o coordenador do Núcleo Econômico da CNA, Renato Conchon, afirmou que, no orçamento aprovado no Congresso Nacional, houve um corte de R$ 2,5 bilhões dos recursos destinados ao setor agropecuário, que pode prejudicar o Plano Agrícola e Pecuário 2021/2022. O texto aguarda sanção ou vetos do Presidente da República.

O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) sofreu o maior corte, um total de R$ 1,3 bilhão, redução de 40,72% ante 2020. Em seguida, vêm os recursos de crédito para investimento (- R$ 600 milhões), custeio (- R$ 500 milhões) e subvenção ao Prêmio do Seguro Rural, com redução de R$ 84 milhões.

“Caso tenhamos esse prejuízo de R$ 2,5 bilhões nas rubricas destinadas ao agro, o Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2020/2021 será comprometido, pois faltam aproximadamente 75 dias para o encerramento, além do diálogo de construção do próximo Plano Safra, que ficará prejudicado”, disse Renato.

O representante da CNA também citou as principais preocupações da entidade com os impactos do corte orçamentário nos recursos do PAP. “A nossa dúvida é se as instituições financeiras deverão paralisar as operações e se essas operações já contratadas possuem recursos garantidos”.

Com relação ao corte de recursos do seguro rural, o coordenador do Núcleo Econômico explicou que, em um cenário de elevação nos custos de produção, taxa de juros mais alta, redução da rentabilidade e riscos de adversidades climática severas, caso haja uma frustração da próxima safra, será necessário discutir em 2022 a renegociação de dívidas dos produtores, em razão da falta de um seguro robusto. “Por isso é tão importante manter esse recurso no orçamento 2021”, destacou.

“É preciso buscar soluções para aprimorar e recompor esses orçamentos destinados à subvenção do seguro rural e equalização da taxa de juros para evitar prejuízos maiores no futuro. O setor precisa de garantias e estabilidade dos recursos”, concluiu Conchon.

Fonte: CNA

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Número de mortos por chuvas no RS sobe para 95; ainda há 131 desaparecidos
Senado aprova projeto de calamidade no RS que facilita repasses federais ao Estado
FPA propõe medidas emergenciais para ajudar na reconstrução do Rio Grande do Sul
Soja e milho e café arabica tem ajuste positivo no mercado. Dólar cai antes dos juros no Brasil
Ibovespa fecha em alta com balanços; Itaú sobe 2%