Indústria de fertilizantes especiais colhe resultados de alta do agronegócio
Na esteira do aumento nos preços dos alimentos e do recorde nas exportações de sementes, os fornecedores de fertilizantes especiais e micronutrientes para o agronegócio brasileiro também assistem seu lucro disparar ao longo de 2022. De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal, as vendas desse segmento saltaram de R$ 10,1 bilhões para R$ 16,6 bilhões, nos últimos dois anos no País.
A Nutriplant S.A, pioneira no desenvolvimento e produção de micronutrientes premium para melhoria da produtividade no campo, é um exemplo de quem comemora mais um trimestre de bons resultados financeiros. No recente comunicado divulgado ao mercado, a empresa – cujas ações (NUTR 3) são listadas da Bolsa de Valores B3, desde 2008 – anunciou um lucro de R$ 12,3 milhões, com expressiva alta de 55,5% em comparação ao mesmo período de 2021.
A receita líquida da Nutriplant alcançou R$138,4 milhões no trimestre, totalizando 47% a mais que os R$ 94,2 milhões registrados no ano anterior. Quanto ao lucro bruto, a cifra chegou a R$ 21,9 milhões no último trimestre, ou 49,3% maior que o registrado entre julho e setembro de 2021. Já o lucro líquido no terceiro trimestre foi de R$ 6 milhões, superando em 44,5% ao realizado no ano anterior (R$ 4,2 milhões) no período.
Colhendo frutos - A disparada nas vendas está associada à maior disposição do produtor rural em investir em novas tecnologias, aprimorando o processo tradicional de adubação com a adição dos chamados micronutrientes na planta, capazes de gerar ganhos de produtividade em torno de 30% na área cultivada, segundo estudos da Fundação Chapadão do Sul (MS).
“Quando o agricultor consegue um bom preço na safra, sua tendência é buscar caminhos para aumentar a oferta e aproveitar o bom momento do mercado”, explica Ricardo Pansa, diretor-presidente e de Relações com Investidores da Nutriplant.
Mas a forte demanda das commodities agrícolas não é a única explicação para os resultados positivos da companhia. Segundo o CEO, a Nutriplant vem investindo em melhorias na eficiência operacional, controle de gastos, menor dependência de capital de terceiros, além de treinamento para a equipe comercial para ampliar seus canais de distribuição.
“Aprendemos a oferecer tecnologia e qualidade de modo customizado, por meio de programas institucionais e criação de produtos específicos para as lavouras”, acrescenta Pansa, lembrando da linha da Nutriplant voltada à soja, que compreendem desde o tratamento de sementes até o enchimento do grão. No setor cafeeiro, por exemplo, os micronutrientes promovem crescimento vegetativo na parte aérea radicular, aumentando a florada e a produção dos grãos. E na cana de açúcar, os produtos aumentam o acúmulo de açúcares por meio de nutrição equilibrada para cada fase de desenvolvimento da planta.
Para manter-se atualizada, a Nutriplant busca informações com instituições de pesquisas nutricionais, como é o caso dos estudos fisiológicos que maximizam o equilíbrio fisiológico do algodão, aumentando a produtividade e a qualidade da fibra. A carteira de parcerias inclui a Escola Superior de Agricultura da USP – Esalq, a Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso – Fundação MT e a Universidade Estadual Paulista – Unesp Botocatu, além de gigantes do agronegócio rurais importantes nas práticas culturais e na região em que atuam.