Tempo fecha nas vendas do PR

Publicado em 18/11/2008 16:13
O último final de semana foi de intenso trabalho para alívio dos agricultores da região de Guarapuava (PR). Com o tempo seco, as colheitadeiras operaram a todo vapor. A colheita do trigo ganhou força em toda a região e no distrito de Entre Rios cerca da metade da cevada está colhida. Por enquanto, não há previsão de chuva para esta semana.

Contudo, com os grãos estocados, começa outro tormento para o produtor: a venda da safra. Os preços despencaram e não há procura no mercado, especialmente do trigo, uma vez que os moinhos estão lotados, inclusive com produto importado – compatível em preço, mas de melhor qualidade. Na semana passada, a Conab (Companhia Nacional do Abastecimento) anunciou a compra de até 500 mil toneladas de trigo de boa qualidade, na tentativa de amparar a comercialização e sustentar os preços.

A preocupação do produtor, entretanto, justifica-se em função do alto investimento em insumos realizado no plantio, quando o preço ainda era alto, e motivou até aumento na área plantada das culturas de inverno. "Estou muito mais preocupado com o preço do que com o tempo em si. Plantei quando os preços estavam bons e os insumos caros, agora os preços estão ruins e a rentabilidade vai ser praticamente zero", observou o vice-presidente do Sindicato Rural de Guarapuava e agricultor, Anton Gora, que plantou 55 hectares de cevada e 60 de trigo.

A sensação é um misto contraditório entre alívio e mais preocupação. O trigo, por exemplo, perdeu em qualidade e produtividade por ter sido atingido pelas chuvas no período final de maturação na região. Por outro lado, o tempo estável deve proporcionar colheita intensa, porém tranqüila nos próximos dias. Agora com o grão armazenado recomeça outra dor de cabeça, para vender o produto. "Até porque estocar significa mais gastos, tem a manutenção. Um mês é possível manter armazenado, mas depois complica", analisou o agricultor Alfredo Zabo, que possui armazém próprio, mas espera vender o trigo o quanto antes.

De acordo com o consultor de mercado, Beto Xavier, há trigo chegando do Paraguai por US$ 220,00 ou cerca de R$ 500,00, com qualidade superior e mais uniformizada. "Os moinhos estão rigorosamente buscando a melhor qualidade e o melhor preço. O trigo que não for aprovado na amostragem será devolvido", observou. Por outro lado, se o tempo se mantiver estável, sem chuva, a qualidade do produto da região de Guarapuava pode ser um dos melhores disponíveis.



Fonte: Diário de Guarapuava
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Diário de Guarapuava

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