Produtores apostam em tecnologias alternativas ao uso do fogo

Publicado em 02/12/2008 19:25

As soluções tecnológicas para substituição ao uso do sistema de derruba e queima são tema do Dia de Campo “Recuperação de áreas alteradas por meio do uso de leguminosas”, realizado nesta terça-feira (2) e amanhã, 3 de dezembro, pela Embrapa Acre, em parceria com o Grupo de Pesquisa e Extensão em Sistemas Agroflorestais do Acre (Pesacre) e Secreataria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof). O evento acontece no quilômetro 69 da BR-317 e reúne produtores familiares e técnicos da extensão rural do município de Epitaciolândia, no primeiro dia, e de Brasiléia, na quarta-feira.

 

A atividade faz parte das ações previstas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC/Embrapa), na linha temática que contempla iniciativas visando à transferência de tecnologias para o desenvolvimento sustentável da agricultura na região. O PAC/Embrapa apóia projetos estratégicos para a pesquisa nacional e iniciativas voltadas para a reestruturação de recursos humanos e infraestrutura física das unidades.

 

No Acre, as pesquisas com melhoramento genético de plantas, bioenergia e agricultura familiar, além das ações detransferência de tecnologia estão na lista de prioridades do Programa.Os Dias de Campo objetivam apoiar a disseminação de tecnologias que eliminem a utilização de queimadas em sistemas agrícolas, no âmbito do Programa de Desenvolvimento Socioambiental da Produção Familiar Rural (Proambiente).

 

“Nossa intenção é mostrar os benefícios do uso de leguminosas na recuperação de solos empobrecidos, redução do volume de queimadas decorrentes do preparo de roçados e manutenção das áreas de floresta nativa”, explica o pesquisador Tadeu Marinho, um dos coordenadores do evento.

 

O Acre é um dos sete Estados contemplados com o Proambiente, tendo como entidade executora o Pesacre.O Programa visa o apoio ao crédito rural e ao desenvolvimento de sistemas agrícolas de base agroecológica, com foco no desenvolvimento rural sustentável. Suas ações se concentram nos municípios localizados na região do Alto Acre (Assis Brasil, Brasiléia, Xapuri e Epitaciolândia) e contemplam 400 famílias de colonos e extrativistas.

 

Consórcio com leguminosas

 

Uma das alternativas que vêm contribuindo para recuperação de áreas desgastadas pelo uso intensivo agrícola é o plantio de leguminosas, entre elas a mucuna preta, espécie com potencial de absorção de nitrogênio e elevada capacidade de adubação do solo. De fácil cultivo, dispensa capinas e outros tratos culturais, com redução de custos para o produtor. Além de proporcionar rendimento na produtividade das culturas, evita as queimadas nas propriedades rurais.

 

As vantagens econômicas e ambientais proporcionadas pelo uso de leguminosas associado a cultivos agrícolas vêm contribuindo para ampliar a adoção desta tecnologia no Acre. Lindomar Gonçalves é um dos produtores que apostam em práticas de manejo e recuperação de solos mais sustentáveis. Nesta terça-feira, ele mostra como conseguiu recuperar os solos de sua propriedade e aumentar a produtividade agrícola, utilizando consórcios agroflorestais com leguminosas em substituição ao tradicional sistema de derruba e queima.

 

De acordo com Marinho, os projetos de assentamento da Amazônia possuem elevados níveis de desmatamento e isto vem causando o aumento das áreas de capoeira e o empobrecimento dos solos pela perda de nutrientes. Segundo o pesquisador, o cultivo de leguminosas melhora as condições de produção da terra e representa uma fonte alternativa de renda, proporcionando melhor qualidade de vida para as famílias.

 

Segundo o pesquisador João Batista, no ano passado cada produtor participante do Proambiente plantou entre 0,5 e 2 hectares com mucuna preta. Além de possibilitar a recuperação direta das áreas degradadas, os cultivos também se destinam à produção de sementes, muito procuradas no mercado local. “Em 2007 foram recuperados mais de 500 hectares de áreas alteradas com o uso desta leguminosa. Este ano, a expectativa é que um número cada vez maior de produtores incorpore a tecnologia para ampliar este resultado”, afirma.

Fonte: Embrapa Acre

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Embrapa Acre

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