Reunião entre Fiesp e Força acaba sem acordo

Publicado em 14/01/2009 14:10
A discussão de alternativas para a manutenção do emprego perdeu espaço para a crítica aos juros, em mais uma reunião entre a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) e a Força Sindical, realizada ontem em São Paulo. O presidente da Fiesp, Paulo Skaf e o presidente da Força, Paulo Pereira, reuniram representantes de sindicatos, do comércio e da agricultura para debater medidas, previstas em lei, que minimizem o impacto das demissões no setor produtivo, especialmente nos primeiros meses do ano. No entanto, com a ausência da Central Única dos Trabalhadores (CUT), que representa 42,5% de todos os sindicatos do País, e sem o estabelecimento de um acordo entre as entidades presentes, a reunião tornou-se palco de pedidos de redução dos juros brasileiros, tanto o oficial quanto o spread bancário.

Artur Henrique da Silva, presidente nacional da CUT, já havia criticado o encontro, principalmente por discordar de uma das alternativas aceitas pela Força Sindical, a redução da jornada de trabalho com corte de salário. Pereira minimizou a ausência, ressaltando que a única divergência entre as entidades sindicais é que "eles acham que não precisa fazer acordo aqui, mas sim lá na base, entre as empresas e os trabalhadores". O sindicalista reconheceu que este tipo de acordo é necessário, mas reiterou a importância deste encontro. "O que estamos fazendo aqui não vai resolver o problema do desemprego, mas pode minimizar, porque a crise é grave", ressaltou Pereira, acrescentando que serão realizadas reuniões de trabalho mais específicas entre sindicatos e federações de indústrias de diversos setores, "até a próxima quinta-feira, quando teremos uma reunião que espero ser definitiva".

A suspensão temporária dos contratos de trabalho, aumento de férias coletivas, redução de horas trabalhadas, licença remunerada e banco de horas são algumas das alternativas propostas pela Força para manter os empregos até que a crise se atenue. "Se nada for feito, os meses de fevereiro e março serão muito difíceis para os trabalhadores", disse Pereira. Ele ainda criticou a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) na compra de automóveis, medida adotada pelo governo para auxiliar o setor automobilístico a recuperar parte das vendas perdidas desde outubro. "A redução do imposto poderia ser até maior, mas o governo não chamou os trabalhadores para a discussão, somente os empresários, e também não pediu como contrapartida a manutenção dos empregos", avaliou o sindicalista.

Ao voltar suas cargas contra a Selic (a taxa básica de juros, atualmente em 13,75%), Pereira prometeu mobilizações nacionais no próximo dia 21, data da reunião do Comitê de Política Monetária ( Copom), que vai definir a manutenção ou alteração da Selic. "Vamos protestar pela defesa do emprego e pela queda dos juros, na frente de bancos públicos, nas ruas e avenidas", disse.

Fonte: Gazeta Mercantil

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