Reunião entre Fiesp e Força acaba sem acordo
Artur Henrique da Silva, presidente nacional da CUT, já havia criticado o encontro, principalmente por discordar de uma das alternativas aceitas pela Força Sindical, a redução da jornada de trabalho com corte de salário. Pereira minimizou a ausência, ressaltando que a única divergência entre as entidades sindicais é que "eles acham que não precisa fazer acordo aqui, mas sim lá na base, entre as empresas e os trabalhadores". O sindicalista reconheceu que este tipo de acordo é necessário, mas reiterou a importância deste encontro. "O que estamos fazendo aqui não vai resolver o problema do desemprego, mas pode minimizar, porque a crise é grave", ressaltou Pereira, acrescentando que serão realizadas reuniões de trabalho mais específicas entre sindicatos e federações de indústrias de diversos setores, "até a próxima quinta-feira, quando teremos uma reunião que espero ser definitiva".
A suspensão temporária dos contratos de trabalho, aumento de férias coletivas, redução de horas trabalhadas, licença remunerada e banco de horas são algumas das alternativas propostas pela Força para manter os empregos até que a crise se atenue. "Se nada for feito, os meses de fevereiro e março serão muito difíceis para os trabalhadores", disse Pereira. Ele ainda criticou a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) na compra de automóveis, medida adotada pelo governo para auxiliar o setor automobilístico a recuperar parte das vendas perdidas desde outubro. "A redução do imposto poderia ser até maior, mas o governo não chamou os trabalhadores para a discussão, somente os empresários, e também não pediu como contrapartida a manutenção dos empregos", avaliou o sindicalista.
Ao voltar suas cargas contra a Selic (a taxa básica de juros, atualmente em 13,75%), Pereira prometeu mobilizações nacionais no próximo dia 21, data da reunião do Comitê de Política Monetária ( Copom), que vai definir a manutenção ou alteração da Selic. "Vamos protestar pela defesa do emprego e pela queda dos juros, na frente de bancos públicos, nas ruas e avenidas", disse.
Fonte: Gazeta Mercantil