Agrodefesa alerta que termina no dia 31 de março o prazo para semeadura do girassol em Goiás

Publicado em 07/03/2025 10:42
Foco é conter plantas voluntárias de soja, chamadas tigueras e que germinam nas entrelinhas das lavouras de girassol, e assim prevenir a incidência da ferrugem asiática. Medida requer atenção, porque o Estado é líder nacional na produção de girassol

A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) informa que termina no dia 31 de março o prazo para o produtor rural efetuar a semeadura do girassol em Goiás. A medida fitossanitária está prevista na Instrução Normativa nº 01/2022 e vem sendo adotada com o objetivo de conter plantas voluntárias de soja (tiguera) que germinam nas entrelinhas do cultivo do girassol, de modo a prevenir a proliferação da ferrugem asiática, doença causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi.

O alerta da Agência é necessário, especialmente nessa época do ano, porque o girassol é uma opção de cultivo na safrinha, geralmente produzido em sucessão à soja, e é uma atividade agrícola importante para a economia do estado de Goiás. O calendário de semeadura foi definido e deve ser seguido, porque se acontecer a emergência da tiguera da soja nos campos cultivados com o girassol, o risco de ocorrência da ferrugem da soja é eminente, e não existem herbicidas seletivos para a cultura do girassol registrados no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

No ranking nacional, Goiás lidera a produção de girassol. De acordo com estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra 2024/2025 deve alcançar 76,2 mil toneladas, crescimento de 70,5% em relação ao ciclo anterior (2023/2024), que foi de 44,7 mil toneladas.

“Por sua boa capacidade de adaptação climática e baixa incidência de pragas, a cultura do girassol tem ganhado cada vez mais importância em Goiás e entre os produtores. Os números estão aí para comprovar que essa atividade agrícola se tornou excelente opção de cultivo após a safra principal. Daí a importância da Agrodefesa na execução de ações que assegurem a sanidade vegetal no Estado e colaborem para a economia agrícola goiana”, destaca o presidente da Agência, José Ricardo Caixeta Ramos.

Importância de prazos e medidas

A gerente de Sanidade Vegetal da Agrodefesa, Daniela Rézio, explica que prazos, como o da semeadura e colheita do girassol, são estabelecidos para evitar a incidência e disseminação de pragas que podem acometer lavouras e causar sérios prejuízos ao produtor e à economia do Estado.

“Todas as ações e medidas fitossanitárias na área de sanidade vegetal são adotadas após estudos e avaliações técnico-científicas, inclusive com apoio e aprovação de entidades do setor produtivo. Dessa forma são elaboradas normativas, sempre com o objetivo de assegurar a defesa agropecuária em Goiás. No caso do calendário de semeadura do girassol até 31 de março, o foco tem sido reduzir a emergência de plantas voluntárias de soja no meio da cultura do girassol e garantir que o período do vazio sanitário da soja seja respeitado. Isso porque as tigueras podem vir a hospedar o fungo da ferrugem asiática, causando, assim, danos para a próxima safra de soja”, explica.

Daniela Rézio acrescenta que a IN nº 01/2022 estabelece também a obrigatoriedade da destruição de toda e qualquer planta voluntária de soja nas imediações das lavouras de girassol, permitindo que apenas aquelas no interior da cultura permaneçam sem obrigação de destruição até a colheita do girassol. Já nos casos em que a semeadura é feita após o dia 14 de março, as cultivares devem ser de ciclo curto (até 105 dias), porque a colheita final deve ser feita até 15 de julho.

Outra orientação é em relação ao cadastro de lavouras de girassol em Goiás. A medida é obrigatória e deve ser feita em até 15 dias após o término da semeadura, por meio do Sistema de Defesa Agropecuária de Goiás (Sidago). “É uma forma de acompanharmos a produção de girassol no Estado e planejarmos ações necessárias de sanidade vegetal para essa atividade agrícola”, ressalta Daniela.

Previsões e destaques

Além da estimativa de crescimento de 70,5% na produção de girassol no Estado, a Conab avalia que a safra 2024/2025 terá aumento de 11,4% em produtividade, passando de 1,14 tonelada por hectare no ciclo anterior para 1,27 tonelada na atual safra. Já em relação à área plantada, a previsão é de crescimento de 53,1%, saltando de 39,2 mil hectares em 2023/2024 para 60 mil hectares no atual ciclo.

O presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, informa que o girassol tem crescido em produção, produtividade e área plantada em Goiás devido às diferentes utilidades desse grão, tanto no âmbito agrícola quanto industrial. “Podemos destacar desde a utilização para produção de óleo até para alimentação animal, já que as sementes são usadas como ração animal, especialmente para aves e suínos. Após a extração do óleo, o resíduo, que é o farelo de girassol, é ainda uma excelente fonte de proteínas e fibras para a alimentação do gado, contribuindo para a produção de carne e leite”, lista.

Outras utilidades

O girassol é uma cultura de rotação importante, principalmente por sua capacidade de melhorar a fertilidade do solo. Por ser uma planta de raízes profundas, pode ajudar a aeração do solo e a decomposição de matéria orgânica. Em Goiás, também ganhou utilidade no paisagismo e decoração. Por causa da aparência vibrante das grandes flores amarelas, o girassol tem sido utilizado em jardins e projetos de paisagismo.

Além disso, o girassol tem outros produtos derivados, como snacks (petiscos de sementes), cosméticos e até medicamentos. O óleo é utilizado em cremes, sabonetes, shampoos e outros produtos de cuidado pessoal devido às suas propriedades hidratantes e antioxidantes. É ainda uma planta importante para a apicultura, pois suas flores atraem muitas abelhas, contribuindo para a produção de mel.

Fonte: Agrodefesa

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