Sindirações projeta crescimento de 3% do setor de alimentação animal em 2025

Publicado em 12/05/2025 14:10
Setor obteve uma movimentação financeira na ordem de R$160 bilhões em 2024 e projeta uma produção total de 94 milhões de toneladas entre rações, concentrados e suplementos

Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal - Sindirações projeta alcançar a produção de 90 milhões de toneladas de rações e concentrados ao longo de 2025, além dos quase 4 milhões de toneladas de suplementos. A estimativa é avançar 3%, atingindo uma produção total em torno de 94 milhões de toneladas.

A melhora nos custos dos insumos associada às sinalizações preliminares apontando para a reversão do ciclo pecuário, ainda em 2024, impulsionaram uma reação importante em diversos segmentos que culminou na produção de 91,1 milhões de toneladas e movimentação financeira da ordem de R$ 160 bilhões, considerando apenas o custo de aquisição dos ingredientes de origem vegetal, animal, mineral e aditivos químicos utilizados.

“Essa expectativa está fortemente atrelada ao desempenho das cadeias produtivas de proteínas animais (carnes, leite, ovos e organismos aquáticos), muito embora as previsões de crescimento dependam de diversas variáveis”, segundo Ariovaldo Zani, CEO do Sindirações.

Estimativa da CONAB para safra brasileira é recorde de 328 milhões de toneladas de grãos em 2024/2025, impulsionada pelo clima mais favorável nas regiões produtoras, diferente do ciclo anterior marcado por estiagens e alagamentos em estados-chave.

Em relação ao mercado global de grãos, as estimativas do International Grain Council (IGC) e do USDA/WASDE divergem ligeiramente, mas ambas indicam que os estoques globais vêm encolhendo desde 2022, principalmente devido à menor oferta de milho (estiagem, pragas e menor área plantada na Argentina) e de soja (estiagem no sul do Brasil). Por aqui, a produção de 123 milhões de toneladas de milho e 167 milhões de toneladas de soja constituem montantes suficientes para suprir a demanda interna e os prováveis embarques ao exterior.

Zani destaca que a indústria de alimentação animal deve consumir cerca de 60 milhões de toneladas de milho (incluindo o seu derivado DDG) e 20 milhões de toneladas de farelo de soja em 2025, insumos que, somados, representam mais de 70% dos custos da alimentação animal, especialmente para aves e suínos. “Importante, inclusive atentar que a apetência dos demais demandadores (principalmente os biocombustíveis e a exportação) só vai aumentar e a disputa quantitativa pelos cereais e oleaginosas continuará crescendo nos anos vindouros”, complementa o executivo.

As cotações desses insumos apresentaram movimentos opostos entre a média de janeiro à dezembro/2024 comparadas à média janeiro a março/2025, ou seja, o milho subiu 29% (de R$ 64,00 para R$ 82,00/saca), enquanto o farelo de soja recuou 7,5% (de R$ 2.067,00 para R$ 1.911,00/tonelada). Nesse intervalo comparativo, o custo da ração para frangos de corte subiu apenas 5% em dólares, contudo em Reais o aumento foi de 15%.

No plano doméstico, o Brasil os desafios macroeconômicos seguem com a falta de um ajuste fiscal robusto, a persistência da inflação e o elevado custo do crédito. “A Lei 214/2025 que criou um novo sistema tributário (IBS, CBS, Seletivo), trará efeitos importantes para o setor, especialmente em relação à alíquota reduzida de insumos agropecuários e à nova sistemática de créditos fiscais. A sustentabilidade das contas públicas com a retomada da confiança dos investidores depende de um rigoroso controle das despesas capaz de arrefecer o impulso inflacionário sustentado pelo dólar nas alturas”, destaca Zani

No cenário internacional, o retorno de Donald Trump à presidência dos EUA tem gerado tensão geopolítica, principalmente pela elevação de tarifas e outras decisões com impacto na disponibilidade, dinâmica das exportações e nos preços das commodities agrícolas e energéticas, como os grãos, etanol de milho e biodiesel de soja.

Diante desse complexo e desafiador cenário, Zani alerta: “a indústria de alimentação animal brasileira deve combinar resiliência operacional, gestão estratégica de custos e atenção às mudanças regulatórias, tributárias e climáticas para assegurar o suprimento e, quiçá, potencializar a competitividade das nossas cadeias produtivas de proteína animal”.

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Fonte:
Sindirações

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