Recuperações judiciais no agro aumentam no 1º tri de 2025 e evidenciam a necessidade de crédito estruturado

Publicado em 11/08/2025 14:42
Fintech defende análise individualizada, alinhada ao perfil do produtor, como forma de prevenir colapsos financeiros

As recuperações judiciais (RJs) no agronegócio brasileiro somaram 389 pedidos no primeiro trimestre de 2025, segundo dados da Serasa Experian. O número representa um aumento de 21,5% em relação ao último trimestre de 2024 e 44,6% na comparação anual. A maior parte das solicitações veio de agricultores pessoa física, que registraram 195 casos — quase o dobro dos 106 registrados um ano antes.

Esse crescimento acelerado acende um alerta sobre o grau de endividamento no campo e reforça a necessidade de estratégias preventivas. Para a fintech Agree, especializada em crédito rural, a recuperação judicial não deve ser tratada como uma solução inicial, mas como último recurso. “Quando o produtor chega à RJ, é sinal de que foram tomadas algumas decisões anteriores que dificultariam seu fluxo de caixa futuro. Nosso trabalho é atuar antes desse ponto de ruptura”, afirma Rayssa de Melo, cofundadora da Agree.

Segundo a executiva, o cenário atual combina margens mais apertadas, aumento de custos, restrição de crédito e maior exigência de garantias — um conjunto de fatores que pressiona o caixa e fragiliza a saúde financeira de muitas propriedades. “O crédito estruturado é uma forma de antecipar essas dificuldades e construir soluções compatíveis com a realidade de cada operação”, explica Rayssa.

Ainda de acordo com a Serasa Experian, entre os segmentos mais impactados pela RJ no início de 2025 estão o cultivo de soja (59 pedidos) e a criação de bovinos (42 pedidos). Apesar da escalada, os números ainda representam uma parcela pequena diante dos 1,4 milhão de profissionais do campo que tomaram empréstimos nos últimos dois anos, o que evidencia o potencial preventivo de uma atuação mais estratégica.

Essa é justamente a proposta da Agree: conectar produtores a diferentes instituições financeiras por meio de uma análise criteriosa, que considera aspectos como cultura, região, histórico de crédito, calendário agrícola e fluxo de caixa. “Não se trata apenas de aprovar o financiamento, mas de aprovar o recurso certo, no momento adequado, com a estrutura ideal. É isso que evita o endividamento em cadeia e reduz drasticamente o risco de judicialização”, completa.

Fonte: Agree

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