Economia preocupa (Commodities Agrícolas)

Os preços futuros do café fecharam ontem em queda, o que já configura o período de retração mais prolongado da commodity em oito meses. De acordo com analistas ouvidos pela agência Bloomberg, o recuo se deve a preocupações de que a demanda pelo grão seja limitada em tempos de economias incertas. Na bolsa de Nova York, os contratos do tipo arábica com vencimento em dezembro fecharam a US$ 1,2825 por libra-peso, queda de 70 pontos. Antes, esses mesmos papéis eram comercializados a US$ 1,2625, o menor patamar desde 31 de julho. "Tudo ia bem até alguns dados econômicos azedarem", disse o analista de café Marcio Bernardo, da Newedge USA LLC. No mercado interno, a saca de 60 quilos fechou a R$ 252,97, queda de 0,24% , segundo o Cepea/Esalq.

Dólar fraco. Os preços futuros do cacau fecharam em alta na bolsa de Nova York, impulsionados pela desvalorização do dólar frente a outras moedas estrangeiras, segundo analistas ouvidos pela agência Dow Jones Newswires. Os contratos da amêndoa para entrega em dezembro fecharam ontem a US$ 2.746 por tonelada, com elevação de US$ 23. Na bolsa de Londres, os contratos para dezembro encerraram o pregão a 1.750 libras esterlinas, com recuo de 17 libras. As exportações da Costa do Marfim, maior produtor e exportador mundial do grão, recuaram 8% entre outubro e julho, para 802,4 mil toneladas. Em Ilhéus e Itabuna, o preço médio da arroba do cacau fechou ontem aR$ 82,30, de acordo com levantamento da Central Nacional de Produtores de Cacau (CNPC).

Impacto da China. A queda nos preços futuros do algodão poderá se estender ao longo deste mês como resultado do mau desempenho do mercado financeiro da China, o maior importador e consumidor da fibra do mundo, disse Dennis Gartman, economista e editor da Gartman Letter. Ontem, os contratos da commodity para dezembro negociados na bolsa de Nova York recuaram para 58,89 centavos de dólar por libra-peso, queda de 52 pontos. "Todos estão olhando agora para o mercado financeiro chinês, e o algodão tende a ir para o lado mais fraco", disse Gartman, citado pela agência Bloomberg. No mercado interno, o algodão encerrou o dia a R$ 1,1687 a libra-peso, com alta de 0,25%, de acordo com o indicador Cepea/Esalq. No mês, a commodity acumula retração de 0,31%.

c Geada à vista. Os preços futuros da soja subiram ontem na bolsa de Chicago na esteira das preocupações de que ocorrências de geada possam prejudicar as lavouras dos Estados Unidos, que estão em um estágio anterior ao desenvolvimento e, portanto, ainda mais vulneráveis ao clima ruim. "Pode haver risco de geadas, ainda que não isso seja uma ameaça imediata", disse à agência Bloomberg Larry Young, trader da Infinity Futures. Em Chicago, os contratos para entrega em novembro fecharam o dia cotados a US$ 9,59 por bushel, com alta de 4,50 centavos de dólar. No mercado doméstico, a saca de 60 quilos da soja fechou a R$ 46,29, com queda de 1,36%, segundo o indicador Cepea/Esalq. Neste mês, os preços do grão acumulam desvalorização de 5,12%.