Investimentos em fertilizantes é estratégico para o país
O Governo brasileiro pretende estimular a produção de fertilizantes no país como um instrumento para conter a alta no preço dos alimentos ante um possível ‘apagão’ na oferta do insumo. A medida também é essencial para o crescimento da produção agrícola do país, que tem condições de se tornar o maior produtor e exportador mundial de alimentos nos próximos anos. A intenção do governo é reverter o quadro de dependência externa, reduzindo de 75% para 25% do consumo a importação desse tipo de produto. Vale lembrar que o crescimento no consumo de fertilizantes no Brasil é de 4,0% ao ano e, na safra 2008/09, os reajustes nos preços do produto foram os principais fatores de pressão inflacionária no setor.
No próximo ano deve entrar em operação um esforço nacional da área de pesquisa para fortalecer o Brasil nesse ramo. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) vai colocar em pé uma rede chamada FertBrasil, formada pela instituição, juntamente com outros organismos de pesquisa e a iniciativa privada, para encontrar soluções para essa questão. “A saída é de médio prazo. Não há mágica no curto prazo”, afirma o pesquisador da Embrapa Solos e coordenador da rede, Vinicius Benites. Um das primeiras ações da FertBrasil será localizar produtos que têm efeito fertilizante, mas que, no momento, não são usados no sistema de produção, como por exemplo, lodo de esgoto, resíduos urbanos, além de resíduos de produção animal, como dejetos de aves e suínos, que contêm grande quantidade de nitrogênio, fósforo e potássio.
O pesquisador também aponta para a necessidade de desenvolvimento de novas tecnologias em fertilizantes para melhorar a qualidade dos produtos utilizados. “Trabalhar com fertilizantes protegidos, de liberação lenta, de forma a melhorar a eficiência. O conjunto dessas práticas vai minimizar o nosso problema”, diz Benites. Mesmo ocupando o 4º lugar no ranking mundial da produção de fertilizantes, o País importou mais de 15 milhões de toneladas do produto no ano passado. Só de potássio foram comprados mais de 90% das necessidades internas. A perspectiva de expansão das lavouras de cana-de-açúcar e de soja para os próximos anos deve acentuar essa dependência externa por fertilizantes. A carência brasileira do produto também põe em cheque a idéia de desmatamento zero, cuja lógica é baseada na recuperação de áreas de pastagens degradadas tornando-as áreas produtoras de alimentos, o que exigiria grandes quantidades de fertilizantes.
No projeto, explica Benites, serão investidos R$ 3 milhões por parte da Embrapa em três anos. São recursos do PAC. Será buscado mais dinheiro junto aos fundos de incentivo à pesquisa e empresas privadas e a idéia é que as próprias parceiras do projeto invistam para depois utilizarem as tecnologias. Já há, de acordo com o pesquisador da Embrapa Solos, 18 associadas ao projeto, entre elas Bunge, Mosaic, Petrobras e Instituto Internacional do Potássio. O projeto tem apoio da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda) e Associação das Indústrias de Fertilizantes Orgânicos (Abisolo).
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