O Brasil e suas relações perigosas
A aproximação e o relacionamento entre países é uma atitude sadia, e tem como antídoto mais eficaz o respeito mútuo. Difícil, contudo, é a proximidade de países de costumes radicalmente opostos, ou com foco ideológico controvertido.
A política externa do governo Lula, traçada em parte pelo Itamaraty, uma vez que a maior parcela é determinada pela ideologia do PT, que não separa o joio do trigo, em muitos casos deveria estar alicerçada estritamente no quesito comercial, deixando de lado o campo político-ideológico, até pelo fato de que no Brasil é permitido apenas uma reeleição, não sendo por isso a Presidência um cargo vitalício. Em miúdos, é preciso cautela com as amizades, evitando que sucessores com outra concepção tenham que perder longo tempo rediscutindo as relações, ou simplesmente enfrentando animosiades da outra parte.
Não vejo motivação alguma, a não ser no campo ideológico, a aproximação com o ditador Hugo Chávez, e com o Evo Morales, presidentes da Venezuela e da Bolívia, respectivamente. O que poderá o Brasil receber de positivo de duas figuras tidas como centralizadoras e populistas, como aliás o é o ex-presidente de Honduras, cuja amizade com Lula (e não com o Brasil), o fez acampar na Embaixada Brasileira, que não é propriedade do PT nem de partido nenhum. É parte do território nacional. É preciso enxergar as evidências.
A recente visita do presidente do Irã, cuja política de direitos humanos é duramente censurada mundo afora, ganha contorno de aproximação ideológica, obviamente que provocada pelo ditador Chávez, onde o povo passa necessidade, enquanto a força bélica ganha contorno de superpotência. Com louco não se brinca! E as gerações futuras do Brasil não podem arcar com o ônus de irresponsabilidades que nada têm a ver com a fama pacifista do Brasil.
Nos regimes democráticos, aproximações da magnitude ocorridas com a Venezuela e o Irã, além da Líbia, precisariam de um plebiscito, artifício pouco usado aqui no Brasil. Não me lembro de referência nenhuma nas duas campanhas leitorais que o candidato Lula tenha feito à uma política externa que chegaria ao nível perigoso que está chegando. O eleitor votou na esperança de melhora interna, não de amizades coloridas que num futuro próximo poderão gerar "dor de cabeça" ao novo dirigente do país.
Pegando carona numa outra variante, mas que está dentro do contexto da matéria, temos o caso recentíssimo de Cesare Battisti, assassino italiano, em que o STF autorizou a deportação, mas o PT, ideologicamente, irá mantê-lo no Brasil, gerando risco de conflito diplomático com a Itália.
No tocante à Argentina, assim como no futebol, parece que a política também sente receio de encará-la. Em a recente visita da presidenta daquele país, o Brasil, nas palavras do Lula, irá ajudar a nação vizinha. E olha que os casos de corrupção envolvendo os Kirchner são bem badalados na imprensa argentina, hoje sob controle estatal, modelo que o PT igualmente quer adotar.
Um país de dimensões continentais, que produz praticamente tudo que consome, precisa tornar verdadeira a consolidação do bem-estar social, em que pese o bem elaborado projeto do Bolsa Família, que infelizmente está servindo para enriquecer políticos do interior. Mas isso é caso de polícia.
Fato concreto é que o Brasil deveria ter um Conselho de Notáveis que poderia produzir estudos detalhados sobre o campo de atuação da política externa. Assim como a energia elétrica não pode estar sendo gerida pela incompetência de um ministro nomeado por favor, a área externa não pode estar à mercê dos delírios de Marco Aurélio Garcia, de Tarso Genro e do próprio Lula. Como diz o dito popular, o afobado come cru...
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Cadê a Polícia Federal livre e não politizada e submissa?
O absurdo terá que ser suprimido da forma mais perigosa que existe? Manifestações violentas? Cidadãos de bom senso terão que perder a tolerância e o bom senso?