El Niño provoca estiagem no Norte e excesso de chuva no Sul
A estiagem na região Norte e o excesso de chuva no Sul e Sudeste são consequências do El Niño, que deve permanecer até o segundo trimestre de 2010. O fenômeno é caracterizado pelo aquecimento anormal das águas superficiais no Oceano Pacífico que afeta o clima global, mudando os padrões de vento e os níveis de chuva em regiões tropicais.
As enchentes e deslizamentos ocorridos na região Sul e Sudeste foram influenciados pelo El Niño, favorecidos também pelas condições do Oceano Atlântico, que tem apresentado águas mais aquecidas na costa brasileira.
De acordo com o meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Fabrício Silva o El Niño ajuda a firmar por mais tempo as frentes frias vindas do sul do continente, canalizando umidade da região amazônica e trazendo chuva abundante, também em parte da região Centro-Oeste.
Ele explica que os ventos do El Niño e de La Niña (fenômeno que corresponde ao resfriamento das águas superficiais do Oceano Pacífico) têm tendência a se alternar a cada período de três a sete anos, porém o intervalo pode mudar para ciclos de um a dez anos. “A intensidade dos ventos varia bastante de caso a caso. Os mais fortes foram de 1982 a 1983 e 1997 a 1998”, diz.
Regiões - No Brasil, o fenômeno climático tem implicações em todas as regiões, principalmente quando a intensidade varia de moderada a forte, como este ano. No Norte, ocorrem secas e aumenta o risco de incêndio, aliado à elevação da temperatura. No Nordeste, a chuva diminui e, no Sudeste, aumenta a temperatura média, enquanto no Centro-Oeste há mais chuva e calor. O El Niño intensifica a chuva e o calor, principalmente durante a primavera e o verão.
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