CNH inclui divisão Case IH no Mais Alimentos

Publicado em 22/01/2010 07:04
Marca vai deixar de servir a apenas grandes equipamentos para concorrer no crescente novo segmento

A Case IH, uma das divisões agrícolas do grupo CNH, vai entrar no programa Mais Alimentos do Governo Federal. A empresa do grupo Fiat entregou ontem ao Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) uma carta solicitando formalmente a inclusão da divisão na lista de empresas beneficiadas pelo programa. Na semana passada, a Case já havia feito ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) o pedido para que seu trator de baixa potência fosse autorizado a receber os financiamentos do Finame - requisito para o Mais Alimentos. Para a compra de uma máquina receber o financiamento do Finame, precisa apresentar um grau de nacionalização de, pelo menos, 60%.

A linha "Farmall", da Case, foi lançada no início de 2009 no Brasil. A maior parte dos componentes dos tratores, no entanto, precisavam ser importados pela empresa. A partir de janeiro deste ano, pelo menos 50% da linha será nacional, percentual que irá superar 60% ao longo de 2010 e atingir assim os requisitos do Finame. "Já estava em nossos planos fazer a nacionalização da linha. Esses tratores serão produzidos em nossa unidade de Curitiba", afirma César Di Luca, diretor comercial da Case IH.

A decisão de fazer parte do Mais Alimentos não é por acaso. Estimativas indicam que metade dos tratores vendidos em 2009 estavam ligados ao programa, que concede condições diferenciadas de financiamento para máquinas de pequeno porte. Segundo a Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) foram vendidos 45.437 tratores, crescimento de 4,7% mesmo em um ano de recuperação da crise.

Mais do que entrar no programa de incentivo do governo, a venda de tratores de pequeno porte por parte da Case representa um marco para o mercado de máquinas agrícolas no país. A empresa é nacionalmente reconhecida por ser uma das principais fabricantes de equipamentos de grande porte, atendendo desde os grandes produtores de grãos do Centro-Oeste até usinas de cana-de-açúcar. Além disso, a entrada da empresa no segmento de menor potência criará uma concorrência direta com sua coirmã de grupo, New Holland, segunda no ranking nacional de vendas no ano passado.

"Essa concorrência já ocorre em outros lugares do mundo e passará a acontecer no Brasil também", afirma Di Luca. "Isso já acontece no segmento de carros, em que um mesmo grupo possui várias marcas concorrentes entre si".

Em 2009, a Case vendeu apenas 629 tratores e ficou com uma modesta fatia de 1,4% do mercado. No segmento de colheitadeiras, a empresa assumiu a terceira colocação com a comercialização de 567 unidades, atrás de John Deere e New Holland, e ficou uma participação de 14,8% do mercado.

Di Luca não revela qual é a estratégia específica da Case para o Brasil. Ele informa apenas que a empresa quer dominar 10% do mercado de tratores na América do Sul até 2012. "Sem dúvida, o Brasil é o principal país do bloco e tem um peso de aproximadamente 70%", afirma o executivo

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Valor Online

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