Indústria reage e eleva importação
Publicado em 16/03/2010 09:00
Embora tenham fechado um janeiro com fortes quedas, na comparação com
2009, as importações de matérias-primas pelos líderes da indústria
alimentícia de Pernambuco reagiram no mês passado. As compras no
exterior do malte, principal insumo dos fabricantes de cerveja, haviam
caído pela metade em janeiro, mas, com a forte alta do mês passado, já
apresentam crescimento acumulado de 18% no ano. A reação do trigo não
ficou por menos: após uma retração de 29% em janeiro, bateu os 70% de
alta na soma de janeiro e fevereiro deste ano, contra o primeiro
bimestre de 2009.
No geral, as importações do
Estado subiram 70%, seguindo tendência de alta, e as exportações, após a
janela de venda internacional do açúcar pernambucano, subiram em ritmo
menor, com avanço de 36%. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
Como as
importações de malte e principalmente de trigo vão para mais de uma
empresa, quando se observa a lista de companhias que mais importaram no
primeiro bimestre em Pernambuco, são poucas aquelas do ramo alimentício a
figurar no topo do ranking.
A liderança
pernambucana ficou para a gigante italiana Mossi & Ghisolfi
(M&G), do setor petroquímico. A M&G buscou no exterior US$ 72
milhões em produtos, uma alta de 24%. As compras da italiana são
principalmente de ácido tereftálico purificado (PTA), item que tem
ficado na ponta das importações pernambucanas desde que a fábrica
instalada em Suape iniciou as operações.
Sozinha,
a M&G representou 18,78% de tudo o que foi comprado no exterior por
Pernambuco, o dobro do peso, na lista de importados, da Petrobras,
segunda do ranking, e quase quatro vezes o resultado do Estaleiro
Atlântico Sul, que apareceu em terceiro.
Somente
em quarto e quinto aparecem a Bunge Alimentos e a Ambev, as maiores do
ramo alimentício no Estado. A Bunge já importou US$ 20 milhões este ano e
a Ambev, US$ 18 milhões.
Essas e outras
empresas, no entanto, fizeram com que o segundo e terceiro produtos mais
importados no primeiro bimestre deste ano, pelo Estado, fossem
justamente o trigo e o malte, logo atrás do PTA comprado pela Mossi
& Ghisolfi.
Segundo os dados do Ministério
do Desenvolvimento, o trigo chegou mais barato no primeiro bimestre
deste ano, a US$ 4,54 o quilo. No mesmo período de 2009, custava US$
5,65. Isso apesar de a procedência do produto ser basicamente a mesma: a
maioria absoluta vem da Argentina. O volume de trigo importado subiu de
74 mil toneladas para para 102 mil toneladas.
No
caso da indústria cervejeira, o quilo do malte foi na direção oposta:
custava US$ 1,74 e passou para US$ 1,98. O volume do insumo importado
passou de 32 mil toneladas para 43 mil toneladas.
PROCEDÊNCIA
Este
ano, o trigo comprado por Pernambuco já veio da Argentina e da Rússia.
Os Estados Unidos, que ano passado também constavam na lista, devem
ficar algum de tempo de fora dela, em virtude da sobretaxa do trigo
americano (entre vários outros produtos) autorizada pela Organização
Mundial do Comércio (OMC).
No caso do malte,
que tem como origem tradicional a Argentina, já foi importado este ano
também do Uruguai e da França. No primeiro bimestre de 2009, a Bélgica
também estava na lista de procedências do insumo da cerveja, o que ainda
não ocorreu este ano.
Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Jornal do Commercio