Agronegócio levará plano do setor para candidatos em 2010
Publicado em 18/03/2010 08:38
SÃO PAULO - A Associação Brasileira de Agribusiness (Abag) apresentou, na manhã de ontem, 16 propostas referentes ao setor agrícola que serão encaminhadas aos quatro principais candidatos à Presidência da República. O documento apontou diversas estratégias com o intuito de otimizar a competitividade do setor.
No entanto, os pontos levantados pela Abag foram questionados em diversos aspectos, inclusive pelo ex-ministro da agricultura, Roberto Rodrigues, que os considerou muito abrangentes para serem apresentados para os futuros candidatos.
Após a apresentação dos 16 tópicos considerados prioritários, houve um debate entre os diretores da associação e os convidados no qual chegou-se ao consenso de que é preciso ressaltar alguns temas mais urgentes. Dessa forma, os demais problemas seriam também esmiuçados, mas enviados na forma de apêndices ao assessor do candidato.
Na opinião de Carlo Lovatelli, presidente da Abag, as quatro prioridades são: política tributária, questão fundiária, meio ambiente e infraestrutura. "Os pontos ainda serão reavaliados. O processo é dinâmico e está em andamento", explicou Lovatelli.
Em 2006, a Abag havia proposto uma lista praticamente idêntica a de ontem. A única diferença é a nova subdivisão do tópico meio ambiente e sustentabilidade. No entanto, a instituição espera que os avanços decorrentes das propostas atuais sejam mais significativos.
"Praticamente não houve melhorias desde 2006. A área de biotecnologia e logística foram as que obtiveram resultados mais sensíveis. Os entraves em relação aos transgênicos diminuíram, e na próxima terça-feira oito novos adidos agrícolas serão conhecidos", afirmou Lovatelli.
De acordo com o ex-ministro Rodrigues, para que todas os 16 tópicos apresentados e discutidos sejam de fato implementados, é preciso que haja uma integração estratégica entre o Ministério da Agricultura e todos os demais órgãos envolvidos, como: Ministério da Fazenda, Planejamento, Meio Ambiente, Itamaraty, entre outros.
"A política agrícola do Brasil é de qualidade. O problema está na implementação, que deve passar por uma estratégia articulada com o Estado", disse Rodrigues.
Além disso, o ex-ministro elogiou o modelo de gestão agrícola da Dinamarca. O país escandinavo possui um único porta-voz, sob um conselho agrícola multiinstitucional.
Ainda de acordo com Rodrigues, o agronegócio não tem a representação adequada no País, apesar de ser responsável por cerca de 30% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. O maior apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aos negócios agrícolas e uma diretoria de crédito rural dentro do Banco Central, segundo ele, seriam medidas importantes para o setor conseguir maior liderança institucional.
"O BNDES é hoje um organismo extraordinário para alavancar os programas de crédito para a indústria de alimentos, de fertilizantes e de carnes, por exemplo", afirmou Rodrigues.
Para Alexandre Abbud, diretor executivo da Abag, o mercado financeiro ainda é pouco atuante no agronegócio quando comparado a outros setores da economia, como automobilístico e de construção civil.
Segundo ele, as linhas de crédito para o setor teriam que ser semelhantes aos financiamentos habitacionais, cujo crescimento é de aproximadamente 40% ao ano. Outro ponto debatido pela ABAG foi a questão da imagem do setor perante a sociedade. Segundo a associação, é preciso combater a visão de que o agronegócio destrói o meio ambiente e de que é o grande responsável pelo desmatamento na Amazônia.
"Se a sociedade tem uma visão distorcida do que é o agronegócio, é preciso mostrar à população a verdade. O quanto é a sua participação na formulação do PIB, no saldo comercial e na geração de empregos", afirmou Roberto Rodrigues.
Uma das sugestões para o quesito marketing listado entre as dezesseis propostas consiste na criação de um plano de comunicação forte para que a sociedade tenha uma visão mais favorável do setor.
As inúmeras questões agrárias ainda serão debatidas no 9. congresso de agribusiness, organizado pela Abag, que vai acontecer no dia nove de agosto. A associação ressaltou o interesse em discutir as propostas com a presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Kátia Abreu.
"Desta vez, temos que fazer de forma mais impactante para que realmente o futuro presidente atenda o mínimo necessário dos anseios listados", disse Lovatelli.
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Fonte:
DCI
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