Preços agrícolas sobem 8% na segunda quadrissemana de março

Publicado em 19/03/2010 12:21
O IqPR – Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista, que mede os preços pagos no campo, aumentou 8% na segunda quadrissemana de março, segundo o Instituto de Economia Agrícola IEA/Apta da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo – SAA. Foi puxado pelo índice de preços dos produtos de origem vegetal (10,54%), já que o índice de preços dos produtos de origem animal apresentou variação positiva de 1,70%.

Se a cana-de-açúcar é excluída do cálculo, o índice geral atinge 11,34%, enquanto o índice dos produtos vegetais chega a expressivos 20,52%. Apesar de o preço da cana continuar subindo, sua variação foi bem menor do que a dos de outros produtos vegetais, principalmente tomate, banana e as laranjas, dizem os pesquisadores Eder Pinatti, José Alberto Ângelo, José Sidnei Gonçalves, Luis Henrique Perez e Danton Leonel de Camargo Bini.

As altas mais expressivas foram registradas nos preços do tomate (102,29%), da laranja para mesa (65,23%), da banana nanica (37,34%), da laranja para indústria (12,97%), dos ovos (11,21%) e do amendoim (10,54%). No caso do tomate para mesa, o movimento altista nos preços, devido às fortes chuvas, tem impedido uma regularidade mínima da oferta do produto, dizem os analistas do IEA. “A alta é acentuada pelo fato de o tomate ter tido, no início do ano, as menores cotações dos últimos dez anos. Menores índices pluviométricos e temperaturas mais amenas devem propiciar a recuperação da produção.”

Na laranja de mesa, o verão (que eleva o consumo de sucos), associada às chuvas em grande intensidade no segundo semestre de 2009 e início de 2010, prejudicou as floradas, causando diminuição da oferta, o que levou à recuperação das cotações. E, com o findar da safra em fevereiro, a oferta desta fruta caiu de forma significativa, provocando pressões altistas nos preços.

Esse fato reflete também nas cotações da laranja para indústria e está,associado à recuperação dos preços do suco de laranja nos principais mercados das nações capitalistas desenvolvidas, provocada pelas intensas geadas que atingiram a citricultura norte-americana concentrada na Flórida, observam os técnicos. “Os reduzidos estoques internacionais de sucos cítricos funcionam como alavanca desse aumento de preços, revertendo a conjuntura muito desfavorável que se verificou em 2009.”  

Já os preços da banana refletem o resultado das fortes enchentes ocorridas em fevereiro, dizem os analistas. “Uma redução de oferta, acrescida de expansão do consumo peculiar no período de outono, pode provocar aumentos acentuados dos preços da fruta nas próximas semanas. Os preços da banana estiveram muito baixos durante os meses de verão e a atual recuperação, embora seja elevada, ainda não trouxe os preços ao nível da média dos anos anteriores.”

No caso dos ovos, a redução do alojamento de matrizes verificada no final de 2009 levou à diminuição da oferta de ovos. Cabe destacar ainda a natural ascensão das cotações nessa época do ano (período da quaresma), quando os ovos substituem as carnes enquanto fonte de proteína, e o fato de que o ovo constitui insumo fundamental na agroindústria de massas e de confeitaria/panificação, cuja demanda também cresce neste período.

Os analistas do IEA atribuem o aumento no preço do amendoim à menor oferta. “Houve redução de 20% da área plantada, por causa do atraso na colheita da cana e baixo preço da saca na safra passada.”

As quedas mais acentuadas foram observadas nos preços do arroz (5,98%), da soja (4,20%), do milho (3,84%), do trigo (3,33%) e da carne de frango (2,58%).

É importante salientar, concluem os pesquisadores, que preços agropecuários em alta em plena colheita da maior safra de grãos indicam impactos inflacionários futuros, os quais não podem ser amenizados pelo aperto monetário. Ao contrário, essa medida pode ter o efeito perverso de dificultar a verdadeira solução que consiste em buscar maior oferta, o que não será uma resposta de curtíssimo prazo. (Texto elaborado pela Assessoria de Imprensa da Apta)

A íntegra da análise está disponível em www.iea.sp.gov.br.
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Fonte:
Secr. de Agr. de SP

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