Tecnologia de ponta acelera a colheita no Cerrado
Publicado em 01/04/2010 08:37
Colheitadeiras em ação na propriedade dos irmãos Kuidiess no município baiano de Correntina, na divisa com Goiás: investimento de R$ 14 milhões em 20 unidades.
Faltavam 20 minutos para as 13 horas de quarta-feira quando um investimento de R$ 14 milhões começou a operar pela primeira vez. As nuvens carregadas ameaçavam refrescar o tempo quente, mas também prometiam atrasar por pelo menos mais um dia o funcionamento de 20 colheitadeiras recém-adquiridas, já alinhadas em formato de escada na propriedade dos irmãos Harald e John Kudiess. Gaúchos descendentes de alemães, os irmãos chegaram a Correntina, município baiano na divisa com Goiás, em 1988 com dois caminhões, uma caminhonete, três tratores e a mudança para apostar na produção de semente.
A poupança feita pela família de cinco irmãos ainda no Rio Grande do Sul permitiu a compra de 4 mil hectares, dos quais apenas 500 foram cultivados naquele primeiro ano. Hoje, a J&H Sementes tem uma área de aproximadamente 16 mil hectares e deve comercializar 1,5 milhão de sacos de semente - 60 mil toneladas - , para serem plantadas na safra 2010/11 e obter receita próxima a R$ 90 milhões.
"Fomos uns dos primeiros a chegar aqui na região", diz Harald, o mais velho dos cinco irmaõs. Segundo ele, o clima favorável ao plantio de sementes atraiu a família. "Nossa fazenda está a 970 metros de altitude e como meu irmão havia feito uma especialização em sementes decidimos vir para a região, contrariando a opinião de muita gente, inclusive de nosso pai, que imaginava que fossemos quebrar a família".
Trabalhando em parceria com a Monsanto, 60% da produção dos irmãos Kudiess são de variedades transgênicas. Estrategicamente localizada à margem da BR-020, a empresa abastece o mercado do chamado Mapito - iniciais dos Estados do Maranhão, Piauí e Tocantins - , Goiás, norte de Minas Gerais, Mato Grosso, Pará e Acre.
Se a logística favorece os produtores, a mecanização, cada vez mais sofisticada, também. As máquinas que foram compradas pelos irmãos Kudiess têm 354 cavalos, plataforma de colheita de 35 pés. Elas foram importadas, mas a partir de abril passarão a ser fabricadas no Brasil, na unidade de Sorocaba (SP) da CNH, segundo João Rebequi, coordenador de marketing de colheitadeiras da New Holland, uma das marcas do grupo controlado pela Fiat.
E máquinas tão grandes são cada vez mais comuns no Brasil. Para conseguir colher largas extensões de lavouras, com mais eficiência e custos operacionais menores, os agricultores, especialmente no Cerrado, estão apostando nesse tipo de equipamento. "Quanto maior a colheitadeira, melhor para o produtor. Em vez de usar dez máquinas em uma área, ele usa cinco maiores e mais potentes. São menos cinco operadores, menos cinco jogos de pneus, entre outras coisas", diz Roberto Ruppenthal, gerente de marketing para colheitadeiras da Massey Ferguson.
A melhora na eficiência e no ganho tecnológico, no entanto, custam, e custam caro. Cada colheitadeira top de linha sai por R$ 700 mil, tanto da Massey quanto da New Holland. Hoje, a John Deere é a líder nesse mercado, com uma participação de 35,6% em 2009. Em segundo lugar aparece a New Holland, com 31,9% do mercado brasileiro, que em 2009 comercializou 3.817 unidades de colheitadeiras, segundo dados da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Mesmo com tantos avanços tecnológicos já incorporados à colheita de grãos, o mercado ainda espera por mais. Além de motores flex, que poderiam usar tanto o diesel mineral quanto o biodiesel, as empresas trabalham para avançar na telemetria. A tecnologia consiste em transmitir em tempo real para uma base fixa as informações que são coletadas pelas colheitadeiras, permitindo a gestão remota da máquina. (AI)
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Fonte:
Valor Econômico
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