Consórcio entre pecuária e nogueira atrai investidores no RS

A área plantada com nogueiras no Rio Grande do Sul deve ser ampliada nos próximos anos. A projeção, segundo o assistente técnico em fruticultura da Emater, Antonio Conte, aponta para um incremento de 20% nos 1.070 hectares plantados atualmente. Os mais atraídos, conforme o técnico, são os pecuaristas. A principal vantagem é usar a mesma área para criar gado e cultivar nogueiras, que ainda podem sombrear os animais. A remuneração também é interessante. Hoje, com o preço ao agricultor estimado em R$ 4,00 o quilo com casca, a renda bruta anual pode chegar a R$ 4,5 mil por hectare.

Segundo Conte, um dos novos investidores é o Condomínio Agropecuário Paralelo 30 Sul, localizado entre Candelária e Cachoeira do Sul. O grupo iniciou as atividades no ano passado, quando plantou 80 hectares com 15 mil nogueiras. Em 2010, devem ser semeados mais 40 hectares. A segunda etapa - ainda sem data para começar - tem como meta o plantio de outros 120 hectares. Há iniciativa de novos pomares também em Santa Rosa, onde 20 hectares estão em implementação. "Lá, teremos mais 10 hectares neste ano e 10 hectares no ano que vem. Ainda há interesse em Serafina Corrêa para o plantio de 150 hectares", detalha, lembrando que este prognóstico depende da tecnologia e dos insumos usados em cada um dos empreendimentos.

Os investidores do Paralelo 30 Sul só estão esperando as árvores crescerem mais um pouco para consorciá-las com ovinos. Segundo o diretor operacional do condomínio, José Alberto Aued, a intenção é colocar os animais aos pés das árvores em dois anos. Também atraiu os investidores a oportunidade de fugir das culturas convencionais, além da possibilidade de estocar as nozes para comercializá-las em momentos de mercado favorável. "Podemos armazená-las na câmara fria por até dois anos", justifica Aued. A projeção é que a colheita da primeira safra seja feita em cinco anos.