Setor de máquinas volta a crescer, mas alta do juro preocupa, diz Abimaq

Publicado em 27/04/2010 14:28

O setor de máquinas e equipamentos no Brasil já mostrou uma forte retomada no primeiro trimestre deste ano e deve registrar o melhor março da história em faturamento, mas pode voltar a perder o vigor com uma possível elevação na taxa de juros, afirmou nesta terça-feira (27) o presidente da Associação Brasileira de Indústria de Máquinas (Abimaq), Luiz Aubert Neto.

O Comitê de Política Monetária começa a discutir a Selic, taxa básica de juros, nesta terça e há indicativos de elevação. Entenda como a taxa Selic afeta a vida do consumidor.

Os dados sobre o faturamento da indústria de máquinas ainda não foram fechados e serão apresentados no mês que vem, segundo Aubert Neto. "Os números apontam março com faturamento histórico, o melhor março da história. (...) Se não for o melhor, certamente será um dos melhores", disse na apresentação de dados sobre o setor agrícola na Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação (Agrishow), em Ribeirão Preto.

Aubert ressalta, porém, que uma possível elevação na taxa de juros pode colocar o setor em risco. "Vi no jornal que o presidente do Banco Central defende uma paulada na taxa de juros (reportagem da "Folha de S.Paulo" abordou a expectativa do governo de elevação dos juros). Uma alta vai reverter todo esse processo que estamos recuperando. O BC tem outras formas de conter a inflação, pode diminuir o prazo de financiamento. Um setor sai ganhando, o bancário, e o resto sai perdendo. Se o juro subir, vai ser um crime para o setor de investimento."

O presidente da Abimaq descartou que a indústria de máquinas não esteja conseguindo atender a demanda, conforme a teoria de alguns especialistas para explicar a necessidade de elevar a taxa.

<?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

 

Máquinas Agrícolas:

Nesta terça, foram apresentados os dados do setor de máquinas agrícolas e implementos, que é um dos 30 grupos que compõem a Abimaq. O faturamento do segmento cresceu 29% no primeiro trimestre na comparação com o ano anterior.

Os dados do segmento, assim como de outras áreas, juntamente com os de financiamento, são o que levam a Abimaq a esperar um recorde para o faturamento de março, disse Aubert Neto.

O faturamento passou de R$ 1,1 bilhão de janeiro a março do ano passado para R$ 1,4 bilhão de janeiro a março deste ano. As exportações também subiram 21% - de R$ 130 milhões para R$ 158 milhões.

Outro indicativo positivo no setor de máquinas agrícolas é o nível de emprego, que teve leve alta de 2%. O crescimento foi menor, segundo Celso Casale, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas, porque, mesmo com a crise, as empresas optaram por não demitir. "Isso porque o setor tem mão de obra bastante especializada. As empresas tomam cuidado para demitir, porque na retomada pode ser complicado."

Conforme Casale, os dados indicam que pode ser possível atingir a meta de crescer 30% em 2010 no setor de máquinas e implementos agrícolas. "Nós fizemos projeção de que cresceria em termos de faturamento 30%. Na pior das hipóteses, podemos fechar o ano com faturamento em alta de 25%."

O diretor de Assuntos Corporativos para a América do Sul da John Deere, Alfredo Miguel, afirmou no evento que o setor de máquinas agrícolas vive um momento "excepcional". Para ele, no entanto, é preciso melhoria nas políticas agrícolas e planejamento. "Não se fala no sistema de financiamento agrícola no país. Muito produtor ficou sem crédito na crise. (...) Precisa que agricultura tenha estrutura mais profissional. A gente não vai crescer em área, mas em produtividade, em tecnologia."

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Fonte:
G1

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário