Assessor de Serra conhece dificuldades do setor produtivo de MT

Publicado em 27/04/2010 15:27
Responsável pelo programa de governo do pré-candidato à Presidência da República José Serra (PSDB), o secretário de Meio Ambiente de São Paulo, Xico Graziano, esteve nesta segunda-feira (26) em Cuiabá para conhecer os principais gargalos que impedem o desenvolvimento do setor produtivo de Mato Grosso. Foram colocadas em pauta as dificuldades de infraestrutura e logística, questões sócio-ambientais, endividamento, seguro e renda rural, e legislação trabalhista.

Ao final da reunião, ocorrida no auditório da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Graziano sugeriu a formação de uma comissão de produtores para continuar negociando com ele a possível inclusão de parte dessas prioridades no programa de governo de José Serra. Para isso, pediu mais informações sobre a situação atual de algumas obras e o custo para a conclusão delas.

Conforme o presidente da Famato, Rui Prado, os números da produção de Mato Grosso, assim como os principais problemas que impedem o seu crescimento, serão apresentados a todos os candidatos ou pré-candidatos à Presidência que demonstrem interesse pelo tema. A intenção da Famato é mostrar que os produtores estão fazendo a sua parte para colaborar com o desenvolvimento do Estado e do país e cobrar que o poder público faça a parte dele.

Embora seja o campeão nacional na produção de soja, algodão, milho na segunda safra, girassol e gado bovino, sendo ainda o segundo colocado na produção de sorgo e o terceiro em arroz, Mato Grosso não consegue tornar o seu produto competitivo em comparação com outros estados da federação e até outros países, por conta do preço do frete.

Hoje, a maior parte da safra é escoada para o porto de Santos (SP) ou Paranaguá (PR), por rodovias. O custo com esse transporte chega a R$ 2,5 bilhões. Caso a BR-163 – que liga Cuiabá a Santarém (PA) – fosse concluída, o custo de transporte cairia para R$ 1,5 bilhão, gerando uma economia de R$ 1 bi. Já se a Hidrovia Teles Pires-Tapajós estivesse em operação, o custo seria ainda menor, de R$ 900 mi, gerando uma economia de R$ 1,6 bi para o setor produtivo.

Rui Prado explicou que se esses problemas não forem resolvidos pelo próximo governo, Mato Grosso não poderá aumentar a sua capacidade de produção, o que será uma exigência mundial, pela necessidade de mais alimento para atender o crescimento populacional. Sem esses gargalos, o Estado poderia chegar a 2020 com um aumento de 60% na produção de grãos e de até 99% na produção de carne. E embora a produção de grãos em Mato Grosso aumente ano a ano, a renda do produtor vem caindo na mesma proporção.

Rui Prado lembrou ainda que Mato Grosso tem garantido o aumento da produção sem expandir a área cultivada. Ele argumentou que 62% da área do Estado – de um total de 90 milhões de hectares – é preservada, o que equivale aos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná somados. Explicou ainda que 37 milhões de hectares, ou dois terços do total, são preservados pelos próprios produtores. Apenas os 19 milhões de hectares que ainda restam preservados são Unidades de Conservação (UCs) ou reservas indígenas.

O presidente da Famato diz que isso mostra a preocupação dos produtores com a preservação ambiental. Em contrapartida, o setor produtivo cobra do poder público a garantia de que as áreas consolidadas não serão transformadas em reservas florestais. Essa segurança jurídica da propriedade os produtores querem ver garantida no novo Código Ambiental, que vem sendo discutido pelo governo. “Muitas dessas áreas estavam legais quando foram adquiridas e hoje estão na ilegalidade. Não faz sentido ambiental, social ou econômico, impedir que essa área continue produzindo”.

O endividamento do setor também ganhou destaque nas discussões. Rui Prado diz que o governo federal precisa investir recursos públicos para melhorar a renda do produtor e não pensar apenas em linhas de crédito. Por conta de todas as dificuldades de armazenagem e transporte, os produtores mato-grossenses não conseguem quitar esses créditos, e a renegociação da dívida acaba se transformando em uma bola de neve. Graziano admitiu que o problema de endividamento do setor é sério e que precisa de solução, mas afirmou que ainda não há uma posição definida sobre o assunto, que precisa ser estudado.

Compuseram a mesa de discussão, além de Rui Prado e Xico Graziano, o ex-prefeito de Cuiabá Wilson Santos, o senador Jaime Campos, a deputada federal Telma de Souza, o deputado estadual José Domingos Fraga, o presidente da Acrimat, Mário Cândia, o presidente da Aprosoja, Glauber Silveira, o vice-presidente da Ampa, Décio Tocantins begin_of_the_skype_highlighting     end_of_the_skype_highlighting, o presidente do Sindálcool, Jorge dos Santos, o prefeito de Alto Garças, Roland Trentini, e o ex-governador Rogério Salles.

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Fonte:
Famato

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