Enipec: Discussões de hoje colocam a ciência na pauta do agronegócio
A primeira palestra magna do último dia do Encontro Internacional dos Negócios da Pecuária (Enipec 2010) teve a ciência como o assunto principal. O doutor em geologia Gustavo Baptista mostrou com gráficos e dados de pesquisas recentes que é o vapor atmosférico e não a emissão de gás carbônico o principal influenciador do clima.
Em seguida, o produtor rural, ex-Ministro da Agricultura e fundador da Embrapa, Alysson Paulinelli, enfatizou a importância do desenvolvimento de tecnologias de produção adaptadas à realidade brasileira como diferencial competitivo.
Autor do livro “Aquecimento Global: ciência ou religião?”, Gustavo Baptista explicou para o auditório lotado do Centro de Eventos do Pantanal a importância do sol para a definição climática.
“Desde 1600, o sol vem sendo observado por cientistas. Há ciclos solares que culminam com anos em que há picos na temperatura. O ano de 2001 foi um dos mais quentes do 23º ciclo. Agora entramos no ápice do 24º ciclo, e é esperado que as temperaturas aumentem”, afirmou o pesquisador.
Gustavo Baptista mostrou vários gráficos que mostram não haver correlação entre a emissão de gás carbônico e o aumento das temperaturas em uma análise histórica. Por outro lado, aspectos como as correntes de ar sobre os oceanos e o comportamento do sol são fundamentais.
“Um pequeno grupo de cientistas vem há algum tempo dizer que o senso comum de que o grande vilão do aquecimento global não é a atividade produtiva, que seria a grande emissora de gás carbônico, mas sim outros aspectos naturais. Só agora, porém, começamos a ser ouvidos”.
Já Alysson Paulinelli adotou um discurso informal para relembrar ao produtor rural a importância do investimento em novas técnicas de produção adaptadas a características climáticas, geológicas e ambientais do país. “Infelizmente, nossa legislação ambiental foi criada em cima de erros, sem consistência científica”, observou.
Paulinelli citou como principal benefício do desenvolvimento da atividade agropecuária o fato de que, em 30 anos, os brasileiros conseguiram reduzir 57% o percentual de gastos da renda familiar com a alimentação. “Na década de 70, gastava-se de 42% a 46% da renda familiar brasileira com a compra de alimentos. Hoje, esse percentual caiu para 18%. Essa é uma vitória nosso país”, argumentou o ex-ministro.
“O próximo passo agora é conseguir garantir que essa família brasileira possa facilmente levar seus filhos para a faculdade”, complementou, citando a importância do ensino e da pesquisa para o desenvolvimento do País.
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