Crambe: Plantio de nova cultura aumenta renda no campo

Publicado em 17/05/2010 07:55
A ideia é fazer a integração entre a cultura já consolidada e a que acabou de chegar.
A cultura ainda está brotando. A aparência frágil esconde uma produção vigorosa: de até uma tonelada e meia de grãos por hectare. O crambe é parente do nabo-forrageiro, a oleaginosa veio do mediterrâneo e se tornou uma boa aposta por aqui.

Segundo o consultor de energias renováveis Sérgio Dutra, 80% das áreas de grãos no Brasil não têm uma segunda safra: "Essa janela de oportunidade é muito grande para as culturas de inverno e essa é uma oleaginosa não alimentar com grande potencial para a região e para o país" afirma o consultor.

Do peso do grão, 35% viram óleo, contra 19% da soja. Por isso, o crambe pode ser usado para a produção de biodiesel. É uma cadeia de ácido graxo de excelente qualidade, um biodiesel muito interessante a cor inclusive é verde. A renda hoje é projetada em torno de R$ 400 por hectares num ciclo de 90 a 100 dias, diz Sérgio.

Em meio ao mar de cana, o crambe ainda é uma pequena ilha. Na primeira safra foram plantados 75 hectares em 15 pequenas propriedades. A ideia agora é justamente fazer a integração entre a cultura já consolidada e a que acabou de chegar.

Pesquisadores da Embrapa estão estudando como viabilizar a parceria. O crambe pode ajudar a fazer a rotação de cultura. A conversa caminha para que as usinas cedam as áreas para os agricultores.

"Neste período da área ocioso a usina não tem a "expertise" de produção de crambe, soja ou qualquer oleaginosa. Ela sede a área e um agricultor familiar que detém esse conhecimento faz a produção de oleaginosa nessa", diz o pesquisador da Embrapa Pedro Abel.

O ciclo da cultura é de três meses, uma boa opção para esta época de entressafra.
"É uma renda a mais que a gente está trabalhando pra que haja desenvolvimento cada vez maior", diz o Secretário da Agricultura e do Meio Ambiente de Motuca, Jair dos Santos.

A produção deve ir para uma usina de biodiesel recém inaugurada, que já fechou parceria com mais de 300 assentados. Se eles plantarem oleaginosas, como o crambe, a usina garante assistência técnica e a compra.

A moagem vai ser em Orlândia, na região de Ribeirão Preto. A usina vai produzir 70 milhões de litros por ano, 30% da matéria prima virá de pequenos agricultores.
Com isso, a empresa vai garantir o Selo Social, um passaporte para vários benefícios, como isenção fiscal.

"A empresa com o Selo Social vai entrar no primeiro leilão da Petrobrás, o que significa que vai competir para 80% do total do leilão", diz o empresário Giovanni Erme. Os investidores foram atraídos pela boa perspectiva de mercado: "Agora estamos com a mistura de 5% do biodiesel e diesel e a nossa expectativa é de ir para 10%, dentro dos próximos três anos", diz o empresário John Kaweske

Cada aumento de percentual vira mais otimismo na indústria e no campo. Seu Jovito Correa plantou cinco hectares de crambe, e agora vai colher energia da terra que costumava ficar ociosa nesta época do ano: "Agora não chove mais, o tempo já está firme. É um alto risco aplicar outra cultura se não essa", diz o produtor.

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Fonte:
EPTV

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