Valor fertilizante dos dejetos da avicultura
Publicado em 21/05/2010 16:18
Há muitos séculos o homem conhece o potencial fertilizante dos dejetos de animais e os utilizam como abudo na produção agrícola. Atualmente, pesquisas são desenvolvidas com o objetivo de promover o melhor aproveitamento dos nutrientes presentes nos dejetos pelas plantas e pelo solo.
Em contrapartida, os nutrientes presentes nos fertilizantes comerciais são, em sua maioria, solúveis em água e disponíveis às plantas enquanto aqueles presentes nos dejetos de animais estão na forma orgânica e, em grande parte, indisponíveis.
Em contrapartida, os nutrientes presentes nos fertilizantes comerciais são, em sua maioria, solúveis em água e disponíveis às plantas enquanto aqueles presentes nos dejetos de animais estão na forma orgânica e, em grande parte, indisponíveis.
A melhor resposta para o aproveitamento dos nutrientes contidos nos dejetos, durante sua aplicação e incorporação no solo, é conseguida quando estes dejetos são submetidos a um tratamento prévio no qual objetiva-se a mineralização dos nutrientes tornando-os assimiláveis pelas plantas.
O teor de nutrientes presentes nos dejetos de aves depende de diversos fatores como a idade do animal, alimentação, tipo de instalação, manejo utilizado na criação, genética, clima e conteúdo da cama (quando existente). Por causa disso, a aplicação em áreas de agricultura do produto final do tratamento dos dejetos deve ser baseada no conteúdo individual de nutrientes a partir de uma analise laboratorial.
A aplicação geralmente é baseada nos teores de nitrogênio, fósforo e potássio e as necessidades de nutrientes secundários e micronutrientes são frequentemente supridas durante a recomendação de adubação conforme NPK.
Podemos dizer, com base em estudos anteriores, que durante a adubação com dejetos de aves sem tratamento prévio o nitrogênio terá disponibilidade entre 30 a 80%, conforme o método de adubação. Isso ocorre, pois a maior parte do nitrogênio presente está na forma de amônia, facilitando a perda do nitrogênio para a atmosfera e durante o período de permanência dos dejetos nas instalações.
Quanto à disponibilidade do fósforo e do potássio nos dejetos, pode-se considerar a mesma que os presentes nos fertilizantes comerciais, pois a maior parte desses nutrientes está na forma mineral ou inorgânica. Para a maioria dos tipos de dejetos de animais, 90% do fósforo e do potássio são considerados disponíveis durante o primeiro ano de aplicação no solo e 10% nos demais anos. Apenas 5 a 15% de fósforo ou potássio são perdidos dependendo do manejo dos dejetos.
Além de prover macro e micro-nutrientes às plantas, a adubação com os dejetos de aves fornece matéria orgânica agindo como condicionador do solo. Tal característica afeta positivamente as propriedades físicas e químicas do solo, incluindo melhor absorção de água e retenção de nutrientes, redução da erosão pelo vento e/ou chuvas, promovendo o crescimento de organismos benéficos e aumentando a troca catiônica entre solo e planta, o que significa melhor aproveitamento dos nutrientes presentes no fertilizante.
*Karolina Von Zuben Augusto - doutoranda em Engenharia Agrícola na Unicamp e assessora técnica em projetos de tratamento de dejetos e de aves mortas em granjas de frangos de corte e de postura comercial.
Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Avicultura Industrial