Paraná é o terceiro no ranking dos agrotóxicos

Publicado em 28/05/2010 08:08
Regiões de Cascavel, Londrina e de Ponta Grossa são consideradas críticas e exigem monitoramento; agricultura mais intensiva eleva consumo.

O Paraná consumia, em média, 12 kg de agrotóxicos por hectare ao ano em 2008, volume maior que a média nacional que era de 4kg/ha/ano. O Estado ficou na terceira colocação só perdendo para São Paulo e Minas Gerais. A utilização deste tipo de produto era maior nas regiões de Cascavel (23 kg/ha/ano), de Londrina (20,7 kg/ha/ano) e de Ponta Grossa (19,6 kg/ha/ano).

"Essas regiões são críticas e precisam ser monitoradas", disse a pesquisadora do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), Ana Claudia Mueller. O uso dos produtos também é maior nestas regiões porque são locais com agricultura mais intensiva. As regiões que apresentaram menores índices foram Paranavaí (4,2 kg/ha/ano), Umuarama (4,4 kg/ha/ano) e Jacarezinho (6,6 kg/ha/ano). O herbicida é o mais usado e tem 60% de participação no total de agrotóxicos utilizados no Estado. Este assunto dos agrotóxicos foi revelado pela primeira vez na pesquisa.

Os dados fazem parte dos indicadores de sustentabilidade ambiental por bacias hidrográficas apresentados pelo Ipardes ontem. A pesquisa revelou ainda que a cobertura vegetal nativa do Estado era de 12% em 2009 contra 12,8% em 2005. De 1980 para 2008, a perda foi de 3,5%. O mínimo aceitável para garantir a sobrevivência da biodiversidade é de 10%, ou seja, está quase no limite. "O Estado se preocupa bastante com esta questão, mas não deu conta disso", afirmou Ana Claudia.

As menores coberturas estão nas regiões de Londrina (5,16%), bacia do Pirapó entre Maringá e Astorga (3%), bacia Itararé na região de Sengés, Siqueira Campos e Jaguariaíva (3,6%), bacia Cinzas na região de Arapoti, Bandeirantes e Wenceslau Braz (3,5%) e na bacia do rio Paranapanema na divisa com São Paulo (2%). A melhor cobertura está no Litoral com 2%.

O levantamento mostrou ainda que o Paraná usa 2,6% de seu potencial hídrico superficial (aquele que não está no subterrâneo). O maior consumo é na bacia do Alto Iguaçu, onde fica a Região Metropolitana de Curitiba, onde o maior gasto de água é no abastecimento público. Já na bacia do Alto Tibagi (região de Ponta Grossa), o maior consumo é na indústria, principalmente na de papel, celulose e bebidas. Na bacia do Baixo Iguaçu, a maior demanda é na pecuária. Do total de consumo de água 70% é para abastecimento público, 28% para pecuária e 2% para a indústria.

Em relação à qualidade da água, a maioria dos rios da Região Metropolitana de Curitiba são poluídos ou muito poluídos. Os mais poluídos são os rios Iraí, responsável por 80% do abastecimento de água de Curitiba, rio Passaúna e rio Verde. Os rios da região de Londrina já começam a apresentar os mesmos problemas. A cidade tem seis pontos extremamente poluídos, o restante é poluído e pouco poluído.

A pesquisa revelou ainda que 186 municípios ou 46% do total têm destino adequado ao lixo, em 27% (107 cidades) o aterro sanitário é controlado, 26% possuem lixão (104 municípios) e 1% tem outras situações. Hoje, 247 municípios do Estado já possuem conta específica para gestão ambiental.

Transporte

No Paraná, há 379 veículos para cada mil habitantes, uma taxa muito alta para um país em desenvolvimento, segundo Ana Claudia. Para ela, isso não corresponde à realidade econômica do Brasil que precisaria ter outros meios além do ônibus. O transporte coletivo representa apenas 10% do total.

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Fonte:
Folha de Londrina

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