"Aplicação de agrotóxico mais elevada no PR é natural"
Daher observa que o uso de defensivos no País também está relacionado ao fato de ser uma região de clima tropical, com alta capacidade produtiva e com possibilidade de duas safras ao ano. Em 2008, para se ter uma ideia, conforme informações da própria Andef, o Brasil foi o maior consumidor de agrotóxicos do mundo.
""Mas é maior porque o clima é tropical e há incidência maior de pragas, doenças e ervas daninhas"", pontua Daher, que ressalta ainda que a área de plantio direto - que exige aplicação de defensivos - desenvolvida no País também é a maior do mundo. A aplicação, e o crescimento, desses produtos também é natural na medida em que o País tem potencial para ser o maior produtor de alimento do mundo até 2020, acrescenta o diretor da Andef.
A aplicação descontrolada de agrotóxico, contudo, preocupa a Andef, que tem incentivado o manejo integrado de culturas, estimulando o uso correto de defensivos e de materiais mais eficientes. Segundo Daher, existem materiais modernos, de pós-emergência, bastante interessantes para serem aplicados onde e quando surgem as doenças. ""São produtos mais eficientes e exigem aplicação de doses menores"", ressaltou.
Daher ainda destacou que a aplicação de defensivos não pode ser avaliada do ponto de vista pacional, por nenhuma das partes, mas de forma mais racional. Se há um uso desmedido de defensivos, acrescenta ele, é preciso que a situação seja analisada. ""Mas será que não há um exagero nessas considerações. Há um custo para se aplicar esses materiais, será que produtor joga dinheiro fora?"", questiona.
O diretor da Andef acrescenta que a entidade tem trabalhado sob três pilares: ciência, educação e sustentabilidade. Inúmeras pesquisas têm sido desenvolvidas para gerar produtos mais racionais e eficientes. Produção que priorize a preservação do meio ambiente e educação, buscando a qualificação de quem aplica o produto. Nesse sentido, alguns resultados são positivos, como o dado de que em 2009 o Brasil recolheu 94% das embalagens de agrotóxicos utilizadas no País e o de que entre 1990 e 2000 o número de toxicidade nas moléculas desenvolvidas foi 100 vezes menor. O segmento, segundo ele, investe cerca de US$ 250 milhões em pesquisas anualmente, sendo que 60% vai para estudos toxicológicos e ambientais.