Milho da Bahia ameaçado por oferta excessiva e políticas inadequadas

Publicado em 31/05/2010 10:46
O excesso de oferta de milho no mercado brasileiro está prejudicando os produtores do Nordeste. Não bastasse isso, a política de garantia de preços do milho, promovida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) é ineficiente para resolver o problema, já que os leilões não equilibram a oferta e demanda, somente proporcionam ajustes regionais.

Além dos preços do milho praticados na Bahia de R$ 14,00 contra um preço mínimo de garantia do governo de R$ 19,03, o Mapa, através da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), subsidia milho de Goiás, do Distrito Federal e do Mato Grosso para o Nordeste, gastando a logística para o Nordeste, em detrimento do produto da Bahia que não participa do leilão. “O milho sai do Mato Grosso, passa dentro da Bahia e vai para Pernambuco e Ceará, gastando um prêmio, que é dinheiro público, maior”, conta o vice-presidente da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Sérgio Pitt.

De acordo com Pitt, essa prática favorece o crescimento da produção do Mato Grosso em detrimento do cultivo na Bahia. “Enquanto o milho do Mato Grosso vai para o Nordeste, o milho da Bahia fica estagnado. É possível movimentar o produto da Bahia, gastando menos dinheiro com prêmios e logística”, conta. “A política do governo precisa ser regionalizada. Não pode favorecer um estado e prejudicar outro.” Segundo o assessor de agronegócio da Aiba, Alcides Viana, a Bahia teve uma safra recorde de milho, atingindo 1,5 milhão de tonelada, mas não tem para onde vender. “Se tem oferta de milho no próprio Nordeste, para que trazer milho do Mato Grosso?”, questiona.

Uma reivindicação da entidade é a de viabilizar a exportação do produto. “O leilão é um bom instrumento, mas não resolve o problema do excesso de oferta de milho no mercado interno”, conta Pitt. Segundo ele, para equilibrar oferta e demanda é necessário tirar o milho do mercado interno através da compra pelo Governo (AGF) ou viabilizando a exportação do excedente. “Se o produto sai de circulação, é possível sustentar o seu preço”, conta.

Fonte: Jornal da Mídia

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