Uruguai e Bolívia se unem contra aftosa
"A missão principal é ajudar no sistema de vigilância contra a aftosa e ver como está a estrutura do serviço sanitário boliviano. Cooperaremos com base na experiência que temos como país e com base no que temos conseguido consolidar quanto à estrutura de nosso serviço veterinário", disse o presidente da Direção Geral de Serviços Pecuários do Ministério da Pecuária, Agricultura e Pesca (MGAP) do Uruguai, Francisco Muzio.
O apoio financeiro para essa cooperação surge dos fundos do Mercosul e foi acordado na última reunião do Conselho Agropecuário do órgão que reúne os ministros da Agricultura da região, porque os secretários de Estado consideraram que eliminar a aftosa é a melhor estratégia que se pode ter como região.
Na semana que vem, o próprio Muzio e o assessor técnico de Serviços Pecuários, Luis Eduardo Días, epidemiologista que atendeu aos insucessos sanitários em 2000 e 2001, irão para a Bolívia para, entre outras coisas, continuar organizando o sistema de vacinação do rebanho bovino boliviano.
Ambos já participaram como técnicos em mais de uma missão sanitária na Bolívia, o que facilita bastante o trabalho de prevenção e detecção de novas estratégias.
Por outro lado, foi divulgado na semana passada que o governo estadual do Rio Grande do Sul está analisando a possibilidade de deixar de vacinar contra a febre aftosa. O Paraná avalia a mesma coisa.
"Deixar de vacinar não pode ser uma iniciativa parcial, mas sim, deve ser feita em grandes áreas", disse Muzio, que também preside o Comitê Veterinário Permanente (CVP). Neste sentido, o Centro Panamericano de Febre Aftosa (Panaftosa) está trabalhando na nova versão do Plano Hemisférico de Erradicação, que também contempla a etapa de deixar de vacinar rebanhos e liberar grandes áreas, mas intensificando a prevenção, para evitar uma nova infecção.
Na primeira etapa - que foi até 2009 - "foram feitas conquistas importantes, mas, todavia, sobram vários desafios dentro da América do Sul", disse Muzio. Entre esses desafios, ele citou a eliminação de problemas registrados em partes da Bolívia e área andina no momento de intensificar o combate contra a aftosa. "Depois de consolidados os avanços, pensar em deixar de vacinar, creio que sim, que se pode pensar, mas todavia, falta um trabalho muito importante".
Há nove anos o Uruguai não registra casos da doença - a última epidemia foi em 2001 - e, ainda assim, o Governo não para com os controles para evitar que o país seja afetado novamente.