Lavouras de inverno estão em bom desenvolvimento

Publicado em 17/06/2010 08:28
A previsão de geada que havia para o início do mês não se confirmou e o clima ameno dos últimos dias está beneficiando para um bom desenvolvimento das culturas de inverno. Os produtores rurais que apostaram no milho safrinha, por exemplo, até o momento, estão comemorando. Se o clima continuar favorecendo, as lavouras apresentarão boa produtividade, diferente do que ocorreu no ano passado quando a geada atingiu as plantas e se não bastasse, na hora da colheita foi a vez do excesso de chuvas causar prejuízos.

A segunda safra de milho é considerada de risco e a adversidade climática, como uma geada antecipada, poderia influenciar no desenvolvimento das lavouras. Porém, as lavouras estão começando a maduração e o período de maior risco termina no final do mês.

No caso do trigo as plantas estão em fase vegetativa. Segundo o engenheiro agrônomo da Coamo Agroindustrial Cooperativa, Marcílio Yoshio Saiki, está é uma lavoura que não precisa de muita água para um bom desenvolvimento, pois nesta época o clima é mais úmido. Já o risco maior para perdas com a geada é em meados de julho. Nesse período, a maioria das lavouras de trigo estará em fase de florescimento. “Por enquanto o clima tem influenciado para uma boa safra”, pondera.

De acordo com as estimativas do Departamento de Economia Rural (Deral), órgão da Secretaria de Estado da Agricultura (Seab), há um crescimento de 3% na área plantada na região. Os números contrastam com o Paraná, onde as estimativas apontam uma queda de 16%. Conforme dados do órgão, no ano passado foram 109 mil hectares plantados e este ano os números devem ficar em 112,5 mil hectares.

Já a área de milho está sendo cerca de 30% menor em comparação à safra passada. Em 2009 foram cultivados 301,4 mil hectares. Já neste ano foram plantados 226 mil hectares. O principal motivo da redução é o preço baixo da comercialização do produto e o alto custo da produção.

Safra paranaense

A boa previsão da segunda safra do milho está mantendo o Paraná como o principal responsável pela produção de grãos no País, mesmo com uma estimativa de redução na produção de trigo.
No caso do milho, houve redução na área plantada devido aos baixos preços no mercado, mas a produção aumentou. A segunda safra do produto, também conhecida como safrinha, foi plantada em 1,346 milhão de hectares de terra, no Estado, este ano. Em 2009, a área chegou a 1,514 milhão. Porém, a produção saltou de 4,578 milhões para 5,787 milhões de toneladas - um aumento de 26,4%, atribuído principalmente às melhores condições das lavouras.

De acordo com o diretor do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab), Francisco Carlos Simioni, a comercialização do produto deve sofrer impactos, a curto prazo, dos leilões de Prêmio de Escoamento de Produto (PEP) que começaram a ser promovidos pela Conab no final do mês passado. Segundo ele, o produto está sendo cotado entre R$ 14 e R$ 14,50. “É um valor próximo ao mínimo”, explica.

Já o trigo, apesar de continuar a preços muito baixos no mercado, deve quase recuperar, este ano, a perda de 17,2% na produção da última safra. A expectativa é de que apesar de uma queda de 15,2% na área plantada, no Paraná, a produção no período 2010/2011 seja 16,3% maior, chegando a 2,95 milhões de toneladas - perto dos 3,07 milhões produzidos há dois anos, mas menor que a estimativa do mês passado.

Simioni lembra que os preços do trigo continuam abaixo do valor mínimo, o que desanima os produtores e ajuda a explicar a forte redução na área plantada. “A oferta mundial abundante do produto, maior que a demanda, está pressionando os preços para baixo”, esclarece, lembrando que o câmbio favorável às importações ajuda a piorar a situação dos produtores nacionais.

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Fonte:
Tribuna do Interior

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