Fontes da Ag. Estado antecipam que preços mínimos do feijão, milho e trigo poderão ser reduzidos

Publicado em 18/06/2010 19:28
Os preços mínimos do feijão, milho e trigo serão reduzidos em um intervalo de 5% a 20%, 
de acordo com o grão e sua região produtora, segundo informação de uma fonte do governo. A decisão será tomada durante a próxima reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), prevista para a próxima quinta-feira (24). No caso da agricultura, o CMN deve avaliar seis votos, mas todos de caráter complementar aos que foram aprovados no mês passado.
O tema da redução do preço mínimo é tratado com cuidado pelo governo porque, desde a introdução dessa política, adotada na década de 60, nunca esse indicador passou por diminuição. Tanto que a expectativa era que a decisão viesse no CMN de maio, mas acabou sendo adiada. O argumento explícito do governo na ocasião foi o de que se outras reduções tivessem ocorrido no passado, o caminho agora estaria aberto para repetir a dose.
Pressionados por produtores, representantes do Ministério da Agricultura defendem oficialmente a manutenção dos preços mínimos dos três grãos. A Agência Estado teve acesso, no entanto, a um documento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), estatal ligada à Pasta, sugerindo a redução em 17% do preço mínimo produzido na Região Centro-Oeste.
O superintendente de Gestão da Oferta da Conab, Carlos Eduardo Tavares, conversou com a Agência Estado sobre a questão, mas disse que não abordaria números. Segundo ele, a Conab até defende a redução dos preços de referência de alguns grãos, mas em função da adoção de uma estratégia para levar o plantio de uma cultura tradicional de uma região para outras. Trigo e arroz, tipicamente do Sul do Brasil e que terão incentivos para serem plantados em outras regiões, são exemplos.
O destino alternativo do trigo deve ser Mato Grosso. Com isso, além de substituir a safrinha do milho, que provoca excesso de produção e consequente queda de preços, há perspectiva de aumento da oferta do grão. Isso é visto como prioridade porque o País é deficitário na produção de trigo. No caso do arroz, que está centralizado do Rio Grande do Sul, os incentivos serão para o cultivo no Maranhão e na Bahia, com o intuito de produzir menos soja no Nordeste e aproximar o produto do consumidor.
Além disso, explicou Tavares, ao pulverizar a produção de grãos pelo Brasil, o País tende a ficar menos refém de alta de preços causada por intempéries climáticas, como o excesso de chuvas que se deu no Rio Grande do Sul e que causou perdas à quase totalidade dos produtores do País, altamente concentrados na região. O diretor da Conab lembrou ainda que nas regiões em que o governo quer ver o crescimento da produção, os preços mínimos têm aumentado significativamente nos últimos anos. É o caso de Bahia, Piauí e Maranhão.

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Fonte:
O Estado de S. Paulo

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