Agrotóxicos: Mapa defende "avaliação" antes de banimento
Segundo Luís Rangel, coordenador da Secretaria de Defesa Agropecuária da pasta, a iniciativa de manter a utilização das substâncias foi tomada para que o Ibama e a Anvisa se mobilizem e participem da avaliação de risco.
A avaliação de risco é um estudo que combina os dados dos efeitos tóxicos de uma substância a dados sobre a exposição (doses e frequência) das pessoas a ela.
"O Ministério da Agricultura tem a intenção de criar ferramentas de manejo do risco desses agrotóxicos para que os riscos detectados pela Saúde [Anvisa] e pelo Meio Ambiente [Ibama] sejam minimizados", afirma Rangel.
Entre as ferramentas de manejo do risco, ele citou a venda direta do fabricantes a grandes produtores e cooperativas e não no varejo.
Para Rangel, a substituição dos agrotóxicos banidos pela Anvisa seria inviável pelo custo elevado dos produtos mais modernos. Isso, afirma o coordenador, comprometeria a viabilidade econômica de muitos agricultores.
Questionado sobre se ao final de uma avaliação de risco prevaleceria o entendimento da Anvisa, Rangel diz que a "palavra final é da Anvisa".
Pesquisadora e professora de Toxicologia do Curso de Ciências Farmacêuticas da Universidade de Brasília e integrante do grupo de peritos em resíduos de pesticidas da ONU, Eloísa Dutra Caldas diz que o problema é complexo.
Embora considere que, num mundo ideal, esses agrotóxicos devessem ser banidos, ela sustenta que "o agricultor precisa desses inseticidas, porque os substitutos são muitos caros".