Falhas no sistema impedem controle na venda de agrotóxicos
Paulo Bortholazzi, representante comercial de uma empresa de defensivos agrícolas, de Sertanópolis, norte do Estado, tentou por diversas vezes entrar no site do Siagro, mas sem sucesso. Além dele, um agrônomo da empresa tentou repassar as informações durante a madrugada, mas também não conseguiu. ""Estão entregando o produto sem receita, o que é mais grave"", disse. Para ele, a ideia do Siagro é muito boa, mas desde que funcione.
Para utilizar o sistema, o agrônomo acessa o site, emite a receita, envia para o Siagro e, em seguida, imprime para que o produtor possa comprar o produto.
O coordenador da Divisão de Fiscalização de Insumos da Seab, Adriano Riesemberg, disse que a Celepar foi surpreendida pelo grande volume de arquivos de receitas e, por isso, teve dificuldades de atender a todos. A previsão é que o problema esteja resolvido hoje.
Ele destacou que o programa estava no ar desde abril para testes dos profissionais das empresas de produtos agrícolas. ""Poucos deles aproveitaram esse período"", afirmou. Riesemberg esclareceu que, mesmo com os problemas no sistema, não haverá prejuízo para ninguém. Desde segunda-feira, quando o sistema entrou em vigor, até ontem a Seab já registrou 6.800 arquivos de receitas enviadas pelo sistema.
Riesemberg disse que, indiretamente, a inovação vai ajudar a combater os agrotóxicos pirateados que vêm do Paraguai. A Seab terá indicativos das propriedades rurais que não registram as receitas o que poderá levar a possíveis investigações.
Segundo ele, o contrabando é combatido em conjunto pela Seab, Polícia Federal, Ministério da Agricultura e Ibama. Já foram realizadas operações de uma semana cada uma nas regiões Sudoeste, em Londrina e Cascavel para buscar indícios de agrotóxicos contrabandeados.