Onda de calor afeta crescimento russo e incêndios se espalham

Publicado em 11/08/2010 11:50



A letal onda de calor que atinge a Rússia pode privar o país de US$ 14 bilhões em seu crescimento econômico, disseram economistas nesta terça-feira.

Enquanto incêndios se proliferam em várias províncias, os meteorologistas preveem pelo menos mais uma semana de temperaturas excepcionais.

O primeiro-ministro Vladimir Putin, mais uma vez lustrando sua imagem de "homem de ação", voou em um avião-bombeiro, jogando água sobre um incêndio a sudeste de Moscou. A TV estatal o mostrou com fones de ouvido em um cockpit, apertando botões num controle portátil.

Alexei Nikolsky/AP
O premiê russo, Vladimir Putin, no assento do co-piloto, sobrevoa área de floresta incendiada na região de Ryazan
O premiê russo, Vladimir Putin, no assento do co-piloto, sobrevoa área de floresta incendiada na região de Ryazan

Meteorologistas disseram na segunda-feira que a onda de calor já dura 50 dias seguidos em Moscou e no centro do país, com temperaturas durante o dia em torno de 32ºC ou acima.

Um agente do Ministério do Interior e um agente penitenciário morreram combatendo as chamas perto do centro de pesquisas nucleares de Sarov e na vizinha região da Mordóvia.

Agora já são 54 vítimas fatais por causa dos incêndios, mas médicos disseram que centenas de pessoas podem ter morrido devido aos efeitos do calor. A embaixada dos Estados Unidos em Moscou dispensou funcionários não essenciais.

EFEITO ECONÔMICO

A pior onda de calor já registrada no país pode resultar numa redução de até um ponto percentual do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, enfraquecendo a recuperação depois da queda de 7,9% em 2009, resultado da crise financeira global.

A expectativa deste ano era de uma alta de 4%, que será revista devido aos prejuízos com os incêndios e o efeito do calor sobre as lavouras.

Na noite de segunda-feira, o governo aprovou uma proposta do ministro das Emergências, Sergei Shoigu, de investir 54 bilhões de rublos (US$ 1,81 bilhão) nos próximos três anos na modernização dos serviços de combate a incêndios, cujas deficiências ficaram claras neste verão.

Críticos dizem que a verba é pouca, e chega tarde demais.

Stanislav Belkovski, analista político crítico ao Kremlin, disse que os gastos "não vão resolver problema algum", pois, segundo ele, o país precisa de dezenas de milhares de caminhões de bombeiros e dezenas de aviões que não são mais fabricados internamente.

O ministério das Emergências disse que a área afetada pelos incêndios florestais manteve-se na terça-feira em 1.740 quilômetros quadrados, divididos em 557 focos. Uma porta-voz disse que 42 aeronaves e quase 166 mil pessoas participam do combate às chamas.

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Fonte:
Folha de S. Paulo

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