"Agroinflação" volta a preocupar. Trigo puxa alta dos preços

Publicado em 02/09/2010 07:20 e atualizado em 02/09/2010 10:28
A forte alta do trigo no mercado internacional em agosto, que puxou a valorização do índice de preços de alimentos da FAO, o braço das Nações Unidas para agricultura e alimentação, não é o único sinal de pressão do campo sobre as taxas inflacionárias globais. Outras commodities agrícolas continuam em alta, como a soja, e a mesma FAO também já constatou uma expressiva disparada das carnes em geral - o índice específico nesta frente atingiu seu pico em 20 anos, segundo o "Financial Times" -, em boa medida graças à valorização dos grãos usados nas rações.

Conforme já informou o Valor, tal pressão também ocorrerá no mercado doméstico. No caso do trigo, por exemplo, os efeitos já são concretos. Segundo a Associação Nacional das Indústrias de Biscoitos (Anib), com o aumento de insumos e serviços será necessário um reajuste de até 9% nos preços de biscoitos e massas. Nas contas da entidade, apenas a farinha de trigo especial, usadas em massas frescas, já subiu 30%.

No segmento de carnes, previu a Brasil Foods na terça-feira, os custos dos grãos que compõem as rações demandas pela companhia deverão subir de 5% a 7% até o fim do ano.

Como o movimento não é só brasileiro, o índice de preços de alimentos da FAO não deverá ficar imune às valorizações dos produtos do agronegócio. Em agosto, o índice subiu 5% e alcançou o nível mais elevado desde setembro de 2008, embora ainda inferior em 38% ao recorde histórico, de junho daquele ano. Ainda que a "estrela" do aumento tenha sido o trigo, açúcar e oleaginosas - soja entre elas - também foram lembrados como produtos que levaram ao resultado apurado.

Conforme a FAO, a produção global de cereais foi revista para baixo e deverá atingir 2,238 bilhões de toneladas, 41 milhões a menos do que as projeções de junho. A redução se deve essencialmente à quebra do trigo na Rússia, ainda que haja melhoras nos EUA e na China. Os estoques de trigo também vão diminuir 9%, passando a 181 milhões de toneladas.

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Fonte:
Valor Econômico

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2 comentários

  • Telmo Heinen Formosa - GO

    Este jornal deveria ser rebatizado para "Valor Anti-Econômico"... e seus mentores, juntamente com os ignorantes da FAO deveriam fazer um cursinho de aritmética para aprenderem a não causar pânico mundial entre os crentes de todas as religiões que são sempre os primeiros a serem atingidos com estas bombásticas, espalhafatosas e abobalhantes manchetes. A seguir deveriam ser enchidos de gozação todos os que acreditam nas baboseiras divulgadas e que não aplicam um minimo de critério quando leem sobre isto.

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  • Cristiano Zavaschi Cristalina - GO

    Quando sobe o preço de um carro , uma moto, uma televisão de plasma o sujeito além de não reclamar, paga juros, parcela , faz qualquer negócio. Agora quando os alimentos sobem , muitas vezes para recuperar meses ou anos de preços aviltados a chiadeira é geral e parece que vai ser o fim dos tempos. Ora , graças ao agricultor brasileiro o dispendio financeiro para a alimentação de um indíviduo é de 15% de seus rendimentos em média. Agora se os técnicos da FAO forem iguais a um tal de Plínio de Arruda Sampaio, que já compôs os quadros desta entidade, vai se chegar 'a conclusão que o mundo vai acabar amanhã. A população tem que ser esclarecida sobre a importância do EQUILÌBRIO nas cadeias produtivas, se ocorrem estes "soluços" nos preços é uma tentativa de se equilibrar oferta e demanda. E a FAO que pare de pregar o Apocalipse todos os anos.

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