Presidente emérito do DEM atribui fala de Lula a bebida alcoólica

Publicado em 14/09/2010 18:18



O presidente emérito do DEM, Jorge Bornhausen, atribuiu os ataques do presidente Lula ao partido à ingestão de bebidas alcoólicas antes de comícios. Em evento ontem em Santa Catarina, onde Bornhausen construiu sua carreira política, Lula afirmou que é preciso "extirpar" o DEM, ex-PFL, da política brasileira.

"Aconselho o presidente Lula a não faltar com a verdade, a não inaugurar obras inacabadas e a não ingerir bebida alcoólica antes dos comícios", afirmou o ex-senador à Folha. "É uma manifestação chavista, incompatível com a democracia."

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Lula Marques/Folha Imagem
Bornhausen atribuiu ataques de Lula à ingestão de bebidas alcoólicas antes de comícios.

No discurso de ontem, Lula falou que o DEM "alimentou ódio", em referência a uma frase dita por Bornhausen em 2005, durante o escândalo do mensalão. À época, o dirigente do DEM comentou: "Estaremos livres dessa raça pelos próximos 30 anos".

O petista disse ainda que "já sabemos quem são os Bornhausen. Eles não podem vir disfarçados carneiros. Já conhecemos as histórias deles".

Logo após o comício em Joinville (SC), o líder do DEM na Câmara, Paulo Bornhausen (SC), filho de Jorge, disse em nota que o presidente, para pronunciar o nome dos Bornhausen dentro de Santa Catarina, "tem que estar são e lavar a boca antes".

NAZISMO

O presidente do DEM, Rodrigo Maia (RJ), disse que Lula agiu de forma "desequilibrada" e "autoritária". "O caminho para extirpar o adversário é na linha da Alemanha nazista. O presidente age de forma autoritária ao invés de deixar o eleitor decidir. Ele teve coragem, numa forma absurda, de sugerir isso em um momento eleitoral."

Maia disse que o DEM não pretende ingressar com ações judiciais contra Lula porque a relação com o presidente é política. "Temos certeza que esse é o caminho para a democracia. Pena que o presidente não ache isso. Veja do que é capaz um líder, mesmo com altas popularidades."

Pai de Rodrigo, o candidato ao Senado pelo Rio, César Maia, adotou o mesmo discurso contra Lula. "Essa é uma expressão muito comum entre os nazistas contra os judeus, extirpar os judeus. Hitler dizia isso cada vez que ia ao palanque", atacou.

"Lula, PT e Dilma deviam se preocupar em extirpar mensaleiros, sanguessugas que, depois de saquearem o dinheiro público, continuam no governo", afirmou o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), em sua página no Twitter.

O deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA) disse que a frase de Lula veio em um "bom momento" para mostrar à população brasileira os riscos da manutenção do PT no poder. "Está nascendo um déspota. Ele demonstra o viés antidemocrático do governo para o qual o Brasil está caminhando. Espero que a frase sirva de advertência para o povo brasileiro de que esse é o caminho de um partido cínico."

Fonte: Folha de S. Paulo

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