Nota de Erenice Guerra provoca apreensão na campanha petista
Causou apreensão no comando da campanha petista a nota divulgada ontem por Erenice Guerra, na qual a sucessora de Dilma Rousseff na Casa Civil atribui as acusações que envolvem sua família a um movimento "em favor de um candidato já derrotado", informa o "Painel" da Folha, editado por Renata Lo Prete.
Os preocupados argumentam que, não bastasse a imprevidência de declarar a eleição encerrada, por mais folgada que seja a liderança nas pesquisas, a nota peca por aproximar Erenice da candidatura de Dilma --quando a petista deixou claro, em resposta dada domingo no debate Folha/Rede TV!, que a estratégia da campanha vai toda na direção contrária.
Na nota, Erenice ataca Serra por conta das denúncias de tráfico de influência contra ela e seu filho Israel, publicadas na edição desta semana da revista "Veja".
Na nota distribuída pela assessoria oficial da Casa Civil, a ministra afirma que o caso é uma campanha apenas em favor "de um candidato aético e já derrotado, em tentativa desesperada da criação de um 'fato novo' que anime aqueles a quem o povo brasileiro tem rejeitado".
"Lamento, sinceramente, que por conta da exploração político-eleitoral, mais que distorcer ou inventar fatos, se invista contra a honra alheia sem o menor pudor, sem qualquer respeito humano ou, no mínimo, com a total ausência de qualquer critério profissional ou ética jornalística", afirma a ministra.
Ela também informa que enviou ofícios aos ministros Jorge Hage (Controladoria-Geral da União) e Luiz Paulo Barreto (Justiça) para que façam uma investigação sobre as denúncias.
"Espero celeridade e creio na exação e competência das autoridades às quais solicitei tais apurações", diz a ministra, na mensagem que traz os ofícios anexados.
Os ministros foram escalados ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para falar do caso. Já o ministro Guido Mantega (Fazenda) foi chamado para tratar do caso das quebras de sigilos na Receita.