Lula intercede para blindar Dilma de escândalo na Casa Civil

Publicado em 15/09/2010 10:21 e atualizado em 15/09/2010 11:06
Estratégia adotada pelo governo é a de culpar a oposição pela revelação de que Erenice praticou tráfico de influência
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, participam da cerimônia de assinatura do contrato de concessão da Usina Hidrelétrica Belo Monte, em 26 de agosto de 2010

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, participam da cerimônia de assinatura do contrato de concessão da Usina Hidrelétrica Belo Monte, em 26 de agosto de 2010 (Sérgio Lima/Folhapress)

Após o encontro com Lula, Erenice divulgou nota no site da Presidência da República com ataques a Serra, chamando-o de 'candidato derrotado'

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu agir para evitar que o escândalo envolvendo a ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, prejudique sua candidata à Presidência, Dilma Rousseff.

Além de ordenar à Esplanada que providenciasse respostas sobre as irregularidades na Receita e na Casa Civil o mais rápido possível, Lula optou por dar à repercussão do escândalo um ar meramente eleitoreiro, atacando o candidato tucano José Serra. Conforme reportagem publicada nesta quarta-feira pelo jornal O Estado de S. Paulo, partiu do presidente a tentativa de classificar a oposição como a culpada pela repercussão que o caso ganhou. 

Em sua edição desta semana, VEJA traz à tona o esquema de aparelhamento do estado montado sob a supervisão de Erenice. Com a anuência da mãe, o filho da ministra, Israel Guerra, transformou-se em lobista em Brasília, intermediando contratos milionários entre empresários e órgãos do governo, mediante o pagamento de uma "taxa de sucesso".

Temendo que a revelação de que Erenice, sucessora de Dilma no cargo, praticava tráfico de influência na Casa Civil resulte em perda de votos para a candidata petista, Lula reuniu vários ministros na manhã de terça-feira para discutir o impacto do escândalo. O presidente escalou o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, para dar explicações sobre o caso. Em entrevista concedida à tarde, Barreto disse que a Polícia Federal irá investigar o escândalo, mas que Erenice não será ouvida e nem é suspeita de envolvimento no caso.

Após o encontro com Lula, Erenice divulgou nota no site da Presidência da República com ataques a Serra. A ministra classifica a repercussão do escândalo como uma campanha a favor "de um candidato aético e já derrotado, em tentativa desesperada da criação de um 'fato novo' que anime aqueles a quem o povo brasileiro tem rejeitado".

Até Dilma mudou de atitude após a interferência de Lula. A candidata, que no domingo se recusou a dizer se punha ou não a mão no fogo por Erenice e pediu investigações rigorosas sobre o caso, concedeu coletiva na tarde de terça para sair em defesa de seu braço-direito. “Tenho certeza de que a ministra Erenice, pelo o que eu conheço dela, se emprenhará nesta apuração”, declarou. “Eu não me sinto atingida por essa denúncia. Eu acho essa denúncia mais um factoide”, completou Dilma.

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Veja.com

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