Serra diz que saída de Erenice é 'um primeiro passo' e cobra investigações

Publicado em 16/09/2010 18:13



O candidato à Presidência pelo PSDB, José Serra, disse na tarde desta quinta-feira, em Campinas (93 km de SP), que a saída de Erenice Guerra da Casa Civil é "um primeiro passo" e cobrou "investigações sérias" sobre as acusações que envolvem a ex-ministra e seu filho.

Uma empresa de Campinas confirmou, segundo reportagem da Folha, que um lobby opera dentro da Casa Civil e acusou um filho de Erenice de cobrar dinheiro para obter liberação de empréstimo no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

"A saída [da ministra] é um primeiro passo. Tem que ver as investigações agora, porque até ontem estavam dizendo que era uma jogada eleitoral", disse Serra.

"Estavam procurando jogar areia nos olhos com essa história. Agora, todo o escândalo que aparece sempre tem um pretexto. [Dizem que] é a eleição, que são denúncias de caráter eleitoral. A prova é que o governo foi obrigado a afastar essa toda poderosa ministra", disse Serra.

O candidato disse ainda que a saída da ministra e as acusações não são uma "questão eleitoral".

"Essa é [sim] uma questão que tem a ver com os rumos do Brasil. São sucessivos escândalos na Casa Civil nos últimos anos, uma mal exemplo para o Brasil e também um problema grave para o funcionamento do governo. Eu não falo aqui como candidato, eu falo como brasileiro", disse o tucano.

O candidato tucano realizou uma caminhada pelas principais ruas e avenidas do centro de Campinas.

Miriam Belchior perde força, e Paulo Bernardo se torna opção mais viável para Casa Civil

 O presidente 

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, passou a ser cogitado para a função, pela desenvoltura política demonstrada ao longo do governo. Ele entrou em férias esta semana para se dedicar à campanha eleitoral no Paraná.

Folha apurou que a coordenadora-geral do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), Miriam Belchior, cotada para o lugar de Erenice, perdeu força nas últimas horas porque ela está com receio de assumir o cargo e virar alvo da imprensa.

Miriam não foi chamada para conversar com o presidente, apesar de ter sido avisada da possibilidade de virar ministra. Ela, porém, está reticente em aceitar.


Lima foi indicado por Erenice para a secretaria-executiva do ministério. No período em que Dilma Rousseff esteve no comando da Casa Civil, ele era subchefe-adjunto de Análise e Acompanhamento de Políticas Governamentais. Funcionário de carreira, foi interventor da Previ (fundo de previdência privada dos funcionários do Banco do Brasil) e inventariante da LBA no governo Fernando Henrique Cardoso.

NOVO LOBBY

Uma empresa de Campinas confirma, segundo reportagem da Folha, que um lobby opera dentro da Casa Civil e acusa o filho de Erenice Guerra, Israel, de cobrar dinheiro para obter liberação de empréstimo no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Erenice também teria atuado, segundo reportagem publicada na revista "Veja", para viabilizar negócios nos Correios intermediados por uma empresa de consultoria de propriedade de seu outro filho, Israel.

CARTA DE DEMISSÃO

Em sua carta de demissão, Erenice afirma que precisa de "paz e tempo" para se defender das acusações de lobby. A carta foi lida pelo porta-voz da Presidência da República, Marcelo Baumbach, depois que ela se reuniu com o presidente Lula.

"Senhor presidente, por ter formação cristã não desejo nem para o pior dos meus inimigos que ele venha a passar por uma campanha de desqualificação como a que se desencadeou contra mim e minha família. As paixões eleitorais não podem justificar esse vale-tudo. Preciso agora de paz e tempo para defender a mim e minha família fazendo com que a verdade prevaleça, o que se torna incompatível com a carga de trabalho que tenho a honra de desempenhar na Casa Civil."

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Fonte:
Folha de S. Paulo

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