Autorização para a plantação de transgênico ainda racha Europa
Apesar de a questão ser controversa, o comissário europeu para políticas de saúde e consumo, John Dalli, é favorável a deixar a cargo dos países a decisão de permitir, proibir ou restringir o cultivo de culturas alteradas que tenham sido aprovadas.
"Uma grande maioria dos Estados-membros ainda tem muitas questões neste momento", ressaltou Sabine Laruelle, ministra da Agricultura da Bélgica, país que comanda atualmente a presidência rotativa da União Europeia. "Não parece que seremos capazes de chegar a um consenso ou compromisso no prazo de um ou dois meses", disse ela.
A França, maior produtor agrícola do bloco europeu, defende que as decisões sejam tomadas em conjunto, afirmou o ministro da Agricultura Bruno Le Maire. A maior parte dos países europeus ainda rejeita as propostas de Dalli, acrescentou Isabelle Ruault, porta-voz do ministério francês.
"França e Itália contam com o apoio de um número de países agrícolas como Alemanha e Espanha", disse Ruault. Segundo ela, permitir que os países decidam sobre a questão "seria um sinal ruim para o PAC", continuou a porta-voz, referindo-se à Política Agrícola Comum da Europa.
Muitos europeus ainda questionam quão apropriado é dar mais competência individual quando o assunto é biotecnologia, particularmente o plantio. "Estou confiante que a abordagem proposta pela comissão é equilibrada", rebateu Dalli. "É do nosso interesse garantir que a autorização de cultivo ou uso de cultivares transgênicos seja a mais saudável possível".