Serra propõe debate livre na Band

Publicado em 07/10/2010 07:22


A direção da Band recebeu ontem uma proposta ousada de Luiz Gonzalez, o marqueteiro de José Serra, para o debate de domingo: um formato em que Dilma Rousseff e Serra teriam cada um dois minutos para falar alternadamente.

A Band poderia, neste formato sugerido por Gonzalez, propor temas para cada bloco mas, novamente, Dilma e Serra teriam dois minutos cada um alternadamente para tratar deles.

Amanhã, representantes do PT e do PSDB se reunirão na Band para fechar o formato do debate. Se o PT topar, será um verdadeiro debate, o que até agora não aconteceu. Mas é difícil imaginar que isso aconteça.

Por Lauro Jardim

A senadora Marina Silva, do PV, afirmou em entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira em São Paulo que o partido já iniciou a elaboração de uma lista de propostas para ser apresentada aos candidatos José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT). O documento será concluído na noite desta quinta pela cúpula do PV e entregue às duas campanhas na sexta. A adesão ou não às ideias por parte dos candidatos deve pautar a decisão do partido 

sobre o apoio a um dos dois. 

Ma

rina, mais uma vez, evitou dizer de que lado planeja ficar. “Não tenho a pretensão de ter a tutela do voto do eleitor. Vamos tomar uma posição, o que não significa apoio a um ou a outro.”

Ela fez um apelo aos membros do PV em nome do “amadurecimento político”, para que não manifestem apoio a qualquer candidato antes da decisão do partido na convenção do dia 17. “Não devemos nos perder no varejo dessa discussão nem nos ligarmos à velha política, de ficar negociando cargos. Estamos propondo uma discussão programática.”

Apesar de não terem oferecido cargos publicamente a Marina ou a aliados dela, tanto o PT como o PSDB já sinalizaram que pretendem aderir a algumas das propostas apresentadas pela verde durante a campanha, de olho em seus quase 20 milhões de votos. A senadora mostrou-se incomodada com a atitude. “Vamos ver como esse debate vai ocorrer. Não basta algo declaratório. Também não temos a intenção de que nossa plataforma será totalmente transformada no plano de governo de outros candidatos.”

Após a coletiva, Marina concedeu entrevista ao vivo por telefone à Rádio Bandnews. Questionada se a ligação com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pesaria na hora de decidir a quem apoiar, Marina desconversou. “As pessoas que nós amamos e respeitamos, continuaremos a amar e respeitar para sempre. O bom da amizade é que é algo que você pode exercitar até unilateralmente se quiser.”


Serra tece elogios a governo FHC e ataca Lula e Dilma

Ao lado de seus aliados políticos, o presidenciável José Serra (PSDB) discursou em Brasília na medida exata esperada pelos correligionários. As palavras do candidato foram as mesmas de tucanos e democratas antes do início do evento, que reuniu tanto eleitos, quanto não eleitos.

Serra elogiou com veemência o governo de Fernando Henrique Cardoso, em especial o Plano Real. Segundo ele, a moeda “acabou com uma nuvem de poeira que sufocava nosso país. A gente sabe que com inflação quem sofre são os pobres”. Mais cedo, o senador eleito Aécio Neves e o presidente do DEM, Rodrigo Maia, haviam defendido a retomada de FHC nos discursos do presidenciável. Apesar de ser figura central no encontro, o ex-presidente não apareceu.

José Serra não poupou críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à sua adversária, Dilma Rousseff (PT).  Rebateu as declarações da petista contra as privatizações e disse que o governo Lula tem feito o mesmo em relação aos bancos. “Não conheço nada mais conservador e neoliberal do que a atual política econômica”, afirmou. Serra defendeu a aprovação de uma lei no Congresso Nacional que limite a participação de chefes do executivo nas campanhas.

O tucano consolou aliados políticos, como o senador Tasso Jereissati, que não conseguiu se eleger no Ceará. Para Serra, o responsável pela perda política do colega foi o presidente Lula que, segundo ele, massacrou Jereissati. A referência também era ao discurso do presidente em um comício, dizendo que desejava extirpar a oposição. “Nunca tratei, não trato e não vou tratar oposição como inimigo da pátria”, disse Serra.

O presidenciável disse ainda que a grande maioria do PT tem duas caras e que o partido possui “uma indústria de mentiras trabalhando”. “Nunca ninguém ouviu falar de uma sujeirinha contra mim”, concluiu. Serra também defendeu a liberdade de imprensa, sem opressão.

Aborto - Na tentativa de atacar sua adversária, Serra acabou cometendo um deslize ao falar de aborto. Trocou as palavras e afirmou ser favorável à medida: “Eu nunca disse que sou contra o aborto, sou a favor”. Com a reação assustada da plateia, o candidato se corrigiu e criticou a postura dúbia de Dilma Rousseff. “Errado é querer enrolar, diz uma coisa e depois diz o contrário. Essa decepção comigo não ocorrerá”, consertou.

O presidente do PSDB, Sérgio Guerra, foi no mesmo tom: “A Dilma tem que se explicar. É preciso assumir a verdade se é ou não contra o aborto. Mas de uma 

maneira convincente, não isso que nós estamos vendo”.

do Blog Josias de Souza (Folhaonline)

Lula agora deseja que Dilma realize comícios sem ele

Presidente cobra também 'ajustes'  na propaganda de TV

Em rara autocriticia, ele acha que errou ao atacar a mídia

  
Lula discutirá com Dilma Rousseff e com os operadores do comitê de sua pupila ajustes na dinâmica da campanha de rua e na propaganda de TV.

Depois de passar todo o primeiro turno dividindo palanques com Dilma, o presidente deseja, agora, que sua candidata faça também comícios sem ele.

Justifica a alteração com o argumento de que convém diversificar a programação, levando a campanha ao maior número possível de praças.

Assim, num segundo turno de curta duração, parte dos comícios seria comandada pela própria Dilma. Outra parte, por Lula.

 

Eventos com a presença de ambos passariam a ser exceções.

Como subproduto da tática, as aparições individuais de Dilma ajudariam a afastar dela a pecha de lulodependente.

Em privado, Lula trocou a estratégia em miúdos. Afirma que ajudará mais à campanha se concentrar seus esforços no Nordeste.

Dilma privilegiaria os centros urbanos. Para Lula, a agenda precisa regular com o mapa de votação. A candidata iria às praças onde obteve menos votos.

Lula se autoescala para o Nordeste porque é nesse pedaço do mapa que sua popularidade é mais alta. Na média, Passa dos 80%.

Entre os nordestinos, Dilma obteve, em média, 60% dos votos. Prevaleceu com folga sobre José Serra. Mas passou longe do índice de aprovação do patrono.

Condutor da própria sucessão, Lula avalia que é preciso ajustar também a propaganda televisiva, sob responsabilidade do marqueteiro João Santana.

Afirma que falta “povo” nos programas de TV. Para ele, as peças não traduzem o calor com que Dilma é recebida nas viagens.

Defende também que a campanha oficial “baixe a bola” nos discursos. Nesse ponto, Lula faz uma rara autocrítica.

Admite que errou ao vergastar a mídia. Forneceu munição para o discurso do medo que a oposição constrói contra Dilma.

No mais, Lula revela-se preocupado com o ânimo de sua candidata. Lamenta que a chegada do segundo turno a tenha deixado demasiado abatida.

Calejado, afirma que não há razão para tanto. Declara-se convencido de que a vitória foi apenas adiada.

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Fonte:
Veja.com

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