Serra ganha os votos de Marina

Publicado em 08/10/2010 09:12
...E MAIS: CONFRONTO - Dilma pede direito de resposta a TV católica ** PV reage e ensaia rebelião contra Marina...

Serra ganha os votos de Marina

Uma pesquisa nacional encomendada pelo Bradesco e fechada ontem constatou que 47% dos votos de Marina Silva migraram para José Serra e 22% para Dilma Rousseff – pelo menos neste primeiro momento, claro.

Na disputa entre Serra e Dilma, segundo a pesquisa recebida ontem pelo Bradesco, ele teria 45% dos votos válidos e a petista, 55%.

Por Lauro Jardim

TFP - Trapalhadas, Falcatruas e Picaretagens

José Eduardo Dutra, presidente do PT, sempre tão eloqüente no Twitter, famoso por seu senso de humor petista, chapa de um monte de jornalistas desde os tempos em que era senador, parece à beira de um ataque dos nervos. Eu o vi ontem na TV: estava lívido. E promete reagir. Já chego lá.

Eu continuo não sabendo quem vai ganhar as eleições. Todos aqueles que sabiam e que estavam certos de que Dilma Rousseff, do PT, venceria o embate já no primeiro turno quebraram a cara, foram desmoralizados — foram, na verdade, derrotados. Não se deram por vencidos. Correram atrás de uma explicação e, em sociedade com o PT, resolveram “culpar” por seu erro a suposta migração do voto evangélico ou, mais amplamente, cristão. O tiro saiu pela culatra. Acabaram criando uma causa. Não sei quem vai ganhar, mas que é divertido ver o desespero de petistas, ah, isso é.

Acostumaram-se a ser os comandantes da boataria; acostumaram-se a destruir reputações na Internet; acostumaram-se a pautar a imprensa contra adversários — e são ainda bastante poderosos nisso. Mas, desta feita, estão em palpos de aranha, esperneando, tentando escapar da armadilha que acabaram criando para si mesmos. A palavra de ordem da hora é ameaçar os “adversários” com uma tempestade de ações judiciais e com a polícia. Só que há um probleminha aí.

Em 2006, os petistas inventaram que Geraldo Alckmin iria privatizar a Petrobras, a CEF e o Banco do Brasil. A mentira pegou. NENHUM JORNALISTA CHAMOU AQUILO DE “BAIXARIA”. Em 2010, o que pegou foi a verdade: Dilma efetivamente concedeu aquelas entrevistas defendendo a descriminação e a legalização do aborto. E agora se equilibra na corda bamba. Ontem à noite, ela se dizia “contra o aborto”. A favor, convenham, ninguém é. A questão está na criminalização ou não da prática. Sem truques, candidata!

Polícia Federal
Os petistas são doidos para chamar a Polícia Federal. Em 2006, diga-se, ela precisou ser chamada — contra os aloprados do PT, não é mesmo? Ontem, Dutra anunciou — segundo informava Andrea Jubé Vianna no Estadão Online — que pedira à PF  ”a abertura de inquérito para investigar a autoria” de um panfleto supostamente distribuído pela TFP (Tradição, Família e Propriedade) no encontro de oposicionistas ocorrido na quarta. Segundo a reportagem, “o texto orienta como difundir uma campanha contra Dilma na internet.”

Duas coisas:
1-
 Dutra pode pedir, no máximo, à PF que investigue alguma coisa. O órgão vai decidir se cabe investigação ou não. Não é o presidente do PT que decide se há inquérito ou não;
- o tal panfleto nem toca no nome de Dilma Rousseff nem orienta campanha.

Eis o PT trabalhando, apostando na confusão. Agora vamos pensar o conjunto da obra.

O tal papelucho atribuído à TFP, que não aceita mulheres, estava sendo distribuído por uma…  mulher! A organização, que está rachada no Brasil, mal existe. As correntes mais tradicionais da Igreja Católica não costumam querer qualquer proximidade com a TFP, que, enquanto teve alguma importância, recusava a autoridade do Vaticano.  Mas isso ainda poderia ser o de menos. O fundamental vem agora: por que diabos alguém distribuiria um panfleto anti-PT ou anti-Dilma (o nome dela nem aparece no texto) num encontro de oposicionistas? Para convencer quem do quê? Com que propósito? Quem quer que tenha tomado tal iniciativa buscava, evidentemente, associar as oposições a um grupo ultra-reacionário, que, em tese ao menos (se tivesse existência real), vive às turras com a autoridade do próprio papa. A quem interessa tal associação? Ao PSDB? Seria conveniente mesmo que a Polícia Federal investigasse. Afinal, tucano não é jumento.

A lambança toda não deixa de ter um aspecto curioso porque o trecho do papelucho que mais “chocou” diz o seguinte sobre o Programa Nacional de Direitos Humanos:
O PNDH-3 é um projeto de lei que tem por objetivo implantar em nossas leis a legalização do aborto, acabar com o direito da propriedade privada, limitar a liberdade religiosa, perseguir cristãos, legalizar a prostituição (e onde fica a dignidade dessas mulheres?), manipular e controlar os meios de comunicação, acabar com a liberdade de imprensa, taxas sobre fortunas o que afastará investimentos, dentre outros. É um decreto preparatório para um regime ditatorial“.

A pessoa que o redigiu para tentar, evidentemente, transformar as oposições em algozes e os petistas em vítimas — dando a Dutra a chance de pedir à PF “a abertura de um inquérito” (como se ele pudesse…) — soube ser bastante realista ao resumir o plano. Uma tramóia, afinal, precisa ser verossímil. Vejam:

1 - Aborto - o plano, com efeito, trazia como diretriz a legalização do aborto. Tanto trazia que Lula foi obrigado a recuar. Estava lá não “Ação G” do Objetivo Estratégico III:
g) Apoiar a aprovação do projeto de lei que descriminaliza o aborto, considerando a autonomia das mulheres para decidir sobre seus corpos.
(  ) verdade (  ) mentira
Como ficou -
 Diante dos protestos, o governo mudou o texto, que ficou assim: “Considerar o aborto como tema de saúde pública, com a garantia do acesso aos serviços de saúde”. É uma forma oblíqua de defender a descriminação, é claro.

2 - Direito de Propriedade - o plano, com efeito, relativiza o direito de propriedade ao propor que juízes só determinem a reintegração de posse de área invadida depois de promover audiências de que participem os invasores. Temos lá na “Ação D” do “Objetivo Estratégico VI:
d) Propor projeto de lei para institucionalizar a utilização da mediação como ato inicial das demandas de conflitos agrários e urbanos, priorizando a realização de audiência coletiva com os envolvidos, com a presença do Ministério Público, do poder público local, órgãos públicos especializados e Polícia Militar, como medida preliminar à avaliação da concessão de medidas liminares, sem prejuízo de outros meios institucionais para solução de conflitos.
(  ) verdade (  ) mentira
Como ficou - 
Nesse caso, a mudança  foi ridícula. Manteve a proposta da audiência com invasores, mas “sem prejuízo de outros meios institucionais”.

3 - Perseguição religiosa - o plano, com efeito, defendia uma variante de perseguição religiosa ao determinar, na prática, que todos os crucifixos fossem retirados de repartições públicas. Está lá na “Ação C” do Objetivo Estratégico VI:
c) Desenvolver mecanismos para impedir a ostentação de símbolos religiosos em estabelecimentos públicos da União.
(  ) verdade (  ) mentira
A proposta foi eliminada na nova redação.

4 - Prostituição - O plano, com efeito, propõe a regulamentação da prostituição na “Ação N” do Objetivo Estratégico VI, a saber:
“Garantir os direitos trabalhistas e previdenciários de profissionais do sexo por meio da regulamentação de sua profissão.
(  ) verdade (  ) mentira
A proposta foi mantida.

5 - Liberdade de imprensa - o plano, com efeito, instituía uma forma oblíqua de censura em vários trechos. Cito a “Ação A” do Objetivo Estratégico I, entre outras:
a) Propor a criação de marco legal regulamentando o art. 221 da Constituição, estabelecendo o respeito aos Direitos Humanos nos serviços de radiodifusão (rádio e televisão) concedidos, permitidos ou autorizados, como condição para sua outorga e renovação, prevendo penalidades administrativas como advertência, multa, suspensão da programação e cassação, de acordo com a gravidade das violações praticadas.
(  ) verdade (  ) mentira
Como ficou 
- A nova redação se limite a falar na regulamentação do artigo 221 da Constituição, sem os outros penduricalhos.

6 - Taxação de Grandes fortunas - O plano, com efeito, essa diretriz na Ação D do Objetivo Estratégico II:
d) Regulamentar a taxação do imposto sobre grandes fortunas previsto na Constituição.
A proposta foi mantida.

Caminhando para o encerramento
Pronto! Se o inquérito for aberto, já quebrei um galhão para a PF. O trecho pode omitir algumas pequenas mudanças, mas mentiroso, em si mesmo, não é. Assim, é preciso, então, investigar outra coisa: quem estava circulando numa reunião de oposicionistas, dizendo-se da TFP, cometendo a ridicularia de distribuir panfletos contra o governo numa reunião que já é, por natureza, antigoverno, depositando-os, de modo estratégico, na mesa do cafezinho?…

O anúncio de Dutra é uma tentativa de criminalizar as oposições para tentar tirar o foco do essencial nesse caso: as declarações dadas por Dilma em favor da descriminalização do aborto e a histórica e comprovada militância do PT e do governo Lula em favor dessa causa.

É ou não é, Dutra? Por enquanto, os truques não estão funcionando.

Por Reinaldo Azevedo

CONFRONTO - Dilma pede direito de resposta a TV católica

Por Mariângela Gallucci, no Estadão:

Desgastada com setores da Igreja por causa da questão do aborto, a candidata Dilma Rousseff entrou em mais uma via de colisão com religiosos. Ontem, os advogados da petista pediram que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determine à TV Canção Nova, ligada à Igreja Católica, que transmita uma resposta da candidata e de sua coligação a supostas ofensas veiculadas pelo padre José Augusto em uma homilia exibida ao vivo pela emissora na terça-feira. De acordo com os advogados de Dilma, o sacerdote teria pedido aos fiéis que se mobilizassem e não votassem na candidata do PT.

Apesar de ter acionado o TSE, a defesa de Dilma não acredita que o pedido formal de direito de resposta possa aumentar a tensão entre a campanha da petista e uma parcela do eleitorado ligada a grupos religiosos que a acusam de defender a prática do aborto.

“Trata-se de um fato isolado que não corresponde à programação da emissora”, afirmou o advogado Márcio Silva, que atua na defesa da petista. “Dentre outras afirmações falsas e ofensivas, de cunho difamatório e calunioso, o referido padre afirma que o PT é a favor da interrupção de gestações indesejadas”, sustentam os advogados no pedido de direito de resposta.

Alegações
Segundo a defesa, o religioso também teria imputado falsamente ao PT e a Dilma a intenção de restringir a liberdade de imprensa e de religião, de aprovar o casamento entre homossexuais e de transformar o País numa nação comunista. Os advogados alegam que não há nenhuma menção de apoio à prática do aborto no programa de governo incluído no registro de candidatura de Dilma, que foi aceito pelo TSE.

De acordo com a representação, que pede o direito de resposta de 15 minutos no horário matutino, o padre teria dito que os rumos da nação brasileira estão prestes a mudar, e para pior, se o PT vencer. “Podem me matar, podem me prender, podem fazer o que quiser. Não tenho advogado nenhum. Podem me processar e, se tiver de ser preso, serei. Não tem problema, mas eu não posso me calar diante de um partido que está apoiando o aborto, e a Igreja não aprova”, teria dito o padre, segundo a representação. Aqui

Informo
O vídeo a que Dilma se refere em seu pedido de resposta é este, do padre José Augusto.

Marilena Chaui e Dalmo Dallari comandam ato ilegal na São Francisco

Há coisas sobre as quais sinto certa vergonha até de escrever, embora “eles” não tenham vergonha de fazer.

Marilena Chaui e Dalmo Dallari comandam hoje um “Ato por Dilma presidente” na Sala dos Estudantes da Faculdade de Direito do Largo São Francisco - outros estarão presentes (já falo a respeito). É ilegal! O Artigo 73 da Lei 9504/97 (Lei Eleitoral) é claríssimo:

Art. 73. São proibidas aos agentes públicos, servidores ou não, as seguintes condutas tendentes a afetar a igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais:
I - ceder ou usar, em benefício de candidato, partido político ou coligação, bens móveis ou imóveis pertencentes à administração direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;

A “Sala dos Estudantes” se enquadra nessa categoria. A patuscada, se realizada no local, é escancaradamente ilegal. Quando é que o estado de direito começa a ir para o brejo? Quando professores de direito se juntam para, como é o caso, desrespeitar a lei. É um acinte! Uma vergonha! Antônio Magalhães Gomes Filho, diretor da faculdade, emitiu um comunicado lembrando que a direção não autorizou o uso da sala.

O mais surpreendente
No dia 22, Helio Bicudo e outros juristas lançaram o Manifesto em Defesa da Democracia, que já conta, diga-se, com mais de 78 mil assinaturas. Embora o fosse suprapartidário, os manifestantes não tiveram autorização para lançá-lo dentro da faculdade; tiveram de fazê-lo do lado de fora. Não puderam nem mesmo usar um microfone. Os presentes tiveram de repetir em coro os trechos lidos por Bicudo.

Lê-se no Manifesto em Defesa da Democracia:
“Acima dos políticos estão as instituições, pilares do regime democrático. Hoje, no Brasil,  inconformados com a democracia representativa se organizam no governo para solapar o regime democrático.
É intolerável assistir ao uso de órgãos do Estado como extensão de um partido político,
 máquina de violação de sigilos e de agressãoa direitos individuais.
É inaceitável  que militantes  partidários  tenham convertido  órgãos da administração direta, empresas estatais e fundos de pensão em centros de produção de dossiês contra adversários políticos.”

Pois bem: Dalmo de Abreu Dallari, um dos que convocam a manifestação ilegal desta sexta, resolveu fazer um contramanifesto - para o qual, diga-se de passagem, ninguém deu bola. Entre os signatários estavam os professoresSalomão Shecaira, Gilberto Bercovici, Alysson Mascaro e Alessandro Octaviani, os mesmos que, como informa o panfleto da convocação, endossam a ilegalidade de hoje.

E quem é a sacerdotisa de Baco a comandar a festa? Marilena Chaui, a especialista em ética, aquela que usa Spinoza para justificar Delúbio Soares, Erenice Guerra e os menudos da Casa Civil.

Por Reinaldo Azevedo

Ciro, coordenador de Dilma, defende descriminação do aborto, vê mafiosos e frouxidão moral no PT e desconfia da honradez do PMDB

Ciro Gomes, um dos novos coordenadores da campanha da candidata do PT, Dilma Rousseff, dá uma entrevista bem impressionante à Folha de S. Paulo. Segundo ele, há “frouxidão moral no PSDB e no PT”, mas ele só aceita falar daquelas que supostamente existem no partido adversário. Além da frouxidão, o partido de Dilma também conta com alguns “aprendizes de mafiosos”. Não só isso. Leiam esta pergunta e essa resposta sobre o PMDB:

Sobre PMDB, o sr. disse que o [Michel] Temer [presidente do partido e vice de Dilma] estava chefiando uma turma de pouco escrúpulo.
Penso que essa aliança PT e PMDB tem contradições graves. Sou aliado do PMDB no Ceará, acabamos de eleger um senador do PMDB, o vice nosso é do PMDB. Então eu acho que há uma contradição, mas no Brasil é impossível governar sem essa contradição. O que é preciso é pôr sobre essa contradição uma hegemonia moral e intelectual clara. E isto que eu acho que ainda falta.

Voltei
Entendi. Segundo Ciro, o PMDB precisa ser mantido na rédea curta. Então tá. Ele está na campanha da candidata cujo partido é moralmente frouxo, onde há alguns mafiosos, e que é aliado de uma legenda que não é de confiança, embora tenha o candidato a vice-presidente. Registrado.

Se ele, que coordena a campanha diz isso, eu acredito. É o caso de advertir os brasileiros. Afinal, ele está lá dentro; deve saber do que fala.

Por Reinaldo Azevedo

Ciro é do tipo que anda de limusine no EUA com a “family”

Há dois tipos de turistas nos EUA: os que andam de limusine e os que não andam. Ciro é do tipo que anda - com a “family”. O vídeo abaixo foi feito certamente por seus adversários. Aquele outro senhor que se vê ali é Cid Gomes, governador reeleito do Ceara. Num dado momento, a “family” começa a falar da grana gasta nas compras. Ciro, prudente, dá bronca. Alguém diz:
- Quanto é o presente?
E Ciro:
- Pára com isso. Não Vâmu falar de compra não! Falar de compra e de dinheiro pra quê?

Ciro é mesmo um moralista rigoroso. Até demais! Que mal há em falar no dinheiro gasto numa viagem quando ganho honestamente? Mas ele é severo demais nessa coisa de “hemonia moral”.

A limusine vai deslizando, levando a “family”. 


Por Reinaldo Azevedo

PV reage e ensaia rebelião contra Marina

Por Bernardo Mello Franco, na Folha:
As críticas de Marina Silva ao suposto apetite do PV por cargos, reveladas ontem pela Folha, provocaram uma rebelião no comando do partido. Próxima ao PSDB, a cúpula verde ameaça boicotar a convenção marcada para o dia 17 e anunciar apoio a José Serra na semana que vem, à revelia da ex-presidenciável. Marina foi duramente atacada em reunião organizada às pressas pelo presidente da sigla, José Luiz Penna, em Brasília. Participaram cerca de 20 pessoas, algumas com cargos no governo paulista e na Prefeitura de São Paulo, administrada pelo DEM. A senadora não foi chamada.

No encontro fechado, o grupo de Penna acusou a candidata derrotada à Presidência de desrespeitar a cúpula do partido, ao qual se filiou em agosto de 2009. “Todos ficaram indignados”. disse Marcos Belizário, secretário municipal da Pessoa com Deficiência em São Paulo. “Estou espantado. Acho um absurdo a pessoa comentar isso de seus dirigentes, seus colegas, das pessoas que se dedicaram à campanha dela.”

OFENSA
Segundo Belizário, aliado do prefeito Gilberto Kassab (DEM), Marina teria demonstrado desprezo pela direção partidária. “Do meu ponto de vista, foi uma grosseria dela. Eu me senti ofendido”, disse. Os dirigentes traçaram uma estratégia para demonstrar poder e minar os planos da senadora, que tem indicado que pretende se declarar neutra no segundo turno.

Penna convocou uma reunião da Executiva Nacional do partido na próxima quarta-feira, em Brasília. O encontro pode precipitar a decisão da legenda, que havia sido adiada para o dia 17, a pedido da candidata derrotada. Na Executiva, em que Marina tem apenas 10 de 60 votos, a tendência é pela aprovação do apoio a Serra, mesmo que os filiados sejam liberados para tomar outras posições em caráter pessoal.

Para reduzir a desvantagem numérica, a senadora havia convencido a cúpula partidária a transferir a decisão sobre o segundo turno a um colegiado mais amplo, com a participação de ambientalistas, religiosos e militantes do Movimento Marina Silva, incluindo delegados sem filiação ao PV. Aqui

Por Reinaldo Azevedo

Ministra do STM que impede acesso a processo de Dilma foi sua assessora!

Por Lucas Ferraz e Gabriela Guerreiro:
A ministra do STM (Superior Tribunal Militar) que suspendeu o julgamento de ação da Folha para ter acesso ao processo que levou Dilma Rousseff à prisão, na ditadura militar (1964-1985), trabalhou na Casa Civil e assessorou deputados do PT. Maria Elizabeth Rocha foi assessora da subchefia de Assuntos Jurídicos da Casa Civil de fevereiro de 2003 a março de 2007, quando foi nomeada, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministra do STM.

Sua indicação partiu de Dilma, que chefiou a Casa Civil de 2005 a 2010. Procuradora federal da AGU (Advocacia-Geral da União), Maria Elizabeth ficou na Casa Civil até assumir o posto no STM. Nesta semana, enquanto o tribunal julgava ação protocolada pela Folha para acessar os autos arquivados no tribunal há 40 anos, referentes à participação de Dilma na luta armada, Maria Elizabeth pediu vista (mais tempo para analisar) do processo.

O julgamento estava empatado (2 a 2) e foi paralisado pela ministra, sob o argumento de que precisava de “mais informações”. Questionada se não se considerava impedida de atuar em processo referente a Dilma Rousseff, Maria Elizabeth respondeu, por e-mail:
“Não há motivo, nem ético, nem legal, para que eu me declare impedida ou suspeita de julgar o mandado de segurança”. Ela também afirmou não conhecer Dilma pessoalmente.
Sobre o pedido de vista, ela afirmou ser um “procedimento normal, previsto regimentalmente”. “Pretendo retornar com os autos dentro de três sessões ordinárias”, disse ela.

Se respeitado o prazo, o julgamento deve ser retomado em duas semanas. Taís Gasparian, advogada do jornal, espera uma decisão até o segundo turno, para que os leitores tenham mais informações sobre o passado de Dilma. A ministra do STM também disse que “não configura qualquer impedimento” o fato de ela ter advogado para a liderança do PT ou parlamentares do partido, como os casos dos deputados João Paulo Cunha (SP) e Virgílio Guimarães (MG).

SIGILO
No dia 17 de agosto, a Folha revelou que o processo sobre a petista estava trancado em cofre no STM. O material foi retirado dos arquivos e mantido em sigilo por decisão do presidente do STM, Carlos Alberto Marques Soares, que diz querer evitar o uso político do material. O mandado de segurança foi protocolado depois que o presidente do STM negou acesso ao jornal.

Na semana passada, o relator do mandado de segurança, Marcos Torres, negou provisoriamente o acesso. Disse que a decisão deveria ser do plenário do STM. A sessão suspensa julgava exatamente a liberação ou não do acesso aos autos.

Por Reinaldo Azevedo

Petrobrás perde R$ 28,4 bilhões com relatórios de bancos e boatos

No Estadão:
Em dois dias marcados por intensa boataria entre operadores do mercado financeiro e pelos efeitos de relatórios bancários desfavoráveis para o comportamento de suas ações, a Petrobrás perdeu R$ 24,9 bilhões de valor em bolsa. Na comparação com o início da semana, a perda foi ainda maior: R$ 28,4 bilhões, o equivalente a uma empresa do porte da Vivo.

A queda foi de 7,5% em relação ao que a empresa valia na segunda-feira. Naquela ocasião, contabilizados os ganhos do fechamento da oferta suplementar da capitalização, a empresa bateu R$ 380,82 bilhões em bolsa. Hoje, pelos cálculos da consultoria Economática, a empresa encerrou o pregão da Bovespa com valor de mercado de R$ 352,43 bilhões.

Desconsiderando as fortes oscilações dos papéis da empresa pós-capitalização, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou de forma ufanista sobre os rumos da empresa na solenidade que marcou a ampliação do Centro de Pesquisas (Cenpes) da estatal. E previu que a companhia ocupará a primeira colocação no ranking mundial, entre seus pares internacionais.

“Eu tive o orgulho - eu, um metalúrgico que virou presidente da República - de ter participado na semana passada da maior capitalização da Humanidade. A maior do capitalismo, e que elevou o patrimônio da Petrobrás para US$ 220 bilhões. Não é real não! É em dólares! Virou a segunda empresa no mundo, só perdendo para Exxon… por enquanto. Mas o Estrella (Guilherme Estrella, diretor de Exploração e Produção) promete mais pré-sal por aí…”, disse Lula, em discurso para uma plateia basicamente de técnicos.

As ações preferenciais registraram na quinta-feira a menor cotação em 18 meses, arrastadas por uma onda de rumores que os analistas não sabem de onde partiu e que envolveu desde expectativas de denúncias de irregularidades no comando da empresa a supostos ganhos ilegais no processo de capitalização. Nada ocorreu de concreto, mas a intensidade dos efeitos dos boatos surpreendeu analistas que acompanham a movimentação dos papéis da empresa.

“A movimentação com as ações da Petrobrás foi muito forte, principalmente pela manhã. Só nas primeiras duas horas de funcionamento do pregão foram movimentados R$ 800 milhões. Depois, a situação se acalmou um pouco e o ritmo de venda diminuiu”, comentou o chefe da área de análise da Modal Asset Management, Eduardo Roche.

Bancos

Parte do “efeito manada” foi atribuído pelos próprios analistas aos relatórios recém-divulgados de seis bancos - cinco deles diretamente envolvidos no processo da oferta pública das ações - com avaliações menos otimistas sobre o comportamento esperado para os papéis. Dois rebaixaram suas recomendações de compra e outros quatro reduziram o preço-alvo.

“O mercado acionário é movido por inúmeras variáveis que são difíceis de quantificar”, disse, por e-mail, o diretor financeiro da Petrobrás, Almir Barbassa, que preferiu abster-se de comentários sobre os rumores. Em entrevista à noite, no Cenpes, ele argumentou que os analistas financeiros “colocam a Petrobrás acima da média” e que o “preço-alvo das ações foi mantido”.

O presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, atribuiu a “ajustes de carteiras” a incomum movimentação dos papéis da empresa nos últimos dias. “Acredito que o mercado vai rapidamente se ajustar a isso e voltar a uma perspectiva de crescimento, não de curto prazo, porque somos uma empresa de longo prazo”, disse o executivo, em declarações pautadas pelo otimismo. Ele adiantou que a empresa, que acabou de concluir um aumento de capital de U$ 70 bilhões, pretende captar, no mercado, mais US$ 60 bilhões nos próximos cinco anos.

Por Reinaldo Azevedo
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Fonte:
Veja.com

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