Frango, ovo, milho e inflação em setembro de 2010
Enquanto no primeiro semestre de 2010 frango vivo e milho tiveram variação de preço negativa em relação ao preço médio de fechamento de 2009 (no frango vivo, redução de 18%; no milho, perdas de 4%), nos três primeiros meses do segundo semestre o recuo foi integralmente compensado, o milho apresentando em setembro ganho de 21% sobre dezembro e o frango vivo de quase 18%, três pontos percentuais a menos.
Mas essa “similaridade evolutiva” não é nova, pode ser observada – por exemplo – desde 1994, ano da introdução da atual moeda, o real. E desde agosto daquele ano até setembro passado o preço do frango vivo registrou evolução de 221%, enquanto o do milho sofreu acréscimo de 216% - diferença de menos de seis pontos percentuais em mais de 16 anos.
Já o mesmo não pode ser dito da inflação – neste caso, medida pelo IGP-DI da Fundação Getúlio Vargas – que, nesse mesmo espaço de tempo, evoluiu 330%, mais de 100 pontos percentuais acima de frango vivo e milho.
Porém, pior mesmo é a situação do ovo que, desde então, continua a registrar evolução de preços inferior a 100%. Ou seja, a inflação quadruplicou, os preços do milho e do frango vivo mais do que triplicaram. E o ovo nem sequer dobrou de preço.
Se tivesse conseguido acompanhar, desde 1994, o preço de seu principal insumo, o milho, o ovo teria sido comercializado, em setembro último, por cerca de R$60,00/caixa. Já pelo IGP-DI seu valor efetivo superaria os R$80,00/caixa. Mas a média nominal do mês ficou em R$37,08/caixa.