“Valor Econômico” manda genro do Genro fazer pergunta a Serra…, por Reinaldo Azevedo

Publicado em 14/10/2010 07:24


Leitores me mandam um link de uma reportagem do Terra Magazine, cujo título é este: “Serra se irrita com jornalista por pergunta sobre Paulo Preto”. Muito bem. Lê-se lá pelas tantas — volto em seguida:

O candidato à Presidência da República, José Serra (PSDB), demonstrou irritação na tarde desta quarta-feira (13), em Porto Alegre (RS), ao ser novamente questionado por jornalistas sobre o caso do ex-assessor Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto. Na saída de uma reunião que manteve com o candidato derrotado do PMDB ao governo, José Fogaça, Serra disse que não tinha nada para comentar a respeito do caso do assessor. “Considero um preconceito odiento (sic) se referirem a uma pessoa com este apelido”, declarou o candidato. Questionado sobre o que o levou a negar, inicialmente, que conhecia o assessor, ele justificou dizendo que havia sido perguntado pelo apelido.

Segundo Serra, não houve desvio de dinheiro em sua campanha. “A Dilma (Rousseff, do PT) está preocupada com o desvio de dinheiro na minha campanha, o que não aconteceu. Eu já estou preocupado com o desvio de dinheiro na Casa Civil”. Em seguida, Serra começou a criticar a imprensa e o jornalista Sérgio Bueno do Valor Econômico que havia feito a pergunta. “Eu sei que no caso vocês não têm interesse na Casa Civil, naquilo que foi desviado e etc. O seu jornal pelo menos não tem”.

Voltei
Certas correntes do jornalismo gostam de caracterizar o presidenciável tucano como intolerante com a imprensa. Obviamente, é o objetivo dessa matéria do Terra Magazine. Então vamos ao que está sendo omitido dos leitores.

O jornalista Sérgio Bueno é genro do Genro. Isto mesmo: é casado com a deputada Luciana Genro (PSOL-RS), filha do governador eleito do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, do PT. A redação do Valor Econômico certamente considera que ele é isento para fazer a pergunta que fez, certo? A isenção, então, pede a transparência: Valor e Terra Magazine estão obrigados, entendo, a informar seus respectivos leitores. “E se fosse outro a perguntar? Serra não teria se irritado do mesmo jeito?” Não sei. Sei quem perguntou. Falo do que existe.

Serra pode ser indagado sobre isso e aquilo? Cada um faça o seu trabalho. Mas, até agora, não vi nenhum jornalista perguntar a Dilma por que ela dizia uma coisa sobre o aborto até abril do ano passado e diz outra agora. Hoje, ela concedeu entrevista depois de se comprometer a assinar um documento contra bandeiras históricas do PT.

Será preciso arranjar um genro ou nora de algum figurão tucano para perguntar a Dilma se as opiniões de agora, na boca da urna, não são mero oportunismo eleitoral? Olhem que não é preciso casar com nenhuma tucana ou tucano para cumprir o que é simplesmente uma obrigação.  Ah, sim. Pode ser o início de um movimento nacional cujo lema seria “Genro não é parente”.

Por Reinaldo Azevedo

Record pode ser multada por reportagem pró-Dilma

A Record corre o risco de se tornar a primeira rede de TV a tomar uma multa por uma reportagem favorável a um presidenciável. Ontem à noite, o Ministério Público pediu ao TSE a condenação da emissora do bispo Edir Macedo por ter veiculado reportagem positiva à Dilma Rousseff. O material foi ao ar no noticiário de terça-feira da semana passada,
 
A vice-procuradora-geral Eleitoral, Sandra Cureau, enviou parecer em que concorda com a ação da coligação de José Serra para multar a emissora em até 100 000 Ufirs (cerca de 100 000 reais). Motivo: a reportagem, que se propunha a apresentar os candidatos ao segundo turno, deu “engenhosamente”, segundo ela, tratamento privilegiado à Dilma em relação a Serra.
 
Nela, Serra foi apresentado como tendo sido bem votado no primeiro turno em redutos ricos, como a região de Jardins, em São Paulo, sem expor os motivos do sucesso eleitoral. Já Dilma, foi mostrada como mais votada em redutos menos favorecidos, como a região de Parelheiros.

Mais: enquanto entrevistados justificaram o apoio à petista, ninguém fez o mesmo com Serra. Consta ainda da reportagem a informação de que em Parelheiros o eleitorado de Serra é “em número bem menor”.
 
Mesmo tendo sido citada, a Record não quis apresentar sua defesa. Ou seja, será julgada à revelia. Às vésperas do primeiro turno, Edir Macedo, chefe da Igreja Universal e da Record, defendeu o voto na petista. Comentou Cureau sobre a reportagem da Record:

– Ao confrontar as casas humildes e o ambiente de pobreza com a riqueza e a prosperidade do cenário anterior, deixa no espectador a impressão de que está assistindo a um programa eleitoral de Dilma Rousseff.

Por Lauro Jardim

Campanha suja – Presidente da Petrobras cai de boca no terrorismo eleitoral e desmoraliza empresa

José Sérgio Gabrielli tem de ser processado pelo PSDB e tem de entrar na mira do Ministério Público. Hoje ele passou de todos os limites, mesmo para seus padrões já tão largos. Este senhor teve a coragem de emitir uma nota acusando o governo FHC de ter iniciado um processo que resultaria na privatização da Petrobras.

É MENTIRA!!!

Ele fala como militante do PT, não como presidente de uma das maiores empresas do mundo, condição de que já desfrutava a Petrobras quando o PT chegou ao poder. O objetivo é ganhar notícia de jornal e mobilizar os repórteres — inclusive os “genros” — para que perguntem a Serra: “É verdade que o senhor quer privatizar a Petrobras?”. É uma campanha terrorista!

Procurem os colunistas indignados com o suposto terrorismo religioso — que,se existisse, se limitaria a atribuir a Dilma e ao PT o que eles realmente pensam e, pois, terrorismo não é — para ver se eles vão repudiar também a desmesura com que um presidente de uma empresa mista (!!!) entra na guerra eleitoral. E contando uma mentira escandalosa!

Diz a nota de Gabrielli:
“Se essa tendência não fosse interrompida e revertida, a Petrobras praticamente extinguiria sua atividade de exploração, porque suas áreas exploratórias para buscar novas reservas de petróleo estavam se reduzindo, suas refinarias seriam desmembradas e as plantas de energia elétrica dariam prejuízos, sem perspectivas de recuperação do capital investido”.

José Eduardo Dutra, atual presidente do PT e primeiro presidente da Petrobras nomeado pelo governo petista, em 2003, cobriu de elogios a gestão anterior da empresa. E com razão: ela preparou a gigante para o pré-sal, aonde já se havia chegado quando Lula foi eleito.

Se a Petrobras fosse inteiramente estatal, o comportamento de Gabrielli já seria inaceitável. Sendo, como é, uma empresa mista, é um escândalo sem par. As evidências de politização da gestão da empresa, evidenciadas até em seu processo de capitalização, têm levado incerteza ao mercado, o que causou uma brutal desvalorização de suas ações.

Gabrielli não é um técnico. É um político. Chegou a flertar com a possibilidade de se candidatar a um cargo já em 2010. Lula preferiu deixá-lo no comando da Petrobras. Na Bahia, até as pedras sabem que pretende se candidatar ao governo do Estado pelo PT em 2014, quando Jaques Wagner encerrará seu segundo mandato. Está usando a Petrobras não apenas para os interesses do PT na eleição deste ano, mas também para os seus próprios interesses para daqui a quatro.

Numa democracia respeitável, este senhor seria botado no olho da rua pelo presidente da República. No Brasil, ele está é obedecendo ordens: do presidente da República. Esta é a “república” que certa canalha defende em manifestos…

Caso Serra seja eleito, a sua maior dificuldade será desprivatizar o Brasil. O país se transformou numa fazendola dos coronéis do PT.

Por Reinaldo Azevedo

Que órgão deve punir primeiro o presidente da Petrobras para preservar a empresa de sua sanha?

Sergio Gabrielli, presidente da Petrobras, tem de ser processado pelo PSDB,  acionado pelo Ministério Público e repreendido pela Comissão de Ética. A máquina da Petrobras foi posta a serviço da candidatura de Dilma Rousseff, do PT. A nota que ele emitiu ontem é inaceitável numa república (ver posts abaixo): satanizou o governo anterior, buscando atingir a candidatura da oposição, espalhou inverdades e entrou no vale-tudo eleitoral. Também cabe punição administrativa. O governo editou em março uma cartilha para orientar a conduta, durante a eleição,  de agentes políticos, titulares de cargos públicos e gestores de negócios públicos e prestadores de serviço. A íntegra está  aqui, com as diretrizes também da Comissão de Ética Pública. Além da comissão, participaram da feitura do documento a Advocacia Geral da União, a Casa Civil e o Ministério do Planejamento.

Gabrielli jogou no lixo a Cartilha, a Lei Eleitoral, esses órgãos todos e a Constituição, especialmente o Artigo 37, segundo o qual “a administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”.

O presidente da Petrobras certamente imagina que vai atingir a candidatura do tucano José Serra. Besteira! Está dando um tiro contra a Petrobras. É o caso de iniciar uma campanha pela desprivtização da Petrobras, que foi privatizada pelos petistas. E a empresa já começa a pagar o pato de tanta irresponsabilidade.

Por Reinaldo Azevedo

Este blogueiro lamenta a covardia do PT e convida o partido a ter coragem

A questão religiosa é pauta obrigatória da imprensa. Os petistas inventaram a guerra santa, o processo foi deflagrado, as lideranças políticas se posicionam etc. Mas é mais do que indiscreto o sotaque que tenta transformar Dilma Rousseff e o PT em vítimas de uma “corrente”. Ora, eles são vítimas, afinal de contas, do quê? De suas próprias idéias? De suas próprias opiniões? O que há de mentiroso em atribuir à candidata do PT e ao partido a defesa da descriminação do aborto? Ambos o fizeram explicitamente. No caso da legenda, trata-se de uma militância histórica, confirmada na página 82 do livro de resoluções do 3º Congresso. Estou mentindo?

O único papel politicamente digno dos petistas é fazer a defesa daquilo em que acreditam — e não macaquear opiniões que não têm. Eu defendo as minhas. Tomo porrada de todo lado por isso. É do jogo! O que eu deveria esperar? Que os meus adversários intelectuais dissessem: “Oh, como esse Reinaldo é bacana!”? Ora… É claro que se deve divergir segundo regras, que essa gente nem sempre respeita, daí as ameaças, os xingamentos, as correntes sujas, essas coisas. Mas esse é outro problema. Pode-se escrever para ser amado por todos — sendo tão convicto como uma porta e tão incisivo como uma parede branca — ou para fazer o debate. Vocês sabem qual é a minha escolha. É preciso ter a coragem de sustentar o que se pensa. Como é aquela máxima? Quem não sabe brincar que não vá para o playground.

Os petistas estão tentando, com a ajuda de alguns setores da imprensa, é aplicar um truque, fazendo de conta que pensam o que não pensam ou que não pensam o que pensam, com o fito de ganhar as eleições. Caso Dilma triunfe, pergunto: o Ministério da Saúde vai mudar de orientação ou continuará a ser um centro de produção de literatura pró-aborto? A Secretaria das Mulheres mudará de orientação ou continuará a advogar, como ente do estado, a mudança da lei?

A Fiocruz financiou um filme abertamente favorável à legalização do aborto: é fato; é história. Há quem goste disso. Eu não gosto. Não gostando, escrevo contra. Por que os que gostam não escrevem a favor, ora essa? Há pelo menos 10 anos abordo esse tema, levando cacetada de todo lado. Cadê os petistas defensores da legalização do aborto? Os covardes fugiram? Bateram em retirada? A esquerda já foi mais corajosa para defender mesmo o que considero equívoco.

Uma pergunta
O PT pôs no ar uma campanha — e a própria Dilma repetiu a falácia no debate da Band — segundo a qual o PSDB pretendeu e pretende ainda privatizar a Petrobras e o pré-sal. Trata-se de uma fantasia. Na Internet, a história corre solta. E, no entanto, a mentira descarada não é tratada segundo aquilo que é: mentira descarada! No máximo, o PT aparece acusando, e o PSDB negando. O JORNALISMO PARECE INCAPAZ DE INFORMAR — AINDA A SUA FUNÇÃO PRINCIPAL — QUE SE TRATA DE UMA INVENCIONICE.

Qual é a conseqüência mais deletéria da isenção que degenera em isentismo e do “outro lado” que degenera em “outro-ladismo”? Perde-se de vista a existência do fato; desconsidera-se que nem tudo é mera questão de ponto de vista. O PSDB não “acusa” Dilma de ter defendido a descriminação do aborto; tampouco a candidata “seria” favorável. Ela, com efeito, defendeu. Não é uma acusação do adversário, mas uma verdade historicamente comprovada. Cuidado, gente! Daqui a pouco, o isentismo e o outro-ladismo ainda escreverão: “Os judeus acusamHitler de ter promovido o Holocausto, que teria matado seis milhões de judeus; mas os neonazistas negam…”

Assim como a posição de Dilma nesse caso era incontroversa, é igualmente incontroverso que o governo FHC, Serra e os tucanos de maneira geral jamais pensaram em privatizar a Petrobras e o pré-sal. É simplesmente mentira! Ora, tratar as duas questões como meras versões do que cada um diz sobre seu respectivo adversário tem o condão de transformar tanto a mentira como a verdade naquela coisa cinzenta e pastosa que é o boato, o diz-que-diz-que. E, obviamente, quem mente sai ganhando nessa operação.

Lamento a covardia do PT! É claro que este seria um bom momento para debater as questões relativas à descriminação do aborto. Essa é uma luta do partido que marca seus 30 anos de existência. Na hora, então, em que se poderia fazer um belo confronto político e intelectual, os companheiros recuam, vexados, e preferem acusar o “jogo sujo”? Qual jogo sujo? Atribuir ao partido o que o partido realmente pensa? Não só isso: de maneira patética, aparecem em público agarrados a figuras que consideravam verdadeiros pterodáctilos ideológicos até anteontem?

Mudou de idéia? Uma ova! Esconde o que pensa para ganhar as eleições e, uma vez no poder, manter a sua política, favorável à descriminação, a exemplo do que fizeram, ao longo dos oito anos de governo Lula, o Ministério da Saúde, a Secretaria da mulher e, mais recentemente, por intermédio do PNDH3, a Secretaria dos Direitos Humanos, o Ministério da Justiça e a Casa Civil, de que a titular era Dilma Rousseff.

Tenham a coragem de fazer o debate, ora essa! Eu já disse aqui, de um modo um tanto gauche, que a minha ética é a do Cavaleiro Negro, do filme Em Busca do Cálice Sagrado, de Monty Python: perco um braço, mas grito: “Lute, covarde!”. Perco outro e continuo: “Lute, covarde!”. Lá se me vai uma perna, repito o desafio… E por aí afora. Quando os petistas praticamente exigiam que eu me rendesse à vitória de Dilma no primeiro turno, brinquei com o diálogo do matador Antônio das Mortes e do jagunço Corisco em Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha:
— Se entrega, Corisco?
— Só me entrego na morte, de parabelo na mão!

Os petistas trocaram a ética da luta política pela ética do mais descarado oportunismo. O debate, com efeito, no estágio em que está, é tristíssimo! Os militantes históricos do PT devem sentir uma profunda vergonha, se é que isso restou em alguma área recôndita do partido. Bandeiras históricas estão sendo sacrificadas em nome de uma muito pouco convincente Dilma temente a Deus. Cuidado, petistas! Há coisas que não resistem ao exame da história!

Por Reinaldo Azevedo

Fonte: Blog Reinaldo Azevedo (veja.com

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