Dilma defende plano de Marina para a Amazônia

Publicado em 15/10/2010 07:15



Em um evento que recebeu mais uma vez o apoio informal do PP, a quem chamou de "Partido Popular", a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, saiu em defesa do PAS (Plano Amazônia Sustentável, principal legado da senadora Marina Silva (PV) no Ministério do Meio Ambiente.

A petista não quis comentar pesquisa divulgada hoje que pela primeira vez aponta empate técnico com o tucano José Serra.

Dilma comentou reportagem da Folha que mostra que o governo pretende rever o PAS, incluindo na nova versão projetos de mineração, defesa e grandes hidrelétricas.

Segundo a candidata, ir contra o PAS assinado por Marina, terceira colocada na disputa presidencial e cobiça pelos dois candidatos, seria se contradizer.

"Não sei bem quais são as medidas até porque a matéria não fala, mas eu participei junto com a Marina. Eu concordo com o plano. Acho que [o programa] combina duas ações importantíssimas. [...] As bases do plano de desenvolvimento do Amazônia sustentável eu acho que estão absolutamente corretas. Seria uma contradição comigo mesma. Eu ajudei a colaborar, coordenei uma parte", disse.

Numa tentativa de demonstrar proximidade com Marina, Dilma disse que seu programa para a área de meio ambiente vai ser pautado pela políticas desenvolvidas ao longo do governo Lula.

"Eu tenho uma coisa a declarar: o meu programa de meio ambiente é o desenvolvido pelo governo nos últimos anos, com aquela base, mas vamos ter que avançar mais", afirmou.

Dilma negou que tenha tido "divergências" com Marina no governo. "Em relação a questão de divergências é melhor perguntar para a ministra Marina. Eu acredito que nessa área da Amazônia não houve divergência pelo menos não que eu conheça."

Coordenador de Marina critica proposta do governo de rever plano da Amazônia

O coordenador da campanha de Marina Silva, João Paulo Capobianco, criticou a proposta da SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos) de rever o PAS (Plano Amazônia Sustentável), principal legado da gestão da verde à frente do Ministério do Meio Ambiente.

Capobianco qualificou de "trapalhada" o seminário organizado pela SAE para colher subsídios técnicos para a revisão do plano, como a Folha revelou ontem.

"O PAS era uma orientação geral. Ele tinha de ser traduzido em ações de governo, mas em vez disso resolveram fazer uma discussão conceitual", afirmou.

"É um equívoco refazer uma discussão conceitual, porque o marco conceitual já foi aprovado pelo Presidente da República", disse.

Capobianco disse não achar que o objetivo do governo seja desvirtuar o PAS.

"Mas você não chama a imprensa para dizer que quer discutir um assunto", continuou. "Não é o momento, não porque seja eleição, mas porque é final de governo."

Governo vai rever plano de Marina para Amazônia

Principal legado de Marina Silva no Ministério do Meio Ambiente, o PAS (Plano Amazônia Sustentável) será revisto pelo governo, informa a Folha. Segundo a reportagem, sua nova versão deverá incluir projetos de mineração, defesa e grandes hidrelétricas.

A reforma no plano começou a ser debatida ontem em um seminário organizado pela SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos). O momento não poderia ser pior politicamente: o PT e o governo tentam atrair a candidata derrotada verde e seus 20 milhões de eleitores para a campanha de Dilma Rousseff no segundo turno.

O PAS é um ponto sensível para Marina: construído durante três anos, ele deveria dar as diretrizes para o desenvolvimento da região. Marina costumava se referir ao plano como seu "filho".

Quando decidiu lançá-lo, em maio de 2008, o presidente Lula entregou sua execução à SAE, então chefiada por Mangabeira Unger, alegando que Marina não era "isenta". Foi o estopim da demissão da ministra.

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Fonte:
Folha de S. Paulo

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