No Datafolha, Dilma perde mais 1 ponto

Publicado em 15/10/2010 21:28 e atualizado em 16/10/2010 04:30
Em votos totais, a petista registrou oscilação para baixo, passando de 48% para 47%, enquanto o tucano se manteve com 41%.


A segunda pesquisa Datafolha no segundo turno da eleição presidencial apresenta um cenário de estabilidade. Dilma Rousseff (PT) tem 54% dos votos válidos (excluem brancos, nulos e indecisos), contra 46% de seu oponente, José Serra (PSDB).

Os dados são exatamente os mesmos registrados em levantamento realizado na semana passada. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

A taxa de indecisos, porém, oscilou para cima e agora está em 8% (era 7% na pesquisa anterior). Os que pretendem anular o voto ou votar em branco, 4%, eram em número idêntico na semana anterior.

Em votos totais, a petista registrou uma leve oscilação para baixo, passando de 48% para 47%, enquanto o tucano se manteve com 41%.

Para o Datafolha, essa oscilação se explica por uma queda de 3 pontos percentuais entre o eleitorado de menor escolaridade, que representa 47% do total de eleitores no Brasil.

RELIGIÃO
Os temas religiosos que dominaram esta etapa da campanha, como aborto e casamento homossexual, parecem não ter influenciado o eleitorado.

Entre os católicos, por exemplo, que são maioria na população brasileira, a ex-ministra tem 51% contra 38% do ex-governador de São Paulo, números semelhantes aos registrados na semana passada (o tucano oscilou um ponto para cima).

No grupo de evangélicos não pentecostais a candidata petista cai quatro pontos, enquanto Serra oscila positivamente dois pontos. Essa faixa representa 6% do eleitorado.

Curiosamente, a maior movimentação ocorre justamente no grupo dos que se declaram sem religião, em que Dilma caiu cinco pontos percentuais, e Serra cresceu cinco (a petista ainda vence por 45% a 40%). O grupo também representa 6% do eleitorado.

MARINA
O apoio de Marina Silva poderia influenciar no voto de 25% dos entrevistados, segundo o Datafolha. Entre os que votaram na candidata verde no primeiro turno, 51% dizem optar por Serra agora, contra 23% que declaram o voto em Dilma (oscilação positiva de um ponto com relação à pesquisa anterior --o tucano manteve o patamar). Pretendem votar em branco ou anular o voto 11%, enquanto 15% dos eleitores de Marina estão indecisos.

REJEIÇÃO
Entre os que dizem não votar em Serra, a rejeição ao candidato tucano passou de 63% para 66%. No caso de Dilma, o número de eleitores que não declaram voto na petista e não votariam nela de jeito nenhum oscilou um ponto para baixo, caindo de 68% para 67%.

A pesquisa foi feita nos dias 14 e 15 de outubro com 3.281 eleitores de 202 municípios brasileiros e a margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Desafio de candidatos é conquistar os eleitores que admitem mudar o voto

MAURO PAULINO
DIRETOR-GERAL DO DATAFOLHA 

ALESSANDRO JANONI
DIRETOR DE PESQUISAS DO DATAFOLHA

A estabilidade do cenário eleitoral revelada pelo Datafolha reflete o alto grau de cristalização do voto neste momento. A grande maioria dos que declaram o voto se diz totalmente decidida sobre o candidato que escolheu para suceder Lula.
Entre os eleitores de Dilma Rousseff (PT), 91% se mostram convictos. Entre os que pretendem votar em José Serra, a taxa é de 89%.
O dado é importante, explica a manutenção do quadro, mas pode não ser definitivo. Como acontece com qualquer variável inerente à opinião pública, ele sofre a influência de fatores conjunturais e pode apresentar mudanças à medida que a eleição se aproxima.
Além disso, os 9% que ainda cogitam a possibilidade de mudar o voto poderiam, em última análise, alterar a história da eleição. Afinal, a diferença entre os dois candidatos hoje é de apenas seis pontos percentuais.
Mas a pergunta que tal tendência desperta refere-se ao potencial de crescimento que cada candidatura apresenta atualmente. Para a análise, é essencial focar não só a determinação dos eleitores conquistados até aqui, mas também, e principalmente, o segmento daqueles que não escolhem um ou outro.
É importante entender como se dividem os não eleitores de Dilma e Serra, isto é, quais as chances da petista e do tucano entre os que hoje não votam neles.
Hoje os eleitores que não optam por Dilma são 53%. Entre eles, projetando-se para o eleitorado total, 35% dizem que não votariam em Dilma de jeito nenhum.
Sobra então para a petista um espaço de crescimento de 17 pontos percentuais. Dentre estes, porém, apenas o equivalente a um ponto percentual diz que com certeza poderia votar em Dilma no segundo turno. O restante cogita a possibilidade.
Em relação a Serra, a situação é parecida. Dos 59% que não votam no tucano, a maioria o rejeita totalmente. Debita-se então de sua conta 39% do total de eleitores.
Serra ficaria com um saldo de 20 pontos para serem conquistados. Mas demonstram maior tendência de mudarem o voto para o ex-governador só 2% dos eleitores.
A conclusão é que os estratos mais suscetíveis à migração hoje são insuficientes para provocar grandes mudanças no cenário eleitoral.
Se alterações ocorrerem, será porque algum fato conseguiu despertar o segmento dos não eleitores que levemente cogitam a possibilidade de mudar o voto.
O debate centrado em aborto e religião não se mostrou, até aqui, suficiente para atingir esse grupo.

Comentário:

Votos válidos do Datafolha afrontam a matemática: a diferença é de 6,9 pontos, não de 8; se é para arredondar, é de 7!

Na nova pesquisa Datafolha, conforme se antecipou aqui, a diferença entre a petista Dilma Rousseff e o tucano José Serra passou de 7 pontos percentuais há cinco dias para 6 pontos agora. Ela oscilou de 48% para 47%, e ele se manteve com 41%. Nos votos válidos, no entanto, o Datafolha diz que ela tem 54%, e ele 46%. A conta está errada! A diferença nos válidos também caiu um ponto — na verdade, caiu 1,1: era de oito e agora é de 6,9.

O que mudou nesta pesquisa Datafolha em relação àquela de cinco dias atrás? Além de Dilma ter oscilado um ponto para baixo, de 48% para 47%, o percentual de indecisos também subiu: de 7% para 8%. Os brancos continuam em 3%. Muito bem.

Segundo o Datafolha, qual é o total de votos válidos? 54% para ele e 46% para ele. Por quê? Segundo a matemática, os 48 pontos de Dilma correspondem a 53,4% dos 88 pontos válidos; e os 41% dele, a 46,5%.

O Datafolha arredondou, certo?

Um estranho arredondamento: o 0,4 dela virou um ponto; o 0,5 dele virou zero. Como explicar?

Poder-se-ia dizer que arredondamentos que desconhecemos, que só o instituto sabe quais são, autorizam a divulgação que se fez dos válidos. Ocorre que, nessa hipótese, seria preciso fazer um arredondamento para beneficiá-lo nos votos totais, tanto quanto se fez um que a beneficia nos votos válidos. Como são os válidos que elegem…

Os institutos estão sob críticas — bastante compreensíveis, diga-se. Mágicas dessa natureza, a essa altura do campeonato, não ajudam a recuperar a reputação. Não faz sentido nenhum que Dilma tenha oscilado um ponto para baixo, Serra se mantido onde estava, e os indecisos oscilado um para cima, e, ó milagre!, os votos válidos  tenham se mantido inalterados. Não acreditem em mim! Consultem qualquer matemático.

E não me venham com aquele papo de que isso é coisa para especialistas. Se especialistas em pesquisas desafiam a matemática, os especialistas em pesquisa estão errados, e a matemática está certa. Sempre! A diferença nos votos válidos, SEGUNDO OS DADOS QUE O DATAFOLHA DIVULGOU AO MENOS, é de 6,9 pontos — arredondando, 7! Agora, se há dados que o instituto não divulgou, nada posso dizer a respeito.

O que não é possível é o Datafolha nos convidar para algo mais ou menos assim: “Olhem, eu sei que a conta não bate, mas acreditem em mim!”

Por Reinaldo Azevedo

Campanhas veem resultado com cautela

Os comandos das campanhas de José Serra (PSDB) e de Dilma Rousseff (PT) à Presidência receberam com cautela os resultados da nova pesquisa Datafolha.

A cúpula da campanha de Serra contava com uma redução maior da diferença de Dilma sobre o tucano.
Embora os números do levantamento do Datafolha tenham frustrado a expectativa do PSDB, tucanos ainda apostam numa queda contínua da vantagem de Dilma.
Segundo o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra (PE), o próprio Serra acredita na perda de pontos de Dilma ao longo do segundo turno. Mas de forma mais lenta."É um processo de convencimento. Mas o vento soprará para o nosso lado", disse Guerra.
Além de um esforço para ampliação do universo de aliados, a campanha de Serra avalia que não basta investir nos indecisos, mas atrair eleitores de Dilma.
Serra fez a recomendação ontem, durante encontro com professores de São Paulo. Dizendo-se "arrepiado" de imaginar que a eleição acontecerá em duas semanas, pediu s seus simpatizantes que trabalhassem para conquistar novos eleitores.
"Tem que ganhar voto de quem não ia votar e dos indecisos, tá ok? Isso que vai dar a ventania que, se Deus quiser, nos levará à vitória", disse o candidato do PSDB.
Na campanha petista, o resultado foi avaliado como bom, uma vez que Dilma pode ter parado de perder pontos -ainda é cedo para dizer qual a tendência.

Ibope aponta candidato da oposição com 12 pontos de vantagem na Paraíba

Pesquisa Ibope divulgada hoje aponta que o ex-prefeito de João Pessoa Ricardo Coutinho (PSB) lidera a disputa para o governo da Paraíba. Ele obteve 52% das intenções de voto no levantamento divulgado hoje. Seu adversário, o atual governador do Estado, José Maranhão (PMDB), tem 40%.

Na pesquisa, 5% afirmaram que ainda estão indecisos. Outros 3% afirmaram que votarão em branco ou pretendem anular o voto. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.

Já nos votos válidos, Ricardo Coutinho aparece com vantagem de 14 pontos percentuais à frente de Maranhão, com 57%. O atual governador aparece com 43% dos votos válidos.

A pesquisa foi encomendada pela TV Cabo Branco, afiliada da Globo no Estado.

Foram entrevistados 1.204 eleitores em 61 municípios do Estado entre os dias 12 e 15. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral com o número 35662/2010.

No primeiro turno, a diferença entre os dois candidatos foi de apenas 8.367 votos. Coutinho teve 49,74% dos votos válidos. Maranhão, que no dia da eleição chegou a afirmar que esperava se reeleger no primeiro turno, terminou em segundo, com 49,30%.

O atual governador é apoiado por Lula e tem um petista, Rodrigo Soares, como candidato a vice.

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Fonte:
Folha de S. Paulo

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