Casa Civil prorroga por 30 dias investigação sobre caso Erenice

Publicado em 18/10/2010 16:50

A Casa Civil da Presidência da República prorrogou por mais 30 dias os trabalhos da Comissão de Sindicância Investigativa que apura as denúncias de suposto esquema de tráfico de influência envolvendo a ex-ministra-chefe da pasta Erenice Guerra, assessores e familiares. A portaria, assinada pelo ministro interino, Carlos Esteves Lima, foi publicada nesta segunda-feira, 18, no Diário Oficial da União. 

No mês passado, reportagem da revista Veja revelou que Israel Guerra, filho de Erenice, faria parte de um esquema de tráfico de influência no governo em troca de pagamento de comissão. Ele teria operado, pelo menos, a concessão de um contrato de R$ 84 milhões para um empresário do setor aéreo com negócios com os Correios. Um servidor da Casa Civil que estaria envolvido, Vinícius Castro, foi demitido. 

Com o passar dos dias, novas denúncias apontaram o suposto envolvimento de outros parentes de Erenice no esquema, inclusive Saulo Guerra, outro filho dela. No dia 16 de setembro, Erenice pediu demissão. 

O prazo original estipulado pela comissão para a conclusão do caso terminou neste domingo, 17. Com o novo cronograma, o resultado da apuração só será divulgado após o segundo turno da eleição.

PF já fez cópia de arquivo dos computadores de envolvidos em caso Erenice

A Polícia Federal esteve na última sexta-feira na Casa Civil para fazer cópia dos arquivos dos computadores que a ex-ministra Erenice Guerra e outros dois ex-assessores do órgão utilizavam.

A PF também fez cópia dos arquivos das máquinas utilizadas pelo ex-diretor de Operações dos Correios Marco Antonio na estatal e do computador utilizado por Israel Guerra, filho da ex-ministra, na Terracap, empresa pública do DF.

A autorização foi dada na última quarta-feira pela Justiça Federal, que aceitou ainda o pedido da PF para prorrogar o inquérito que investiga tráfico de influência na Casa Civil por mais 30 dias. Todo o material está na PF e será submetido à análise.

Com a prorrogação autorizada, o encerramento do caso ficou para depois da eleição presidencial.

No inquérito, a PF apura crimes contra a administração pública, como corrupção passiva e advocacia administrativa, fraude à licitação.

O esquema de lobby operado na Casa Civil contava com a participação de filhos da ex-ministra Erenice Guerra que intermediavam negócios privados com o governo possivelmente com a anuência dela.

Em depoimentos dados à PF aos quais a Folha teve acesso, empresários confirmaram o esquema. Os filhos de Erenice, além de ex-assessores da Casa Civil, se recusaram a coloborar com a investigação.

Fonte: O Estado de S. Paulo

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