Líderes do Partido Verde declaram apoio a Serra

Publicado em 18/10/2010 21:34

Elogios mútuos marcaram o encontro entre o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, e líderes do Partido Verde (PV) simpáticos a sua candidatura. Capitaneados pelos candidatos derrotados aos governos do Rio de Janeiro, Fernando Gabeira, e de São Paulo, Fábio Feldmann, pelo menos 150 militantes do PV  na tarde desta segunda-feira, em São Paulo, para garantir apoio e participação na campanha de Serra. Na plenária , o partido decidiu ser neutro no segundo turno, mas liberou seus integrantes a apoiarem qualquer candidato, desde que não utilizassem símbolos da legenda.

Vestido com suéter verde, o presidenciável classificou Gabeira como o melhor quadro de sua geração. Segundo o tucano, ao saber, no domingo à noite, que teria reunião na segunda com os verdes ele dormiu melhor. “Ter o apoio do Gabeira tem um significado pessoal e psicológico, me sinto com mais energia para fazer a campanha.”

Gabeira retribuiu a gentileza. Logo no início de sua fala, saudou Serra como “meu candidato”. “Não é segredo para ninguém que sempre apoiei Serra”, disse. “Numa eleição tão raivosa quanto essa, a ideia de um governo de coalizão é um elixir.” O deputado federal do PV destacou até mesmo qualidades da senadora Kátia Abreu, representante da bancada ruralista que vive às turras com ambientalistas. “Kátia é uma ótima debatedora. Conversando, chegamos sempre a uma convergência.”

Sobraram cortejos também a Feldmann, apresentado por Serra como alguém determinado e confiável. Em troca, ele chamou o presidenciável de um “obstinado do bem” e relembrou iniciativas de Serra em prol do meio ambiente desde que era parlamentar na Constituinte. “A adversária de Serra [Dilma Rousseff] tem muita dificuldade de entender o que é sustentabilidade”, disse Feldmann.

Sustentabilidade - Em meio ao discurso de união, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso falou exatamente o que os verdes queriam ouvir. Defendeu o veto a mudanças no Código Florestal e um freio na instalação de novas usinas nucleares. “Basta de usinas, vamos dar um respiro.” FHC contrapôs Serra à adversária do PT Dilma Rousseff. “Dilma encarna a visão antiga do crescimento, o produtivismo, o crescimento a qualquer preço. Serra respeita o meio ambiente. Quem é realmente ambientalista sabe a diferença de votar em Dilma ou em Serra.”

Em discurso de 25 minutos, Serra relembrou seus feitos na área de meio ambiente à frente da prefeitura da capital paulista e do governo de São Paulo e louvou a participação do PV nessas iniciativas. “Esse encontro de fato é um reencontro. Nossa união é natural.” O tucano buscou mostrar identidade com a causa ambiental e chegou a dizer ser viciado em programas de televisão que falam sobre a natureza. “Sou telespectador obsessivo da National Geographic e do Animal Planet, é fascinante.”

Banner exibe apoio de Gabeira e Feldmann a Serra, em comitê de São Paulo

Falta de espaço – O público maior do que o previsto pelos verdes lotou o antigo comitê de Feldmann. Diante da sala superlotada, mais de dez políticos, entre eles o governador eleito Geraldo Alckmin, o senador Aloysio Nunes e o prefeito da capital paulista, Gilberto Kassab, dividiram um exíguo palco de dois metros de largura. O local agora vai abrigar um comitê suprapartidário a favor do tucano. O espaço já está decorado com banners ilustrados com fotos de Serra entre Gabeira e Feldmann e a frase “Agora somos todos Serra”.


Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Fonte:
Veja.com

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

2 comentários

  • Valter Ambiel Itanhangá - MT

    Código Florestal, por Valter Ambiel

    Muito se fala sobre a questão ambiental nos tempos de hoje no Congresso Nacional está em trâmite projeto de Lei n. 1.876/99, relativo ao Código Florestal. Se você ainda não leu, eu recomendo a leitura da apresentação do parecer do deputado federal Aldo Rebelo(PCdoB-SP).

    Você ficará vacinado contra as hipocrisias que tem sido ditas sobre ele. O Deputado insere-se na melhor tradição brasileira de defesa da soberania nacional.

    Tem sido veiculado constantemente na mídia, que o parecer é favorável ao “desmatamento”, mas na verdade é a favor do desenvolvimento sustentável baseado numa agricultura e pecuária pujante, seja ela de assentados de reforma agrária, agricultores familiares, pequenos, médios e grandes, esses dois últimos representando o agronegócio. Falar de agricultura e pecuária, nos dias de hoje, está ganhando sentido pejorativo. Faltaria somente explicar aos brasileiros e aos habitantes do planeta como vão comer? Talvez a opção seja destinar à miséria os cidadãos do País.

    O Código Florestal de 1965, elaborado durante o regime militar, obedeceu a um ritual próprio da democracia, por meio de um projeto de lei e de discussões no Congresso Nacional. Desde então, no entanto, ele foi objeto, no dizer do deputado, de "absurdas alterações" que o desfiguraram completamente: "É paradoxal que em plena democracia ele tenha sido completamente alterado por decretos, portarias, resoluções, instruções normativas e até por uma medida provisória que virou lei sem nunca ter sido votada."

    Essa Medida Provisória que virou lei,sem nunca ter sido votada, é do governo de Fernando Henrique Cardoso, MP n. 2166/2001. Com ela foram elevados os limites de Reserva para a Amazônia de 50% para 80%.

    O governo de FHC fez parceria com a ONG WWF, para criar o maior parque de preservação ambiental do mundo, o Parque Nacional do Tucumaque, com 3,9 milhões de hectares. Criou a Reserva Indígena Raposa do Sol, transformando 90 % do Estado de Roraima em reserva dos índios, entre outras medidas restritivas na área ambiental.

    Vários municípios matogrossenses foram atingidos por essa Medida Provisória de FHC. Tais como: Sorriso, Ipiranga do Norte, Tapurah, Itanhangá, Nova Maringá, Sinop, entre outros.

    O Novo Código Florestal tem o apoio de importantes aliados de Lula, o Dep. Federal Aldo Rebelo(PCdoB-SP), Wagner Rossi(Ministro da Agricultura), Reinold Estephanes(PMDB-PR), Moacir Micheleto(PMDB-PR), entre outros.

    Na Contramão do Novo Código Florestal vem o líder do PSDB na câmara, deputado federal Carlos Sampaio, que quer convencer a bancada do seu partido a rejeitar o projeto de Aldo Rebelo. Carlos Sampaio classifica Aldo de “neo ruralista”e promete votar contra as mudanças no Código Florestal apresentadas na proposta. O parlamentar também avisa que vai usar seu cargo de vice-líder do PSDB para influenciar sua bancada na Câmara a fazer o mesmo. “Se não conseguir convencer a bancada, votarei contra.

    Com uma lógica rocambolesca, o Deputado Sampaio diz que, ao possibilitar que pequenas propriedades não tenham que recuperar o passivo de Reserva Legal, o novo Código Florestal deixa de proteger justamente o pequeno agricultor. Sampaio é paulista de Campinas, ex promotor de justiça. Em São Paulo importante aliado de Serra e deputado federal pelo PSDB, o Deputado Ricardo Trípole, votou contra o relatório do Relatório do Novo Código Florestal de Aldo Rebelo.

    Ainda em SP, temos o ex deputado federal Xico Graziano, atual coordenador da campanha de Serra, ambientalista convicto, apoiador de ONGS como Greenpeace, WWF, SOS Mata Atlântica, Amigos da Terra, entre outras. Quer conferir? Então acesse o site dele www.xicograziano.com.br.

    Conclusão? Tem muitos políticos que estão jogando para a platéia, não se importando em corrigir os graves efeitos causados pelo Código Florestal junto aos brasileiros do campo.

    O candidato do PSDB, José Serra fala em desmatamento zero, fala de compromisso forte com o meio ambiente, fala vagamente do problema das áreas consolidadas em estados de produção antiga (como São Paulo), mas não deixa claro como pretende resolver o assunto. Em várias entrevistas tem se declarado ambientalista, como também tem declarado ser contra o Novo Código Florestal.

    “A legislação tem que mudar não para atender um setor econômico, tem que mudar porque se não o Brasil pára de produzir, se inviabiliza economicamente e, muito pior, socialmente. Será que a sociedade está disposta a pagar esse ônus?”

    Reinold Stephanes, Ministro da Agricultura do Governo Lula

    Valter Ambiel é Produtor Rural

    Email: [email protected]

    0
  • Marcio Antonio Cezarotto Santarém - PA

    Um motivo a mais para produtor rural nenhum não votar em Serra.

    Quem quer ver Marina de volta ao Ministério do Meio Ambiente? Ou Gabeira Amigo do Índio? Vão só fumar o cachimbo da paz e lascar conosco e com o País. Não dá pra esquecer que quem abriu as portas para a entrada destes ecocapitalistas nas entranhas do poder foi FHC, cujo é defensor da tese da Governaça Global. Pobre povo deste País, nem imaginam o que significa.

    Verde só da lavoura e o bom mesmo é quando começa lourar, o resto é fria!!

    0