Imposto sobre aplicações estrangeiras sobe de novo

Publicado em 19/10/2010 08:44
Governo eleva IOF sobre investimentos nos mercados à vista e futuro -- Taxa sobre aplicação estrangeira em renda fixa passa para 6%, a mesma para garantias no mercado futuro

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou ontem em São Paulo mais duas medidas para tentar conter a queda acentuada do dólar em relação ao real.
A primeira foi um novo aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), de 4% para 6%, sobre os investimentos estrangeiros em renda fixa no país.
Essa taxação já havia sido elevada de 2% para 4% no dia 4.
A outra medida anunciada ontem se refere às operações dos estrangeiros no mercado futuro, dos chamados "derivativos".
O ministrou subiu, de 0,38% para 6%, o IOF incidente sobre as garantias depositadas pelos investidores de fora do país.
De acordo com Mantega, via de regra as garantias representam 10% do volume total do investimento.
E hoje, segundo Mantega, existem cerca de US$ 20 bilhões em estoque de garantias, o suficiente para lastrear US$ 200 bilhões em investimentos nesse mercado.
Os aumentos de tributação valem apenas para aplicações estrangeiras no mercado financeiro; investimentos diretos não são taxados.
O ministro disse que as medidas tendem a funcionar como um "moderador de apetite".
"Com o IOF maior, fica mais caro e, portanto, menos rentável para o estrangeiro aplicar no mercado doméstico", afirmou Mantega.

OBJETIVO
"Nossa intenção é diminuir o interesse dos investidores que vêm para o país para ficar apenas um ou dois meses", disse o ministro.
Mantega destacou que as medidas tomadas até agora pelo governo para tentar conter a valorização do real têm mostrado efeito.
"Em outubro de 2009, quando colocamos o IOF de 2% sobre as aplicações estrangeiras em Bolsa, o dólar estava em R$ 1,70. Agora, um ano depois, está em R$ 1,66", disse Mantega.
"Não fossem as medidas que temos tomado, a queda do dólar nesse período teria sido bem mais intensa", acrescentou.

INSATISFEITO
Mas José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator, acredita que o novo aumento do IOF deixa claro que o governo não está satisfeito com o resultado das medidas anteriores.
"Se mais esse passo não gerar o resultado esperado, outras medidas virão", disse Gonçalves.
"Deram um passo pequeno. Agora, outro maior. Antes de pensar em alguma coisa grande, vão testando o im
pacto da soma dessas medidas. Eles devem ter um estimativa do efeito que isso tem", completou.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Fonte:
Folha de S. Paulo

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário