Dilma lança programa verde contra o relatório Aldo Rebelo

Publicado em 19/10/2010 20:47

Depois de José Serra, é a vez de Dilma Rousseff receber sua parte do espólio de apoiadores de Marina Silva. Hoje a petista lança em Brasília seu programa ambiental, na companhia de dois correligionários da candidata do PV, Sarney Filho (MA) e Edson Duarte (BA), além de gente que Marina levou do PT para o PV.

O programa foi elaborado por dois ex-assessores de Marina no Ministério do Meio Ambiente (Cláudio Langone, secretário-executivo, e Gilney Viana, secretário de Desenvolvimento Sustentável), e lança mão de um conceito que o governo nunca permitiu que a ex-ministra implementasse de fato: a transversalidade.

Sua principal inovação deve ser a inclusão de metas ambientais no PPA (Plano Plurianual) e na Lei de Diretrizes Orçamentárias, que valem para todo o governo.

"O PPA tem metas de longo prazo e indicadores para verificar se essas metas foram cumpridas. Gostaríamos de ter indicadores de desempenho socioambiental", afirmou Viana à Folha.

"Você poderá, por exemplo, ter noção de que tipo de despesa orçamentária gera economia de carbono ou gera passivo", continua.

Segundo o petista, a lógica é a mesma do orçamento de carbono criado há dois anos pelo Reino Unido.

CONTRA O RELATÓRIO ALDO REBELO

O PT também vai se posicionar contrariamente ao relatório do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) que altera o Código Florestal.

"O Aldo abandona a APP [área de preservação permanente] e a reserva legal. Para nós isso é inaceitável", disse Viana. Ele defende, porém, que a pequena propriedade tenha um tratamento diferenciado na recomposição de seus passivos _ou seja, que ela não precise seguir as mesmas exigências que a grande.

O programa de Dilma é mais reticente quando se trata da proteção do cerrado, bioma visto tanto pela candidata quanto por seu adversário, José Serra, como foco de expansão do agronegócio.

"Somos favoráveis a aumentar significativamente a área de unidades de conservação no cerrado. Pelo menos duplicar", diz Viana.

Hoje o bioma tem 2% de sua área efetivamente protegida. Marina propôs 10%, meta que Viana considera irreal no curto prazo.

"A sociedade acha que o cerrado é a base da expansão da agropecuária."

Fonte: Folha de S. Paulo

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