Estudo inédito busca reduzir perdas pós-colheita

Publicado em 25/10/2010 06:46
Com o objetivo de identificar as perdas nas etapas de armazenamento e transporte dos produtos agrícolas, técnicos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e de outras instituições investem em um estudo para buscar soluções para as dificuldades enfrentadas no período de pós-colheita. A ação, coordenada pela CONAB, é inédita no Brasil. O levantamento leva em consideração, por exemplo, a localização do produto, a diversidade climática e as características do armazém.

A identificação e quantificação das perdas que ocorrem no armazenamento e no transporte de grãos produzirão informações fundamentais para a regulamentação do setor e a implementação de políticas visando a sua minimização. Isso evitará prejuízos aos produtores, às empresas armazenadoras e, principalmente, ao país.

De acordo com o setor responsável na CONAB, não há dúvidas de que ocorrem perdas significativas de peso durante o transporte de grãos no país. Esta é uma lacuna que deve ser preenchida com pesquisas e trabalhos técnico-científicos, levando-se em conta a extensão do Brasil e a diversificação de climas nas regiões. Como os estudos internacionais sobre o tema ocorreram em países de clima frio, foram propostos estudos voltados às condições brasileiras.

O Brasil avançou muito na produção de grãos, com recordes sucessivos a cada safra, mas na área de pós-colheita ainda é um desafio para o crescimento do agronegócio.

O chefe geral da Embrapa Soja, Alexandre Cattelan acrescenta que já existe excelência na produção. "Mas precisamos buscar aperfeiçoamento na pós-colheita". As perdas na pós-colheita de grãos podem resultar de fatores que antecedem a colheita, como histórico da lavoura, ou erros nas operações de colheita, secagem e armazenagem.

Conforme o Presidente da Associação Brasileira de Pós-colheita, o pesquisador da Embrapa Soja, Irineu Lorini, a atenção maior dos profissionais do setor está nas perdas relacionadas à armazenagem. "Quando a falha acontece neste setor as falhas se tornam barreiras na indústria de alimentos", explica Lorini.

Um dos principais problemas na pós-colheita está relacionado a presença de insetos. As pragas no armazém aumentam a temperatura e a umidade na massa de grãos, favorecendo ácaros e fungos. Segundo a pesquisadora da Universidade Federal de Viçosa, Lêda Rita Faroni, além de modificar a cor, o cheiro e o sabor dos grãos, os insetos ainda podem degradar proteínas e vitaminas. A movimentação dos insetos na massa de grãos também podem formar bolsas de calor, que dificultam a aeração e a secagem.

Na avaliação do analista de mercados, Juan Jensen, o Brasil deve crescer 7,2% neste ano, ao contrário dos Estados Unidos e alguns países da Europa que ainda enfrentam cifras negativas. Com a contínua queda no desemprego, a expectativa de aumento no consumo das famílias brasileiras chega a 5% ao ano. Estes fatores impactam diretamente no mercado de grãos, porque o aumento no consumo interno deve gerar maior demanda por alimentos e a possível recuperação dos países desenvolvidos deve aumentar os preços das commodities.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Fonte:
A Gazeta

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário