Estudo inédito busca reduzir perdas pós-colheita
A identificação e quantificação das perdas que ocorrem no armazenamento e no transporte de grãos produzirão informações fundamentais para a regulamentação do setor e a implementação de políticas visando a sua minimização. Isso evitará prejuízos aos produtores, às empresas armazenadoras e, principalmente, ao país.
De acordo com o setor responsável na CONAB, não há dúvidas de que ocorrem perdas significativas de peso durante o transporte de grãos no país. Esta é uma lacuna que deve ser preenchida com pesquisas e trabalhos técnico-científicos, levando-se em conta a extensão do Brasil e a diversificação de climas nas regiões. Como os estudos internacionais sobre o tema ocorreram em países de clima frio, foram propostos estudos voltados às condições brasileiras.
O Brasil avançou muito na produção de grãos, com recordes sucessivos a cada safra, mas na área de pós-colheita ainda é um desafio para o crescimento do agronegócio.
O chefe geral da Embrapa Soja, Alexandre Cattelan acrescenta que já existe excelência na produção. "Mas precisamos buscar aperfeiçoamento na pós-colheita". As perdas na pós-colheita de grãos podem resultar de fatores que antecedem a colheita, como histórico da lavoura, ou erros nas operações de colheita, secagem e armazenagem.
Conforme o Presidente da Associação Brasileira de Pós-colheita, o pesquisador da Embrapa Soja, Irineu Lorini, a atenção maior dos profissionais do setor está nas perdas relacionadas à armazenagem. "Quando a falha acontece neste setor as falhas se tornam barreiras na indústria de alimentos", explica Lorini.
Um dos principais problemas na pós-colheita está relacionado a presença de insetos. As pragas no armazém aumentam a temperatura e a umidade na massa de grãos, favorecendo ácaros e fungos. Segundo a pesquisadora da Universidade Federal de Viçosa, Lêda Rita Faroni, além de modificar a cor, o cheiro e o sabor dos grãos, os insetos ainda podem degradar proteínas e vitaminas. A movimentação dos insetos na massa de grãos também podem formar bolsas de calor, que dificultam a aeração e a secagem.
Na avaliação do analista de mercados, Juan Jensen, o Brasil deve crescer 7,2% neste ano, ao contrário dos Estados Unidos e alguns países da Europa que ainda enfrentam cifras negativas. Com a contínua queda no desemprego, a expectativa de aumento no consumo das famílias brasileiras chega a 5% ao ano. Estes fatores impactam diretamente no mercado de grãos, porque o aumento no consumo interno deve gerar maior demanda por alimentos e a possível recuperação dos países desenvolvidos deve aumentar os preços das commodities.