Por um dia!, por REINALDO AZEVEDO

Publicado em 30/10/2010 15:27

Estamos a um dia da eleição. Vocês podem imaginar a pressão, especialmente da petralhada. Como é mesmo? “Se entrega, Corisco!” E eu: “Só me entrego na morte, de parabelo na mão!” Se acredito nas pesquisas? Não! Entre os problemas de metodologia de todos e a má fé de alguns, prefiro resistir. Gostaria que José Serra vencesse a eleição. Vou votar nele, como todo mundo sabe. Vencer a disputa, no entanto, nunca foi uma tarefa fácil. Dilma Rousseff tinha 3% dos votos, e eu a chamava de favorita aqui. Nem tanto pelo “poder que Lula tem de transferir voto” — menor do que parece, basta que se examinem os números —, mas porque uma doxa vinha se firmando: “Governo popular não perde eleição jamais!”. Isso pauta a cobertura da eleição de 2010 há pelo menos dois anos, quando o processo mal havia sido deflagrado. Essa máxima contaminou, digamos assim, toda a inteligência do processo eleitoral. E teve efeitos bastante negativos até na propaganda eleitoral do PSDB, coisa de que tratarei em outros textos.

Curiosamente, embora todos os institutos apontem uma vantagem relativamente folgada para Dilma Rousseff, parece que nem os petistas acreditam muito nisso. Não sei se as urnas reservam uma daquelas surpresas que desmoralizariam as pesquisas de modo acachapante — e noto que isso pode acontecer ainda que Dilma vença. O que sei, isto sim, é que o clima não é de confiança, de euforia. Não se repetem as certezas do segundo turno disputado por Lula em 2002 e 2006, contra dois bons candidatos: o próprio Serra e Geraldo Alckmin. E por que não?

Por que a desconfiança?
Porque muitos dos defeitos que os não-petistas vemos em Dilma são vistos também pelos petistas — incluindo aí boa parte da sua base eleitoral. O debate de ontem da Globo (ler post abaixo) o evidenciou mais do que qualquer outro. Sem poder fazer aquele jogo acelerado das acusações aos borbotões, sem muito espaço para satanizar o governo FHC e endeusar Lula, obrigada a dar algumas respostas minimamente objetivas, evidenciou-se o seu real tamanho. Foi uma candidata inventada por Lula e adotada pelo PT — e isso lhe garantia de saída um terço dos votos no Brasil. Mas não é do ramo. Fica tão à vontade no papel de política como, digamos, à vontade estava naquele seu terninho cinza com gorgorão na gola (é “gorgorão” aquilo? Não vou acordar Dona Reinalda para perguntar; ela não me perdoaria…).

Exerce com tal artificialismo seu papel que uma estranha avaliação passou a ser feita por alguns “analistas” depois de suas performances em debates: “Ah, não foi um desastre; então ela ganhou”. Notem o escândalo intelectual de tal formulação: aquela que pode ser a presidente da República é saudada como vitoriosa por não ser desastrada. Já sobre Serra se operava com um raciocínio mais ou menos contrário, mas não menos bucéfalo: “Ah, ele é muito melhor; então é preciso esmagá-la. Se não esmaga, então perde”. A isso chegou certa “inteligência” analítica brasileira: o que se sai melhor perde porque não massacra; a que se sai pior ganha porque não é massacrada.

A falta de raciocínio lógico é um dos desastres do nosso tempo. Eu atribuo isso a dois fatores: crise no ensino de matemática e falta de leitura. A pouca intimidade com os textos e a incapacidade de estabelecer relações entre fatores, distinguindo correlação de relação de causa e efeito, por exemplo, transformam qualquer cérebro num mingau. E  tolices pavorosas vão se multiplicando. Uma das mais freqüentes ao longo da disputa eleitoral foi esta: “Se Dilma sair inteira, vence; se Serra não sair puxando os despojos, perde”. E poucos se dão conta de que o excesso de agressividade nem sempre é bem-recebido pelo telespectador. LIQUIDAR OS ARGUMENTOS DO OPONENTE NÃO É SINÔNIMO DE VENCER O DEBATE. Ontem, por exemplo, Serra vence e — e sem sangue. Mas volto ao leito.

Agora é diferente
As certezas das duas eleições anteriores vinham da aposta na figura de Lula, um debatedor competente, pouco importava as sandices que dissesse. Ontem, revi muitos trechos do debate de 2002, contra o próprio Serra. E duas coisas surpreendem: uma é a abismal quantidade de bobagens que disse o petista; a outra é a convicção com que as pronunciou. Dilma talvez seja até um pouco mais técnica do que seu mestre (desde que a gente se esforce um tantinho para entender o que ela fala), mas lhe falta o espírito que anima as palavras, o dito jogo de cintura. Num probleminha lá com o cronômetro, resolvido com grande habilidade por William Bonner, a gente viu um prenúncio de fúria. Quando o jornalista percebeu que a explicação técnica não contentaria a candidata, assumiu a culpa, comportou-se como um anfitrião humilde e decoroso e desculpou-se. Ela recobrou a frieza estudada e tentou um gracejo amistoso. Mas os petistas gelaram na cadeira.

Por que relato esse pequeno incidente? Porque ele é indicador de que ela parece sempre estar à beira de um descontrole: de um ataque dos nervos, de um ataque de fúria e, às vezes, de uma espécie de apagão. A fala é interrompida no meio, mais ou menos como se tivéssemos de aguardar o download de um arquivo muito pesado para a máquina.

Memória do primeiro turno
As desconfianças que Dilma desperta e a memória do papelão exercido pelos  institutos de pesquisa no primeiro turno — só o Datafolha quase acertou o resultado; os outros  ficaram vergonhosamente longe — impõem esse comportamento cauteloso aos petistas. Os petralhas bem que vêm aqui encher o meu saco com suas antevisões gozosas, achando que vou atear fogo às vestes se Dilma ganhar. Mas sabem que o fazem mais por nervosismo do que por confiança.

A propósito e já encerrando: caso Dilma vença a disputa, trabalharei normalmente na segunda-feira. Caso o vitorioso seja Serra, trabalharei normalmente na segunda-feira. O meu blog não existe porque este e aquele disputam eleição. Ou meu blog não existe porque este ou aquele ganha a eleição. O meu blog existe porque existem os leitores, e são muitos milhares, que querem ler o que escrevo. Entenderam, petralhas? Aliás,  petralhas, vocês são a prova disso porque não saem daqui! Talvez o seu ódio seja quase tão fiel quanto o afeto dos que gostam desta página.  E podem ficar tranqüilos: não lhes darei folga, pouco importa quem seja o vencedor. Porque, seja lá quem for o futuro presidente, estou certo de que vocês continuarão a assombrar o bom senso, o bom gosto e a  boa educação!

Corisco não se entrega! Só na morte, de parabelo na mão! Se e quando Dilma ganhar a eleição, escreverei: “Dilma ganhou a eleição”. Antes? Nem pensar! Isso quem faz é o Marcos Coimbra.

Por Reinaldo Azevedo

Acompanhei o debate entre José Serra e Dilma Rousseff no Twitter. Muita gente reclamou que estava frio demais. Eu mesmo cheguei a brincar que a melhor coisa até o momento em que escrevia era o sorvete de crocante com café que Dona Reinalda havia trazido pra mim. Brincadeira à parte, o fato é que um debate como o da Globo pode até ser mais chato para quem é entusiasmadamente Serra ou Dilma — e, pois, vibra quando um desfere uma porrada no outro —, mas é muito mais útil para deixar claro o que pensam os candidatos sobre determinados temas.

O tal confronto direto, escolha feita por Band, Record  e Rede TV, não funcionou. A razão é simples: os dois candidatos, que não são burros, resolveram usar o tempo da tréplica para dar estocadas no adversário, quando o outro não tinha tempo para reagir. O formato escolhido pela Globo inibiu esse expediente. Afinal, Dilma não tinha de responder para Serra; Serra não tinha de responder para Dilma. Ambos se deparavam com eleitores de verdade, com quem eram obrigados a dialogar. Fugir da questão para falar o que lhes desse na telha, a exemplo do que se viu nos outros encontros, seria desastroso. E foi aí que Dilma se deu mal.

A frieza do encontro, onde a troca de acusações acabaria soando como indesculpável indelicadeza, foi pior para Dilma. Recorrer à tática de elencar as conquistas do governo Lula, como ela até ensaiou fazer, mais exporia a sua fragilidade do que evidenciaria competência. Dilma gaguejou muito, demonstrou insegurança e não conseguiu passar aquilo que seu programa tanto vende: a imagem da pessoa segura e competente. A petista fez um intenso trabalho de “media training”. Mas foi treinada para brigar, não para responder com serenidade. De fato, há uma coisa curiosa, que se revelou neste debate também: Serra sempre foi muito melhor do que o seu pouco mais que sofrível programa no horário eleitoral; e Dilma sempre foi muito pior. Isso nos diz duas coisas: o melhor candidato teve a pior propaganda. E vice-versa.

Ninguém deu qualquer resposta espantosa ou inusitada. A diferença fundamental entre ambos foi de postura, de clareza, de segurança. Ele esteve mais “presidencial”, com fala mais segura e fluente, idéias mais claras, raciocínio mais inteiro. Vai mudar alguma coisa? Não tenho a menor idéia. Será o suficiente para lhe garantir a vitória? Também não sei. Se a diferença for mesmo aquela que apontam os institutos de pesquisa, é difícil que o tucano consiga vencer a distância; se for a do tracking do PSDB, as chances são grandes; se for a do tracking do PT, elas são boas — no partido, há gente com muita raiva do próprio levantamento; prefere o que dizem os institutos, coisa inédita na história das eleições.

Ontem, sem poder esbravejar, sem poder lançar acusações ao vento, sem poder satanizar o governo FHC, Dilma se mostrou ao público quase como é: uma invenção de Lula que quase tem idéias mais ou menos claras sobre quase tudo. Se existem indecisos de verdade e na hipótese de que o sentido das palavras tenha alguma relevância, o contraste foi favorável ao tucano.

Por Reinaldo Azevedo

Leitores têm me perguntado se considero que o feriadão pode  ter algum efeito nas urnas. “Algum” certamente terá. Se será decisivo, aí não posso dizer. Em 2008, o governador do Rio, Sérgio Cabral, deu um jeitinho de mexer nas datas, estimulando a população a deixar a capital. Seu candidato à Prefeitura, Eduardo Paes (PMDB), obteve, no segundo turno, 50,83% dos votos válidos; Fernando Gabeira (PV) ficou com 49,17%: 1,66 ponto de diferença. Num total de 3.337.165 votos válidos, a diferença em favor de Paes foi de apenas 55.225, com uma abstenção superior a 20%. Muitos potenciais eleitores de Gabeira — e mesmo gente que havia votado nele no primeiro turno — confessaram depois que preferiram trocar o voto pelo feriadão.

A abstenção na eleição presidencial do primeiro turno foi de 18,12%. Nada menos de 24.610.296 de pessoas deixaram de votar. É gente pra chuchu. O que rezava a lógica elementar? Se esses milhões de pessoas conseguiram resistir  à maciça propaganda oficial e aos mitos e mistificações do lulo-petismo, eis um bom público-alvo. Dado que se tinha pela frente aquele encadeamento de feriados, é evidente que o horário eleitoral do PSDB deveria ter dado início, já a partir do dia 8, quando recomeçou a propaganda, a uma espécie de campanha cívica em favor do voto. A frase dita por Serra numa das entrevistas — “Troque seu meio feriado por um feliz ano novo” (ou algo assim) — deveria ter norteado uma verdadeira “campanha da virada”.

Não se fez também isso. E era o caso. Pessoas que não têm casa na praia ou no campo costumam comprar pacotes de viagens em pousadas e hotéis, pagando parte da viagem no ato da reserva, feita com três ou quatro semanas de antecedência. “Ah, mas isso prejudica só o Serra?” Não necessariamente. Pode prejudicar a Dilma também, mas menos. “Seria porque os eleitores dele são mais ricos?” Não! Há muitos ricos que  votam no PT, e pobre também gosta de emendar feriado. A questão desde sempre era outra: tentar atrair uma parcela daqueles 25 milhões — e, obviamente, tentar diminuir a evasão dos viajantes pró-Serra.

Há quem diga que isso tudo é irrelevante. Vamos ver. Os números dirão a relevância.  Mas que se note: ainda que as emendas de feriado se revelem um fator marginal no resultado final, isso não anula o fato de que não se fez a coisa certa na hora certa. A campanha contra a abstenção sempre foi estruturalmente favorável ao PSDB. E parece quem deu as cartas na propaganda não se deu conta disso.

Por Reinaldo Azevedo

Leia editorial do Estadão:
Quem suceder ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva só poderá construir o futuro e consolidar o Brasil como grande economia se for capaz, em primeiro lugar, de proteger a estabilidade conquistada a partir dos anos 90. Precisará cumprir uma longa agenda para modernizar o País, torná-lo tão competitivo quanto as economias mais dinâmicas e garantir seu lugar entre as potências. Mas, para isso, o governo terá de abandonar o voluntarismo, renunciar à farra com dinheiro público e retomar o caminho da responsabilidade. Esse caminho foi claramente abandonado e a mais nova comprovação desse fato é a escandalosa manipulação das contas públicas.

Nenhum avanço teria sido possível, nos últimos oito anos, sem a base construída até 2002. O combate à pobreza teria sido muito menos eficiente se a inflação desenfreada continuasse corroendo cada aumento salarial e cada centavo das políticas sociais. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconheceu esse fato e por isso respeitou a ação do Banco Central, mesmo contra as pressões dos companheiros e aliados. Mas seu compromisso com a política responsável tem sido cada vez mais frouxo - tanto mais frouxo quanto maior a sua dedicação ao jogo eleitoral e ao seu projeto de poder.

O próximo governante deverá, portanto, enfrentar uma dupla tarefa, se não quiser condenar-se ao fracasso. Terá de afastar o risco de um retrocesso, preservando o tripé da estabilidade: uma política realista de metas de inflação, respeito à responsabilidade fiscal e câmbio flutuante.

Para manter esse rumo, terá de corrigir uma série de desvios. Precisará conter a expansão do gasto corrente, abandonar a demagogia com os salários do setor público, renunciar ao empreguismo e ao aparelhamento do governo. Deverá buscar a eficiência do setor público - inaceitável para a ideologia petista - e buscar o máximo retorno para cada centavo do orçamento.

Uma efetiva poupança pública será indispensável tanto para o crescimento seguro da economia quanto para a adoção de uma política anticíclica digna desse nome, como a adotada, por exemplo, no Chile: economizar em tempos de prosperidade para gastar nas fases difíceis.

Com o manejo responsável e eficiente do dinheiro público, realizar a decantada reforma tributária será muito mais fácil. Será necessária, naturalmente, uma complicada negociação com Estados e municípios, uma tarefa evitada, durante oito anos, pelo presidente Lula.

Se o próximo governo fracassar nesse item, por incompetência ou indisposição para missões difíceis, o empresário brasileiro continuará em séria desvantagem no jogo internacional. Mais que isso, poderá encontrar dificuldade crescente para competir e, portanto, para produzir e criar empregos. Todos os candidatos prometeram trabalhar por essa reforma. Nenhum, no entanto, detalhou a promessa nem disse como enfrentará a tarefa.

Se quiser garantir uma nova e prolongada prosperidade, quem suceder ao presidente Lula deverá resistir à tentação de controle pessoal ou partidário da economia. Terá de renunciar à ideia de reestatizar empresas bem-sucedidas no setor privado e também ao uso de instrumentos de governo, como os bancos públicos, para operações promíscuas.

Não faltarão empresários dispostos a construir com o grupo governante esquemas de dominação econômica disfarçados de projetos nacionalistas. O germe de um capitalismo de compadrio e de favores já se instalou e prosperou nos centros de poder nos últimos anos. É tempo de combater esse germe, não só em benefício da economia, mas também do regime democrático.

A construção do futuro dependerá igualmente de um retorno à diplomacia realista e eficiente, guiada pelo interesse nacional bem compreendido e não por ilusões ideológicas dos anos 60.

Seja quem for o novo ocupante do Palácio do Planalto, precisará de ideias claras e de muita determinação para cuidar dessas tarefas. Enfrentará pressões de grupos instalados no aparelho estatal e de grupos nutridos pelo setor público e acomodados à sua sombra, como os agentes do peleguismo sindical e estudantil. A construção, em algumas áreas, dependerá de um trabalho prévio de demolição.

Por Reinaldo Azevedo

Por Felipe Seligman, na Folha:
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) concedeu pela primeira vez um direito de resposta no microblog Twitter. Ao discutir o tema, ministros se mostraram preocupados com o efeito da decisão. O tribunal aceitou pedido da coligação “O Brasil Pode Mais”, do tucano José Serra, contra o deputado estadual Rui Falcão (PT-SP), que teve de postar dois “tweets” -mensagens de no máximo 140 caracteres- escritos pela campanha de Serra, em resposta a outros dois comentários feitos por ele no dia 19.

Na ocasião, ele afirmou, num primeiro “tweet”: “Cuidado com os telefonemas da turma do Serra. No meio das ligações, pode ter gente capturando seu nome para usar criminosamente…”. No segundo, disse: “…podem clonar seu número, pode ser ligação de dentro de presídios, trote, ameaça de sequestro e assim por diante. Identifique quem liga!”.

O relator do caso, ministro Henrique Neves, entendeu que as mensagens foram ofensivas e que mereceriam resposta. Ele fez duas sugestões. A primeira seria responder em dois “tweets” o que foi escrito por Falcão. A segunda seria publicar a resposta, por tempo determinado, no espaço destinado à biografia do petista. Por unanimidade, os ministros determinaram a publicação imediata em dois comentários na página de Falcão, a partir da intimação da decisão, das respostas enviadas por Serra.

O TSE aprovou o conteúdo das respostas, que terão a seguinte redação: 1) “Justiça Eleitoral puniu Rui Falcão com esse direito de resposta por ofensa à campanha de José Serra veiculada em seu Twitter…”, e 2) “…cabe esclarecer que a comunicação feita pela campanha de Serra sempre agiu com lisura, de forma íntegra, respeitando todos os eleitores!”.

NOVIDADE
Como era a primeira vez que os ministros discutiam o tema, alguns não entendiam como a resposta poderia se tornar efetiva. Alguns afirmaram que a campanha terminaria e que os “tweets” continuariam na rede por tempo indeterminado. Já Cármen Lúcia, que demonstrou conhecer a plataforma, afirmou que a decisão poderia “banalizar e desmoralizar” decisões do TSE. “Basta acumularem-se “tweets” que, em alguns segundos, vai-se cumprir e sumir a decisão do TSE. É uma decisão gravíssima”, disse, apesar de seguir o relator.

O ministro Neves foi questionado pelos colegas sobre como as mensagens repercutiriam no Twitter. Ele explicou que elas ficariam definitivamente na página de Falcão e que poderiam ser “retweetadas” por seus seguidores de forma indeterminada. Mas ressalvou que as mensagens do petista estavam até hoje publicadas.

Por Reinaldo Azevedo

Por João Carlos Magalhães, na Folha:
A campanha de reeleição da governadora do Pará Ana Júlia Carepa (PT) conseguiu colocar do mesmo lado o MST e Almir Gabriel, governador à época do massacre de Eldorado do Carajás (PA), em 1996, quando 19 integrantes do movimento sem-terra foram mortos por policiais militares. Mesmo guardando diferenças com a petista, tanto Gabriel (ex-tucano e hoje sem partido) quanto o MST aceitaram apoiar a candidatura da petista.

O apoio do ex-governador foi anunciado numa entrevista coletiva há 14 dias, marcada pelas respostas evasivas de ambos os lados a respeito das críticas que um sempre fez ao outro. Ana Júlia chamou esse problema de uma “questão menor”. Por outro lado, Almir Gabriel se intitulou “um democrata autêntico”, que não se incomoda com a “divergência de opiniões”. A aliança tem origem na não indicação de Gabriel, 78, por parte do PSDB.

Diante da negativa, em favor de Simão Jatene (PSDB), ele se rebelou: desfiliou-se por meio de uma carta publicada num jornal local e apoiou no primeiro turno Domingos Juvenil (PMDB), candidato do deputado federal Jader Barbalho. Passou a mirar suas baterias no ex-pupilo Jatene (”um preguiçoso”), na mineradora Vale e em seu presidente, Roger Agnelli -que, segundo ele, não quer o desenvolvimento do Estado do Pará. A empresa não se pronunciou sobre as críticas.

Ao lado de Ana Júlia, depois de uma conversa com o presidente Lula e a candidata petista à Presidência, Dilma Rousseff, gravou vídeos, esteve em comícios e garantiu que não quer nenhum cargo. Mas isso não convenceu o MST. “Ainda o consideramos um assassino”, disse Charles Trocate, umas das lideranças do movimento no Estado. Aqui

Por Reinaldo Azevedo
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Fonte:
Blog Reinaldo Azevedo (Veja.com)

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